Cultura

Igreja do Pilar recebe nesta quarta peças de 300 anos restauradas

Peças restauradas pelo IPAC integram programa de ações do Governo do Estado da Bahia no Centro Antigo de Salvador que reúne as secretarias de Cultura, Turismo, Desenvolvimento Urbano, Saúde e SSP
Ipac Ascom , Salvador | 07/12/2015 às 11:10
Castiçais restaurados
Foto: Ipac


O Governo do Estado da Bahia, através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) da Secretaria de Cultura (SecultBA), entrega nesta quarta-feira, dia 9 (dezembro/2015), às 9:30h, a primeira etapa de restauro de peças artísticas da Igreja do Pilar, no bairro do Comércio, em Salvador. São confessionários em madeira, banquetas para apoio de objetos litúrgicos (sagrados) e tocheiros esculpidos na madeira. Algumas das peças têm 300 anos, como as do século XVII, outras são dos séculos XVIII e XIX. Todas integram os bens móveis da igreja. A entrega acontece antes da Festa de Santa Luzia que ocorre dia 13, no mesmo local. A SecultBA  apoia o evento com missa no Pilar, via o Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI).

“Resgatamos aspectos estéticos e históricos da época de cada peça, salvando um acervo inestimável para a história da Bahia”, afirma o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira. Os confessionários  do Pilar se encontravam em desuso e devem datar do século XVII. Os itens estavam descartados junto ao lixo. Técnicos da coordenação de Restauro de Elementos Artísticos (Cores) do IPAC descobriram e restauraram as peças. Participaram 16 profissionais. “Foram
 sete marceneiros, seis assistentes na recomposição de elementos pictóricos, uma responsável técnica e técnicos auxiliares”, comenta o diretor do órgão estadual.

RAROS – O diretor do IPAC destaca que os  confessionários restaurados são raros e dos poucos existentes desse período no Brasil. Originalmente, eram policromados em tons azulados. “Hoje, através da reintegração cromática, restabelecemos aspectos originais da época da peça”, afirma João Carlos de Oliveira.

 Já as banquetas eram utilizadas nas laterais dos altares, servindo de suporte para elementos de celebração, chamados de alfaias, como cálices, patenas, ostensórios e turíbulos. Em geral essas peças eram confeccionadas em prata e ouro, decoradas artesanalmente,  lavradas, buriladas e cinzeladas. Cerca de 24 tocheiros em madeira também estão em processo de restauro no IPAC.

“O restauro exige delicadeza, sensibilidade e técnica dentro dos parâmetros científicos; é um trabalho complexo”, alerta o diretor de Projetos Obras e Restauro do IPAC, Hermano Queiroz. São usados
 pincéis finos de pelo de Marta e técnicas de reintegração, como o rigattino, pontilhismo e
trateggio. “Quem define a duração do trabalho são as próprias peças, dependendo do estado de conservação, diagnóstico e projeto de restauro”, explica Queiroz.