Cultura

Carnaval do Pelourinho tem vários ritmos musicais para os foliões

Estilos diferenciados no Pelourinho
Secult , Salvador | 05/02/2016 às 21:35
Orquestra reggae de Cachoeira
Foto: Sidney Rocharte
A diversidade foi a palavra de ordem na primeira noite de Carnaval no Pelourinho, que teve samba, orquestra,
hip-hop, reggae e música afro para agradar a foliões de todos os gostos. O Carnaval do Pelô integra a
programação do Carnaval da Cultura do Governo do Estado da Bahia, realizado
pela Secretaria de Cultura (SecultBA) através do Centro de Culturas Populares e
Identitárias (CCPI).


A Orquestra do Maestro Sérgio
Benutti abriu as apresentações de filarmônicas no Largo Pedro Archanjo, com um
repertório marcado por marchinhas, sambas tradicionais e sucessos dos carnavais
de diferentes gerações, tudo isso com arranjos próprios e dançantes. As
apresentações de orquestras continuam até o último dia de Carnaval no largo. “As
orquestras sempre tiveram espaço no Carnaval do Pelô, e atualmente esse é o
único lugar que temos para fazer Carnaval com as filarmônicas de Salvador.”,
conta o maestro Benutti, que destacou o clima entre o público do Pelô como um
dos grandes diferenciais da folia no centro. “É um público que gosta desde
marchinhas e canções dos antigos carnavais até outras mais atuais”, afirma. O
Largo Pedro Archanjo também abriu alas para o samba, com a cantora e
compositora Sandra Simões, que passeou por nomes como Paulinho da Viola,
Martinho da Vila, Edil Pacheco e Nelson Rufino, além de sambas de roda e frevos
que fizeram a galera pular.


E quem disse que Rap não combina com
Carnaval? O ritmo ecoou no Largo Tereza Batista com os shows de Opanijé e Afro
Jhow, que fizeram o público dançar com as batidas mescladas de Rap, Afrobeat,
Samba Reggae, Semba, Dance Hall e Zouk. O grupo Opanijé surgiu em Salvador, em 2005, juntando Rap, Consciência Negra e os Samplers,
com letras que exaltam a cultura negra e a ancestralidade africana. Rone DumDum
(voz e letras) e Dj Chiba D (toca-discos) também integram a banda. O show ainda
teve a participação de Mr. Armeng. A segunda atração da noite, o rapper Afro
Jhow, completa este ano sete carnavais se apresentando no Pelourinho. “Sou filho
daqui, desenvolvo o trabalho o ano inteiro neste lugar e quando chega o
Carnaval a gente quer mostrar o que foi consolidado. Então, posso dizer que o
show que apresentamos é algo imperial, uma busca pelo empoderamento”, explicou
o músico.


Os foliões também balançaram ao som
da Orquestra Reggae de Cachoeira na primeira noite de folia no Largo Quincas
Berro D’Água. Em sua estreia no Carnaval, a atração celebrou o repertório dos
reggaemans de sua terra (Edson Gomes, Nengo Vieira e Sine Calmon), de grandes nomes
mundias do gênero (Bob Marleye e Gregory Isaacs), além de apresentar versões
para clássicos da música popular brasileira, como “Carinhoso” de Pixinguinha e
“Toda Menina Baiana” de Gilberto Gil. 


Quem também estreou no Carnaval do
Pelourinho foi o Mestre Lourimbau, que é uma referência tanto na arte de tocar
quanto de confeccionar o berimbau. “A
música do Mestre Lourimbau tem a naturalidade da vivência de rua, desse estado
de alegria que é a cara do nosso Carnaval”, afirma o pesquisador e compositor
Sérgio Monteiro que acompanha o artista de outros carnavais. A noite ainda teve
o som de Juaci de Itororó, que trouxe um repertório composto por frevos e
canções dos antigos carnavais.