Cultura

Charlotte Rampling diz: críticas ao Oscar são 'racismo contra branco'

A polêmica sobre o Oscar sem pretos
G1 , EUA | 22/01/2016 às 16:03
Chralotte: por que classificar as pessoas?
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A atriz Charlotte Rampling, indicada ao Oscar pelo filme "45 anos", disse que as críticas à falta de diversidade nas indicações ao prêmio são uma forma de "racismo contra brancos". Em entrevista à rádio francesa Europe 1, a atriz britânica de 69 anos disse que "talvez os atores negros não merecessem estar na lista final".

Todos os 20 atores e atrizes indicados ao Oscar em 2016 são brancos. Vários artistas criticaram a Academia, como o diretor Spike Lee e os atores Will Smith, Jada Pinkett Smith e Mark Ruffalo. A presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, se disse decepcionada com a falta de diversidade.

"Por que classificar as pessoas? Hoje em dia todo mundo é mais ou menos aceito", afirmou Charlotte Rampling. "As pessoas sempre dizem: 'Ele é menos bonito'; 'Ele é muito negro'; 'Ele é muito branco'. Alguém sempre vai dizer: 'Você é muito isso ou aquilo'... Mas por causa disso devemos concluir que é preciso ter um monte de minorias em todos os lugares?", disse Charlotte Rampling. Ouça a entrevista (em francês).

Críticas

A hashtag #OscarAindaMuitoBranco se destacou nas redes sociais após a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelas indicações, revelar os 20 candidatos nas categorias de atuação, sendo nenhum deles negro pelo segundo ano seguido.

Spike Lee, que recebeu um Oscar honorário em novembro do ano passado por sua carreira, declarou no início desta semana que não irá participar do Oscar em fevereiro deste ano por causa da falta de diversidade entre os indicados.

A atriz Jada Pinkett Smith, mulher de Will Smith, também já declarou em suas redes sociais que não irá a cerimônia do Oscar e que repudia a falta de diversidade entre indicados. Will Smith também criticou a falta de atores negros entre os indicados ao Oscar e disse que não pretende ir à cerimônia de premiação.

Mark Ruffalo, que está indicado a melhor ator coadjuvante por "Spotlight", também fez críticas e disse à BBC que ainda está pensando se vai ou não à premiação.

A controvérsia atingiu o ápice quando a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, deu um passo adiante na noite de segunda-feira (18) para reconhecer sua decepção diante do panorama apresentado pela mais prestigiosa premiação do cinema mundial.
"Eu estou envergonhada e frustrada com a falta de diversidade", disse Boone Isaacs em comunicado. "Este é um debate difícil, mas importante, e é hora de fazer grandes mudanças", reconheceu.