Cultura

Espetáculo discute representação da mulher negra

A montagem faz reflexões sobre a representação da mulher negra
AGECOM , Salvador | 19/02/2016 às 17:00

Indicado ao Prêmio Braskem de Teatro, na categoria Revelação, o solo teatral "Isto não é uma mulata" fará duas apresentações gratuitas no dia 25 de fevereiro, às 16h e 19h, com entrada franca no Espaço Cultural de Alagados. A montagem faz reflexões sobre a representação da mulher negra, além de trazer provocações sobre o mito da democracia racial brasileira, com bastante ironia e humor. Com criação e atuação de Monica Santana, o projeto conta com a produção da Gameleira Artes Integradas e foi contemplado no Edital Arte Todo Dia Ano II, da Fundação Gregório de Mattos.

Partindo da famosa frase proferida por Gilberto Freyre “Branca para casar, mulata para fornicar, negra para trabalhar”, a artista Mônica Santana tece obras que questionam as formas de representação da mulher negra: seja a mestiça hipersexualizada, de formas exuberantes e sempre disponível para o sexo, seja a negra escura para o serviço braçal. 

É com o ponto de partida de ironizar a imagem canonizada da mulher negra nas artes e na mídia, visitando diferentes referências e criando novos discursos que a performer, atriz e educomunicadora Mônica Santana desenvolve o projeto multilinguagens "Isto não é uma mulata", que também conta com ilustrações e ensaio fotográfico. 

O caráter provocativo da obra e sua repercussão na internet junto às mulheres negras de vários pontos do Brasil levou a artista ser escolhida como uma das 25 mulheres negras mais influentes na internet brasileira, na lista realizada pelas Blogueiras Negras e amplamente divulgada na websfera. O projeto tem na direção musical André Oliveira, figurinos de Cássio Caiazzo, soluções cenográficas de Deilton José, maquiagem de Nayara Homem e iluminação de Luiz Guimarães.