Otto Freitas escreve a coluna Vida de Gordo quinzenalmente no Bahia Já. Para falar: otto.freitas@terra.com.br
Otto Freitas , Salvador |
31/07/2016 às 18:46
Jeffinho, como todo gordo, adora queijos
Foto: DIV
Jeffinho é bisneto de italiano, mas não é italiano; tampouco é francês, suiço ou holandês, mas o gordo adora um queijo. Prefere os de verdade, originais; nada de versões light, sem sal e sem graça, criadas para vender aos incautos candidatos a magro.
É lógico que um queijinho estrangeiro é bom, mas se a moringa estiver vazia os queijos de Minas Gerais fazem as honras da casa com muita dignidade. Sem contar o bom e velho requeijão, parente sertanejo do queijo (sem batata, por favor!), que aceita molho de pimenta na hora de tomar umas geladas e acompanha com elegância um bom café preto bem quente no lanche da tarde.
Achar alguém que não gosta de queijo é tarefa difícil. Independente do sabor, da origem, ou do preço, o fato é que o queijo é gostoso com quase tudo e de todas as formas: derretido, em cubinhos, ralado, fatiado; no sanduiche, na lasanha, na pizza ou nos salgadinhos.
É uma maravilha comer queijo no café da manhã, de sobremesa (puro ou com goiabada cascão), no jantar, no lanche, como petisco ou acompanhando um bom vinho. Ao contrário do que ditam as boas regras de alimentação saudável, quando se trata desse majestoso derivado do leite de vaca, de búfala, de cabra e de ovelha, o bom mesmo é pecar pelo excesso - e pecar muito!
Infelizmente o brasileiro ainda consome pouco queijo, por questões culturais e de bolso fraco. O maior consumo no país é do tipo mussarela, muito usado na lasanha ou na pizza. Fora isso, os nativos não passam sem o requeijão cremoso, que todo mundo chama de catupiri (do tupi-guarani, muito bom, excelente), primo pobre do queijo.
Na verdade, este é um caso de metanímia, em que a marca vira o nome do produto. O verdadeiro requeijão Catupiry, com Y, foi criado por imigrantes italianos, em 1911, em Lambari, Minas Gerais. Fez tanto sucesso que até a culinária o acolheu, incluindo-o entre os hábitos diários do brasileiro.
Hoje, tudo leva “queijo” catupiri: coxinha de galinha, as bordas da pizza, bolinhos de bacalhau, quibe, sanduiches, cachorro-quente. Se duvidar, chegará o dia em que as baianas vão lançar o acarajé com catupiri. Mas Jeffinho vai logo avisando: “Eu odeio catupiri”!
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Juntando conhecimento e preferências pessoais a umas conversas de pé de ouvido com tio Google, Jeffinho alinha a seguir umas dicas sobre os queijos mais conhecidos e famosos. Anote aí:
1. O francês brie, do leite de vaca, tem sabor suave e intenso. Muito legal como aperitivo, sobre torradinhas, puro ou com geleia de frutas.
2. A italiana mussarela de búfala é ótima para saladas, carpaccios, recheio de pizza e de pastel; ou pura, de tira-gosto, com azeite de oliva e folhas de manjericão por cima.
3. O francês camembert fica melhor ainda com amêndoas e mel.
4. Outro italiano, o provolone, é ótimo tira-gosto, pode até ser derretido na churrasqueira.
5. O italiano gorgonzola, da vaca, e o francês roqueford, da ovelha, têm aparências semelhantes e sabor picante. Cortados em cubos, vão bem na salada ou acompanhando algumas carnes.
6. O suave queijo prato, da vaca, nasceu no sul de Minas. Muito bom em sanduiches quentes, pois derrete com facilidade.
7. Outro queijo tipicamente brasileiro é o tipo reino, popularmente chamado de queijo de cuia. Sabor intenso, levemente picante, é um ótimo petisco; também dá personalidade aos sanduiches frios com pão francês.
8. O bom e velho parmesão, da Itália, é indispensável para ser ralado na hora sobre pratos de massa, ou servido em tábuas de queijos, para acompanhar vinhos encorpados.
9. Outro tipo ideal para lanches quentes ou tábuas de queijos em noites de vinho é o gruyere, suíço, com seu sabor pronunciado.
10. O holandês edam, de sabor suave e agradável, é o rei das tábuas de queijo. Também pode acompanhar frutas frescas, como uvas, maças e peras.
11. O suíço emmenthal é todo furado e tem sabor adocicado. É com ele que se faz o croque-monsieur, famoso sanduiche francês. É também o ingrediente principal do fondue.
12. Outro tipo obrigatório em qualquer tábua de queijos é o holandês maasdam, furadinho e com sabor levemente amendoado. Também é ótimo em fondues.
13. O gouda é mais um holandês famoso. Tem sabor suave, amanteigado, e múltiplas formas de apreciar: fatiado no sanduiche, em cubinhos nas saladas, no recheio de tortas ou como aperitivo.
