Cultura

RECUO DA SECULT: Obras de Mário Cravo serão mantidas em Pituaçu

Obras de Mário Cravo serão mantidas no espaço dedicado ao artista, em Pituaçu. Acervo de 800 peças doadas ao Estado será catalogado pelo Ipac. Com informações da Secult.
Da Redação , Salvador | 06/07/2016 às 18:50
Reunião na Secult com Mário Cravo Jr e o secretário Portugal
Foto: DIV
Notícia ruim ou errada sempre chega a galope. A de que as 800 obras de arte de Mário Cravo Jr. seriam retiradas do parque de Pituaçu, onde estão expostas, provocou uma enxurrada de reportagens equivocadas. Hoje, o secretário de Cultura do Estado, Jorge Portugal, ao lado de representante da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), botou um ponto final no burburinho, e definiu que o acervo do artista permanece no Espaço Cravo, no Parque de Pituaçu.

“Vamos dar a Mário Cravo o tratamento que ele merece. A Bahia é que deve a ele”, disse Portugal.

Na reunião com o artista e o filho, Ivan Cravo, assessores da SecultBA e representantes da Secretaria de Meio Ambiente – Sema, foi esclarecido que o acervo que reúne pinturas, desenhos, gravuras e esculturas e doado ao Estado, em 1994, será catalogado, preservado e mantido no mesmo lugar. Também ficou assegurado que a Fundação Mário Cravo receberá apoio jurídico do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), que já iniciou o inventário das peças. Um trabalho minucioso, segundo a museóloga e diretora de Museus, Ana Liberato. “O trabalho demanda critérios técnicos para garantir a integridade das obras”.

O espaço onde hoje está guardada a maioria das obras deve passar por reformas, mas, antes, por medida de segurança, os trabalhos serão retirados por técnicos do Ipac. “Essa não é um decisão unilateral, pelo contrário, estamos ouvindo Mário Cravo, seus desejos, para que possamos pensar juntos soluções que atendam as necessidades do artista e as do Estado, sem prejuízo para ambos”, disse João Carlos Oliveira, diretor do instituto.  

A SecultBA vai comandar uma força tarefa que começa a trabalhar já, ressaltou o chefe de gabinete, Claudio Mello. A ideia é reunir forças e nortear ações que protejam as obras de arte e garantam a exposição permanente. “O mais importante é que o artista e os cuidadores da Fundação Mário Cravo se sintam abraçados”, disse Mello, que também garantiu a parceria com a Sema, que é responsável pela manutenção do parque que fica entre a Avenida Paralela e a Orla de Salvador. 

“Vamos preservar essa parceria com a Fundação Mário Cravo nos moldes corretos, respeitando o artista e a sua obra, formalizando a ocupação para dar segurança aos dois lados”, falou Daniela Araújo, que representou o secretário de Meio Ambiente, Eugênio Spengler.

Ao final do encontro, os nós foram desatados e a máxima que diz “entre mortos e feridos, salvaram-se todos” permaneceu soberana. “Estou satisfeito com a reunião, com o interesse do governo em restaurar e recuperar o patrimônio que não é de Mário Cravo e, sim, do povo da Bahia”, concluiu Ivan Cravo, filho do artista e presidente da Fundação Mário Cravo.

COMENTÁRIO DO BJÁ

A imprensa noticiou a informação inicial prestada por agentes do governo dando conta de que as obras de Mário Cravo em Pituaçu seriam recuperadas e levadas para alguns museus do Estado. Portanto, se existiu algum'galop' partiu de prepostos governamentais.

Diante da recpoercussão das matérias o que de fato aconteceu é que a Secult recuou de uma provável decisão equivocada. Agora, acertou.