Cultura

Espaço Mário Cravo Jr do Parque de Pituaçu será fechado

IPAC confere 800 obras de Mário Cravo em Pituaçu para transferir para seus museus
Ascom Ipac , Salvador | 21/06/2016 às 15:17
Obras do artista serão transferidas para museus do Estado
Foto: Geraldo Moniz
Cerca de 790 a 800 obras de arte do artista baiano Mário Cravo Jr. localizadas no Espaço Mario Cravo – Parque das Esculturas, em Salvador, serão transferidas para os museus e equipamentos públicos do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus/IPAC), órgão da secretaria estadual de Cultura (SecultBA). O acervo reúne pinturas, desenhos, gravuras e esculturas de pequenas e grandes dimensões, em fibra de vidro, madeira e pedra-sabão. A maior parte é em papel.
 
As obras foram doadas por Mário Cravo Jr. ao Estado da Bahia, em 1994, quando da criação do espaço de arte no Parque. O espaço detinha 1,2 mil obras, sendo 800 doadas ao Estado e um acervo privado, com 400 obras de arte, de propriedade de Mário Cravo Jr. e sua família. O Espaço Cravo integra o Parque Metropolitano de Pituaçu, gerido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado (SEMA), responsável pela manutenção do local. O parque fica entre a Avenida Paralela e a Orla Atlântica da capital baiana, trecho do bairro de Pituaçu.
 
INTEGRIDADE 

 “O IPAC está realizando um Plano de Trabalho para conferência das 800 obras que pertencem ao Estado, cujo inventário foi feito por especialistas do órgão”, explica a museóloga e diretora de Museus (Dimus) do IPAC, Ana Liberato. Segundo ela, ainda não existe prazo da transferência das obras, pois depende das análises que estão sendo feitas do estado de conservação das peças, dentre outros itens. “O trabalho demanda critérios técnicos para garantir a integridade das obras”, diz Ana.
 
A ideia do IPAC é que as peças sejam alocadas no Palacete das Artes, considerado hoje o museu mais bem equipado do órgão. “O Palacete dispõe de reserva técnica profissional, climatizada e com desumidificador, dentre outras exigências para conservação de acervos”, detalha Ana Liberato. Uma mostra com obras de Cravo já está sendo idealizada para o início do próximo ano no Palacete, segundo o diretor do museu, Murilo Ribeiro. “O nosso principal objetivo é proteger as obras, ainda desconhecidas do grande público. Depois disso, pensaremos em vários recortes e concepções para mostras que serão abertas ao público gratuitamente”, afirma Ribeiro.
 
VIA CRUCIS – As obras que o IPAC começa a inventariar são em sua maioria em papel, com desenhos e gravuras, algumas poucas esculturas, e a Coleção Via Crucis, composta por cinco Cristos, em ferro, cabos de aço, borracha de pneu de trator e madeiras resgatadas do incêndio do antigo Mercado Modelo, em 1969.
 
No processo do inventário, restauradores do IPAC aplicarão análises e prospecções para averiguar as condições de conservação de cada obra de arte. “Os objetos serão analisados para uma conservação preventiva. A proposta é definir e adequar locais para guarda e para exposição do acervo, não só de curta como de longa duração, considerando a existência de esculturas de grande porte”, esclarece a diretora da Dimus/IPAC.