Cultura

MUSEO CASA DE LA INDEPENDENCIA conta a história do Paraguai

O museu completou 50 anos e é bastante visitado pelos turistas de várias partes do mundo, estudantes e estudiosos
Tasso Franco , da redação em Salvador | 04/07/2015 às 17:25
Uma dos salões do museu com móveis da época 1811
Foto: BJÁ
   O Paraguai foi descoberto por Aleixo Garcia e Sebastião Caboto, ambos sob as ordens da Espanha, em 1524. A cidade de Asunción foi fundada dez anos depois (1534) por Juan de Salazar y Espinosa, natural de Espinosa de los Monteros (Espanha) sendo consolidada por Juan de Ayolas. É considerada a mãe das cidades espanholas nas Américas.

   Salvador, fundada a partir de 29 de março de 1549, é a cidade mãe do Brasil ou da colonização portuguesa.

   No Paraguai, originou-se assim um longo período de colonização que durou até 1811, quando o país alcançou sua independência.

   O Vice-Reino do Rio da Prata foi criado em 1776 pelo rei Carlos III, integrando em sua jurisdição os atuais territórios da Argentina, e doUruguai, dos atuais estados brasileiros do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o Paraguai, a Bolívia e o norte do Chile. 

   A criação do Vice-Reino do Rio da Prata separou o Paraguai do Vice-Reino do Peru. A capital do novo Vice-Reino achava-se na cidade de Buenos Aires. A criação do Vice-Reino obedeceu à necessidade de organizar melhor a administração do extenso território acossado pelo contrabando e pela constante penetração dos portugueses e luso-brasileiros. 

   Em 1777 a província do Paraguai foi integrada no Vice-Reino do Rio da Prata dentro do qual se manteve até 1811. Em 1782, estabeleceu-se no Vice-Reino o regime das intendências. Assunção era, na província ou Intendência do Paraguai, o único povoado com categoria de cidade. A zona ao sul do rio Tebicuary e ao leste da cordilheira de Caaguazú por sua vez correspondia à Governação das Missões Guaranis (ou Província Subordinada das Missões) constituída com os restos das Missões Jesuíticas que ficaram sob controle espanhol.

   A medida que Buenos Aires tornava-se mais poderosa, os líderes paraguaios insurgiam-se contra o declínio da importância de sua província e, embora também contestassem a autoridade espanhola, recusaram-se a aceitar a declaração de independência da Argentina (1810) como extensiva ao Paraguai. Nem mesmo a intervenção de um exército argentino, comandado pelo general Manuel Belgrano, conseguiu efetivar a incorporação da província.

   Mais tarde, porém, quando o governador espanhol do Paraguai solicitou auxílio português para defender a colônia dos ataques de Buenos Aires, os paraguaios, liderados por Fulgencio Yegros, Pedro Juan Caballero e Vicente Ignácio Iturbide, depuseram o governador Bernardo Velasco e proclamaram a independência do país a 15 de maio de 1811.

  MUSEU

  Hoje, parte dessa história está narrada no Museo Casa de la Independência local que serviu de cenário para as reuniões secretas que gestou a independência do país. Graças a Juan Bautista Gill Aginaga, em 1961, o local foi restaurado e pode-se ver móveis da época da conspiração, quadros dos conspiradores, santaria, objetos pessoais dos heróis da Pátria e seus familiares isso desde 14 de maio de 1965 quando o local foi inaugurado à visitação pública.

   O museu consta de cinco salas e um grande salão vendo-se o escritório onde aconteceram as reuniões dos conspiradores, a sala de estar, o quarto de dormir, a sala do oratório e assim por diante. Na entrada do museu há um mural do ceramista José Laterza Parodi que representa uma visão panorâmica dos edificios e dos locais mais destacados de Assunção na época da colônia espanhola.