Depois de três anos de circulação pelo Brasil a comédia MISTERO BUFFO, do dramaturgo italiano Dario Fo, volta a Salvador para duas apresentações no Teatro Módulo, na Pituba, nos dias 31 de outubro e 10de novembro, às 20h, com ingressos a R$ 60,00 e R$ 30,00 (meia). O espetáculo é uma realização do Grupo La Mínima, dupla de palhaços de origem circense formada pelos atores Domingos Montagner e Fernando Sampaio, criada em 1997. No elenco de MISTERO BUFFO, acompanhando a dupla, está o também palhaço e multi-instrumentista Fernando Paz. A diretora, Neyde Veneziano, é estudiosa da obra de Dario Fo, e autora do único livro no Brasil sobre o dramaturgo: “A Cena de Dario Fo: o Exercício da Imaginação”.
Com duasindicações ao Prêmio Shell 2012 - Melhor Ator, para Domingos Montagner e Melhor Direção para Neyde Veneziano - o espetáculo, inspirado nos mistérios medievais e na narrativa dos jograis, é uma comédia que traz quadros que representam histórias bíblicas recriadas pela visão popular, numa crítica a temas atuais como a exploração do culto às celebridades, as deturpações da fé e a ganância desmedida pelo dinheiro.
O MISTERO BUFFO original, criado por Dario Fo em 1969, é uma antologia que reúne mais de 20 monólogos. Para esta encenação do La Mínima, foram escolhidos quatro monólogos: A Ressurreição de Lázaro, O Cego e o Paralítico, O Louco e a Morte e O Jogo do Louco aos Pés da Cruz. Estes monólogos foram adaptados para serem encenados pelos três palhaços.
“O trio de atores se distribui na escala de atuação, como músicos, malabaristas, protagonistas, escadas, mímicos, numa hierarquia que explora, não só habilidades técnicas, como capacidades físicas de transcrever metáforas e desmascarar truques.” (Veja Rio - Macksen Luis)
“Mistero Buffo consagra seus criadores e confirma como um desempenho vigoroso de atores pode atualizar as formas mais simples e insubstituíveis do teatro.” (Folha SP, Luiz Fernando Ramos)
“Divertida e profundamente crítica, a montagem propõe um debate atual e relevante de forma leve.” (Veja SP, Dirceu Alves)
SINOPSES DAS QUATRO HISTÓRIAS
“A Ressurreição de Lázaro” toma o tema bíblico emprestado para criticar, comicamente, o culto à celebridade e à multidão ‘insensata’ que se reúne nos grandes eventos. Os dois atores interpretam mais de 20 personagens, sem trocas de roupa. A cena se passa no cemitério, onde chegará Jesus para ressuscitar seu amigo Lázaro, em clima de grande evento mágico chamado “Milagre”.
“O Cego e Paralítico” conta a história do encontro entre dois miseráveis, enquanto pedem esmolas separadamente. Eles gritam, mas ninguém os ajuda. Decidem, então, ajudar-se mutuamente. Tornam-se um personagem monstruoso: o cego será as pernas do paralitico e o paralítico, os olhos do cego, ao montar um nos ombros do outro. Com quatro mãos para pedir esmolas, ganham mais dinheiro. Mas, Jesus Cristo passa por ali. Apavorados, tentam fugir, pois acham que, se forem miraculados, precisarão trabalhar e perderão a dignidade e alguns privilégios.
“O Louco e a Morte” e “O Jogo do Louco Debaixo da Cruz”: um louco, joga cartas na mesma taberna onde acontece a Última Ceia. Depois de livrar-se da Morte usando recursos sedutores, segue jogando com os mesmo personagens, debaixo da cruz, no momento da crucificação. A certa altura, começa a falar com Jesus pedindo que o ajude a vencer no jogo. O milagre acontece. Feliz, o louco sobe até Jesus e tenta salvá-lo da crucificação. Mas Jesus não permite, pois está se sacrificando pelos homens. O louco não entende e critica a atitude do salvador.
A MONTAGEM
A montagem adapta a teatralidade essencial do autor italiano à linguagem circense dos palhaços, explorada pelos atores há mais de 20 anos. A fim de trazer o universo de Fo para o Brasil, foi feita uma transposição dos diferentes dialetos italianos explorados pelo autor às gírias de rua brasileiras.
Os figurinos coloridos e de inspiração medieval com que os atores entram em cena, são logo deixados de lado para dar vez a vestes neutras e bem simples. Não há tampouco o uso de maquiagem, nariz ou outra caracterização tipicamente clownesca – os atores abrem mão da caracterização clássica, e o Palhaço nasce da atitude cênica, do trabalho corporal e de interpretação dos atores. Eles buscam retomar a força, a irreverência e a eloquência dos jograis, cômicos populares, considerados “avôs dos palhaços”, que na Idade Média, contavam estas histórias.
Há ainda a presença de um terceiro palhaço, o contra-Augusto(Fernando Paz), que faz os comentários musicais e executa ao vivo a trilha sonora.
FICHA TÉCNICA
Autor: Dario Fo
Concepção: La Mínima e Neyde Veneziano
Direção: Neyde Veneziano
Assistência de direção: André Carrico e Ioneis Lima
Tradução: Neyde Veneziano e André Carrico
Elenco: Domingos Montagner, Fernando Sampaio e Fernando Paz
Iluminação: Wagner Freire
Cenografia: Domingos Montagner
Confecção de cenografia e arte: Maria Cecília Meyer
Figurino: Inês Sacay
Direção Musical / Música Originalmente Composta: Marcelo Pellegrini
Direção Mímica: Alvaro Assad
Direção de Produção e Administração: Luciana Lima
Produção Executiva: Priscila Cha
Fotos: Carlos Gueller / Matheus José Maria
Assistente de Produção: Chai Rodrigues
Produtor Original: SESI-SP
Realização: LaMínima
Produção Local: Selma Santos – Produções e Eventos (71 – 3245.6419 / 9112.8205)
O GRUPO LA MÍNIMA
Domingos Montagner, conhecido do público por suas recentes incursões televisivas, como o “Miguel” na novela Sete Vidas (TV Globo, 2015) o “Mundo” na novela Jóia Rara (TV Globo, 2014), “Zyah” na novela Salve Jorge (TV Globo, 2013) e o “Presidente Paulo Ventura” na série O Brado Retumbante (TV Globo, 2012), forma ao lado de Fernando Sampaio o grupo La Mínima de circo e teatro. Os dois conheceram-se no Circo Escola Picadeiro em São Paulo, onde iniciaram sua dupla de palhaços. Ali criaram e levaram às ruas reprises, entradas e outros números circenses, desenvolvidos sob a orientação do Mestre Roger Avanzi, o Palhaço Picolino. Em 1997, criam o Grupo La Mínima, que estreou com o espetáculo La Mínima Cia de Ballet, baseada no humor físico e nas clássicas paródias acrobáticas. O grupo La Mínima já recebeu vários prêmios com seus mais de 14 espetáculos em repertório, como APCA,Em Cena Brasil (Ministério da Cultura) e Shell – MELHORES ATORES, pelo espetáculo A Noite dos Palhaços Mudos. E já se apresentou em festivais de circo e de teatro na França, Espanha e Chile, Peru e Argentina. Domingos e Fernando são também os fundadores do Circo Zanni, que busca revitalizar a importância dos circos de pequeno e médio porte na vida cultural das cidades.
NEYDE VENEZIANO - DIRETORA
Especialista em Dario Fo, Neyde Veneziano alterna sua carreira entre direção teatral e atividades acadêmicas. Neyde fez pós-doutorado, durante um ano, em Milano e Bologna (Università di Bologna)pesquisando e trabalhando ao lado de Dario Fo. De volta ao Brasil, defendeu Livre Docência na USP sobre o mesmo tema e publicou o único livro em língua portuguesa sobre a obra de Fo. Introdutora da pesquisa sobre o Teatro de Revista na universidade, Neyde é professora do Instituto de Artes da Unicamp onde exerce a atividade de orientadora de Doutorados em Teatro. Em quase 30 anos de atividades teatrais, Neyde recebeu prêmios como APCA, tendo dirigido 29 espetáculos. Entre eles estão Arlecchino (SP e Portugal) e Una giornata qualunque (SP). É autora dos livros: O teatro de Revista no Brasil; As Grandes Vedetes do Brasil; De pernas pro ar – Teatro de Revista em São Paulo e A cena de Dario Fo: o exercício da imaginação, entre outros.
DARIO FO - AUTOR
Dario Fo é ator, dramaturgo, diretor, cenógrafo, artista plástico e compositor. Pesquisador do universo medieval e das narrativas cômicas dos jograis, sua obra dramática emprega técnicas dos antigos giullare(bobos) e da Commedia dell’Arte para apresentar uma visão satírica e profana de temas eruditos e religiosos. Foi casado com a atriz Franca Rame, co-autora de vários de seus espetáculos. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1997 por ter dado aos jograis, em sua obra, a mesma estatura das grandes correntes da Literatura Universal.
SOMENTE DUAS APRESENTAÇÕES, DIAS 31/10 E 01/11
LOCAL: TEATRO MÓDULO - Av. Prof. Magalhães Neto nº 1177, Pituba, CEP 41.820-020 - Salvador – Bahia - Tel.: 2102-1300
HORÁRIOS: SÁBADO, às 20h / DOMINGO ÀS 20h DURAÇÃO: 75 minutos / INGRESSOS: R$ 60,00 e R$ 30,00 (meia)
Horário da bilheteria: Quartas e quintas das 15h às 19h e de sexta à domingo das 15h até 15 minutos antes do início do espetáculo.
Formas de Pagamento: dinheiro e todos os cartões de débito e crédito. Não aceita cheque. Vendas/Bilheteria: 71 2102.1392 / 1340 / 1350
CAPACIDADE: 282 espectadores / CLASSIFICAÇÃO: 16 anos / GÊNERO: Comédia