Cultura

30 anos de Cheik Anta Diop no Olodum, por João Jorge Rodrigues

Feito histórico registrados pelo Olodum o difusor dessa cultura no estado
João Jorge Rodrigues , Salvador | 18/02/2016 às 13:33
O dia em que o Egito chegou ás ruas de Salvador
Foto: Arq Olodum
Em 1986 sob a inspiração de Cheik Anta Diop fizemos uma introdução do Egito negro africano no Brasil de forma pública. O então diretor de cultura do Olodum, João Jorge, foi a África Benin e Costa do Marfim e trouxe dois livros Nation Negres et Cultures em francês.

Nos livros de Abdidias e Elisa Nascimento sempre presente a citação deste grande homem de África.

Contamos na Bahia e no Brasil a história africana do Egito do Faraó e desde então sempre que podemos temos falado desta civilização iniciática em diferentes carnavais.

Assim nossa homenagem a Cheik Anta Diop será sempre divulgar sua obra, quem foi, o que fez, e como seguimos sua ciência sobre o Egito africano.

Uma literatura Faraonica Olodum.

2016.

O antológico Cheikh Anta Diop nasceu em Diourbel, no Senegal, a 29 de dezembro de 1923 e faleceu a 7 de fevereiro de 1986 em seu país de origem. Foi um dos mais proeminentes historiadores africanos do período de luta anti-colonial.

Aos 23 anos, em Paris, aprofundou seus estudos de Física. Mais tarde, doutorou-se em Letras e publicou "A Unidade Cultural da África Preta" e "A Unidade Pré-Colonial da África Preta", em 1960. 
Exerceu o cargo de Secretário-Geral do Rassemblement Démocratique African (RDA) de 1950 a 1953, e participou da criação dos dois primeiros Congressos do Mundo de Escritores Pretos e de Artistas Presos, em Paris, em 1956 e em 1959.

As pesquisas de Cheikh Anta Diop sobre a existência de impérios negros primordiais - destruídos e/ou desaparecidos que sobrevivem no inconsciente coletivo - fundamentam-se nas descobertas arqueológicas das grutas de Tassíli Náger, no Egito.

Lembro-me da emoção que experimentei durante as aulas brilhantes de História da Arte, de Frederico Morais, que apresentou-me a Anta Diop, no início dos anos 70. 
Diop foi Químico, Físico, Antropólogo, Egiptólogo, Lingüista, Historiador, Sociólogo e Filósofo.

Defendeu tese de Doutorado na Sorbonne intitulada “Nations Nègres et Culture” em que contesta e derruba a argumentação de Hegel, que afirmava: “a História da África começou apenas depois da chegada dos europeus”.

Wladimir Gomide


Bibliografia Sumária:

The African Origin of Civilization: Myth or Reality 
Civilization or Barbarism: An Authentic Anthropology 
Precolonial Black Africa 
Black Africa: The Economic and Cultural Basis for a Federated State 
The Cultural Unity of Black Africa: The Domains of Patriarchy and of Matriarchy in Classical Antiquity 
Towards the African Renaissance: Essays in African Culture and Development, 1946-1960 
The Peopling of Ancient Egypt & the Deciphering of the Meroitic Script.

Cheikh Anta Diop - Vida & Obra
http://www.cheikhantadiop.net/