Cultura

TRIANGULAÇÕES chega a Fortaleza com artistas da Bahia, Goiás e Ceará

Com obras de 45 artistas do Ceará, de Goiás e da Bahia a Mostra Triangulações será aberta no próximo dia 29, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura / Museu de Arte Contemporânea, em Fortaleza
Doris Pinheiro ,  Salvador | 01/11/2015 às 12:32
Expo abriu dia 29 de outubro
Foto: DIV
O Triangulações é uma mostra itinerante de artes visuais que nasceu como desdobramento e ampliação do Circuito das Artes, realizado em seis espaços expositivos em Salvador, e que tem como objetivo o intercâmbio entre criadores de diferentes partes do país, estimulando a circulação do debate artístico fora do eixo tradicional da Região Sudeste. No Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura / Museu de Arte Contemporânea, em Fortaleza, será inaugurada a última etapa da Mostra Triangulações 2015. 

O Triangulações em 2015 tem como tema eixo “Registros Circunstanciais : Intervenções, Fabulações, Apagamentos”. Com coordenação geral de Eneida Sanches e curadoria geral de Marília Panitz, a mostra irá reunir obras de arte inéditas de 45 artistas visuais, 15 de cada local onde haverá exposição.  Em Goiânia, sob a curadoria de Divino Sobral, a mostra Triangulações foi realizada de 30.07 a 31.08, com obras dos artistas das três capitais. Em seguida veio para Salvador, onde no Museu de Arte da Bahia expos as obras de 17.09 a 18.10. A curadoria dos artistas da Bahia foi realizada por Alejandra Muñoz. Fortaleza recebe a mostra, sob a curadoria de Bitú Cassundé, de 29.10 a 29.11, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura / Museu de Arte Contemporânea. A produção executiva é de Fabiane Beneti e Tetê Ferrari.

Triângulo Conceitual – A edição de 2015 do Triangulações é de fato um triângulo conceitual, que se sobrepõe ao geográfico estabelecido pelos pontos correspondentes à localização de cada uma das três cidades, e aponta para grupos de ações aos quais se filiariam as obras selecionadas, como forma de sugestão de leitura do conjunto. Esse conjunto tem o nome de “Registros Circunstanciais” . Nele, os três vértices são: Intervenções, Fabulações, Apagamentos.

As obras reunidas em torno da ideia de Intervenções, da ação de inscrever algo no mundo, se estabelecem, como cicatriz deixada pelo ato, tanto no sentido de comentário ou manifesto, quanto naquele de uma afirmação dos materiais usados como instrumentos de marcação. São resultado da observação e de certa documentação, do atravessamento dos campos de saber pela arte - sociopolítica, etnografia, filosofia, arquitetura e urbanismo – ou de uma “escrita” das coisas, marca do artista como traço de sua passagem.

Em Fabulações, dialogam as obras que fabulam tanto no sentido do léxico – contar uma versão fantasiosa dos fatos e, ao mesmo tempo, lição moral que encerra as fábulas – quanto no sentido da filosofia contemporânea – da “imagem-fábula, que nos faz ver estados de mudança no presente”. Os trabalhos incluídos neste recorte têm a potência de emular imagens que, embora apresentem um claro caráter narrativo, desestabilizam nossa leitura.


Apagamentos tem uma relação com o tempo, com memória e esquecimento, com a ação de apagar, deixando alguns rastros recuperados por seus vestígios. A imagem sugere e ao mesmo tempo resiste à leitura, se esvai, se espalha, se desfoca traz em si um caráter fantasmático. Se nos outros dois recortes, a ênfase está em dois diferentes modos de figurar o presente, este debruça-se sobre o pretérito, sobre o que ainda pode emergir desse outro tempo.


Artistas que participam da Mostra Triangulações 2015


Em Goiânia : 


Luiz Mauro, Edney Antunes, ZéCésar, Enauro de Castro, Pitágoras Lopez,  Grupo EmpreZa, Rodrigo Godá, Helô Sanvoy, Dalton Paula, Santhiago Selon, Yara Pina, Evandro Soares, Rogério Milani, Glayson Arcanjo e  – Paul Setúbal.



Em Salvador : 


Adriano Machado, Aristides Alves, Eriel Araújo, Fábio Magalhães, Florival Oliveira,  Isolda Libório, Leonardo Celuque, Marcelo Reis, Márcio Lima, Miguel Cordeiro, Neyde Lantyer, Paulo Coqueiro, Péricles Mendes, Rosa Bunchaft e Tami Oliveira.


Em Fortaleza : 

Waléria Américo, Solon Ribeiro, Luciana Magno, Junior Pimenta, Milena Travassos, Marina de Botas, Herbert Rolim, Filipe Acácio, Jared Domício, Diego de Santos, Juliane Peixoto, Yuri Firmeza, Marcos Martins, Haroldo Sabóia e Júlia Braga.

História - Partindo de Salvador, com seu já tradicional Circuito das Artes, o Triangulações iniciou-se em 2013, com uma provocação feita às outras duas cidades - Brasília e Recife - de um diálogo possível estabelecido entre as produções de arte contemporânea em cada localidade. A ideia configurou-se pela identificação de certos pressupostos conceituais, indicados pelo conjunto de 49 obras selecionadas. Deles criaram -se cinco núcleos, nos quais as obras eram situadas de forma a dialogarem com as demais, a partir de seu lugar contingencial. Dentro da proposta geral, elaborada por Alejandra Muñoz, eram eles: Íntimo Eu; Sagrados & Profanos; Topografias inefáveis; (A)caso (re)corrente e Antifábulas.


Para a segunda edição, as interlocutoras escolhidas foram Belém e Maceió.  O exercício proposto, foi o de pensar a sobreposição de dois triângulos: um formado pela ligação cartográfica dos pontos que unem as três capitais; e outro pelos vértices de três "manchas territoriais", representados por três noções – de ressonância cartográfica, afinal estamos propondo um mapeamento idiossincrático – em torno das quais se operava a contaminação|conversa entre as obras, nossas “Geografias Oblíquas”. Propostas por Marília Panitz, elas eram: Atravessamento, Deslocamento e Anamnese.