Cultura

Assembleia lança hoje livro “Memórias da Cantina da Lua”, por Clarindo

A partir das 19h, nesta quarta
Tasso Franco , da redação em Salvador | 13/09/2016 às 20:59
Memórias da Cantina da Lua
Foto: BJÁ
A Assembleia Legislativa da Bahia lança, nesta quarta, dia 14, a obra “Memórias da Cantina da Lua”, livro de crônicas que reúne depoimentos de experiências e momentos vividos por personalidades baianas em um dos restaurantes mais famosos da Bahia. O lançamento acontecerá na Cantina da Lua, às 19h, no Centro Histórico de Salvador. 

Nas 148 páginas que compõem a obra, Clarindo Silva, autor do livro, aglutinou uma gama de textos que garante ao leitor uma prazerosa imersão em relatos do local. Trata-se de um mergulho na história e nas inspirações de personalidades das artes baianas, políticos, jornalistas e escritores, além de uma descrição de momentos de vida e de toda representatividade da Cantina para a Bahia. 

Nomes como o do ex-vereador Germano Tabacof, do deputado Federal Antônio Imbassay, do sociólogo Gey Espinheira, da escritora e poetisa Cristina da Costa, além de jornalistas como Anísio Félix, Egnaldo Araújo e Tasso Franco, dentre outros, integram a extensa lista de personalidades que registraram suas vivências e convivências na Cantina da Lua.

AUTOR

Além de relembrar momentos que a Cantina testemunhou, o livro não deixa de ser uma reflexão para o autor, Clarindo Silva, que em algumas páginas narra um pouco da sua trajetória quando saiu da cidade de Conceição do Almeida, no Recôncavo Baiano e desembarcou no cais do porto do antigo Marcado Modelo, para ser um dos ícones do Centro Histórico de Salvador.

São 70 páginas dedicadas à Cantina, que Clarindo intitulou “Uma vida chamada Cantina da Lua”, onde ele traça os rumos que o levaram a ser o Clarindo, dono da famosa cantina do Pelourinho. “O estilo é apenas a vontade de não deixar sem memória tantas situações, tantos envolvimentos leais, passado que resguarda empolgações e justifica a fraternidade os cidadãos e o modo de vida de uma terra iluminada”, conta Clarindo.

Entre os relatos presentes no livro, destaca-se o texto do deputado federal Antônio Imbassay. Com o título “Clarindo Silva, um ícone”, Imbassay pontua que as histórias de Clarindo e da Cantina da Lua se completam e se tornam única na vida da nossa cidade. Para o deputado as histórias fazem parte do cotidiano de Salvador e “se integram na medida que traduzem o sentimento e a alma da população”.

CANTINA

Elemento icônico, presente em filmes, livros e telenovelas, a Cantina da Lua nasce no final da Segunda Guerra Mundial. No início eram apenas duas portas, uma mesa e uma variedade de infusões de cachaça com ervas, o afrodisíaco Pau de Resposta, dentre outras misturas que agradavam o paladar dos estivadores, doqueiros, marinheiros, policiais da extinta Guarda Civil, além da letrada clientela da Faculdade de Medicina, uma clientela eclética.
Atrativo ímpar de Salvador, a Cantina da Lua cresceu com o tempo, testemunhou a transformação da capital baiana, superou a especulação imobiliária e os anos de abandono dos casarões do Pelourinho. A cantina presenciou a revitalização e modernização do Centro Histórico, sem perder a sua simplicidade e sem deixar de ser a Cantina dos olhos de baianos e turistas. 
Clarindo Silva de Jesus, ou simplesmente Clarindo Silva, nascido em Conceição do Almeida, chegou à capital do estado na década de 1950 e com muito trabalho superou obstáculos com perseverança e otimismo. O dono da Cantina da Lua que já foi biografado pelo selo Gente da Bahia, da Assembleia Legislativa, traz consigo uma trajetória de muita luta, que se traduz em seu sorriso franco e vasto.