Elas não usam bandeijas e sim apitos para abrir alas entre os bebuns e clientes
Tasso Franco , da redação em Salvador |
26/09/2015 às 15:49
São as mulheres garçontes que comandam a festa em Munique
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A Oktoberfest de Munique ainda termina no dia 4 de outubro. E estou de partida por giro no interior da Alemanha -Nuremberg, Heidelberg, Rotemburgo, Frankfurt e Berlim para conhecer um pouco mais este país mais cobiçado da Europa, mais industrializado e mais rico, hoje, com taxa de desemprego em torno de 5,7% e em algumas regiões como na rota do Rurh, menor ainda.
Um aspecto da cultura local que me chamou a atenção nesta festa da capital mundial da cerveja é que as mulheres comandam as canecas de litro dos seis barracões da cervejarias produtoras da Baviera, estão por toda a parte puxando os cânticos e peripécias nas mesas, e atuam como vendedoras nas tendas das barracas de comidas e diversões. Até mesmo na tenda do bola na lata, velha brincadeira que a gente só via nos parques antigos da Bahia (joga uma bola de pano para derrubar latas) são as mulheres que estão à frente.
Há homens também nesses serviços, pero em menor escala e põe menor nisso. Nas cervejarias, creio que 90% das garçonetes são mulheres. Ao contrário do que acontece na Oktober de Blumenau, onde você compra uma cerveja no balcão, em Munique os clientes podem ser atendidos por essas mulheres malabaritas e equilibristas da cerveja, algumas das quais conseguem carregar até 12 canecas com as duas mãos.
Não cai uma. Percorrem os corredores das mesas, se chocam às vezes com os bebuns, seguem sempre firmes e conseguem atender a todos. Usam apitos para abrir alas, para que as pessoas saiam da frente para elas passaram. É impressonante.
É uma arte conduzir tantas canecas de uma vez só e são muitas que fazem isso porque têm que atender a todas as mesas. E também são muitas as mulheres que trabalham nos barracões, dezenas delas.
Atuam numa rapidez impressionante, usam munhequeiras nos pulsos e têm braços fortes. Mas, uma delas me disse, a que nos serviu durante dois dias nos festejos, a Ruth, que, além da firmeza nos pulsos é preciso ter treinamento e técnica para entrelaçar as dez abas das canecas, cada uma delas com um litro de cerveja.
Diria até que essas mulheres são também atrações na festa porque recebem galanteios, são fotografadas e filmadas, mas, o que desejam mesmo é atender bem os clientes e faturar. É um trabalho sazonal que acontece de ano em ano e elas ganham um fixo e as comissões e gorjetas dadas pelos clientes. Como uma caneca de litro custa 10.5 euros os clientes sempre pagam um pouco mais para agradá-las 12 a 15 euros. Alguns quandos estão mais animados dão 20 euros por caneca. (TF)
