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Tasso Franco , Serrinha |
24/06/2015 às 13:47
Na Rua da Bela Vista, fogueiras e chuvinhas
Foto: BJÁ
Com a perda das tradições juninas em muitas cidades da Bahia quando só se falam em showzões, a população enjaudada atrás de grades, cantores de forróm que usam mais bailarinas sexy do que qualquer outra coisa, luzes, muitas luzes e efeitos para enganar naqueles palcos enormes onde o artista fica muito distante do público, ainda há espaços para o São João básico de acender a fogueira, tocar traques 'bufa de veio', ter uma mesa com bolos de aipim e de milho e pular fogueira.
Em Serrinha, onde passei o São João, apesar da decadência da cidade, muito maltratada, os moradores de algumas ruas como a Bela Vista, a Barão de Cotegipe, a praça da antiga Usina, a rua Nova e outras algumas familias acendem fogueiras, põem som nas caixas e brinca-se o forró, toma-se licor e fazem 'simpatias'.
Esse tipo de São João esta a cada dia mais raro, uma vez que os jovens estão sendo cooptados para as festas com camisas, os carná-forrós, os pagode-forrós, e as tradições estão indo pro ralo. Até as 'quadrilhas' juninas estão tão estilizadas, tão canravalizadas, que alguns nem parecem juninas.
Na Barão de Cotegipe vi uma 'quadrilha' bem junina, acendi a fogueira na porta da casa da sofra e tomei algumas doses do melhor jenipapo da Serra. É isso. Quando só se fala em milhões, em shows de não sei quantos mil reais, ainda se pode participar de um São João bem joanino.
