Cultura

A ARTE de beber vinho e fronteira do alcoolismo, por MAURICIO FERREIRA

CUVEÉ GIUSEPPE CHARDONNAY 2012 D.O. – Primeiro vinho branco super premium da Miolo Wine Group, é aromático e intenso, com vboa acidez e um equilibrio incrível
Maurício Ferreira , Salvador | 18/06/2015 às 09:42
Às taçasd com o CUVEÉ GIUSEPPE CHARDONNAY 2012 D.O.
Foto: DIV
A enocultura, assunto que tratamos com muito carinho e orgulho nesta coluna, é, sem dúvida, uma matéria apaixonante, que nos obriga a incessantes pesquisas e constantes estudos, para que possamos prestigiar os leitores com abordagens inteligentes o Mundo do Vinho.

Não à toa, que o tema tem ganhado cada vez mais espaço na mídia, basta que nos lembremos dos recentes programas exibidos pela Rede Globo e Rede TV, dentre outras emissoras, bem como em filmes de grande sucesso, como Julgamento de Paris, Mondovino, O Vale das Paixões e Sideways, todos produzidos por Hollywood, com exceção do Mondovino, que foi uma coprodução de quatro países,  produtores de vinho.

Assistindo a todos, apreendemos cada vez mais a amar e reconhecer a importância da cultura da bebida ancestral, multiplamente citada na Bíblia e em tantos outros textos sagrados.

Contudo um assunto particularmente tratado pelo site Wine Lover´s Page, a partir de uma discussão sobre o filme Sideways, raramente é abordado nas conversas entre os amantes do vinho: o tênue limite entre conhecer sobre vinhos, o prazer de bebe-los e o alcoolismo, propriamente dito.

Sobre esse aspecto, procurei buscar nos ensinamentos do gabaritado enólogo argentino, Adolfo Lona, produtor do cult wine brasileiro, Baron de Lantier, uma abordagem experiente sobre esta curiosa relação. Ele afirma, que em seus vinte e quatro anos como instrutor numa escola de vinhos, apenas uma única vez foi provocado com o seguinte questionamento: “cursos de degustação e ensinar a beber vinho, seriam uma forma de estimular o alcoolismo?

O enólogo considerou a abordagem, acima de tudo, preconceituosa e reveladora de profunda ignorância sobre o tema, pois, como educador, entendia que a partir do conhecimento sobre degustação, tipos de vinhos e cepas viníferas, o sommelier ou aficionado por vinhos, cada vez mais está distante daquele que consome meramente pela procura do álcool. 

De fato, quem se aproxima do vinho e dos espumantes, na opinião do enólogo, o faz procurando o prazer que proporcionam as belas cores, os convidativos aromas e o característico sabor. Perceber que é possível, mesmo sem ser um expert ou técnico, identificar as diferenças entre as características dos vinhos é algo estimulante e que alegra a alma.

Por ser uma bebida social e gastronômica, o vinho precisa conviver harmoniosamente com pessoas e alimentos, não comportando excessos. Não à toa, o vinho está inserido nos milenares hábitos alimentares europeus, a exemplo da dieta grega, mediterrânea e da Toscana, só para dar alguns exemplos bastante em moda.

O vinho é uma bebida cultural, quem se aproxima dele, logo descobre o mundo rico em informações sobre castas, regiões, tipos, marcas, história antiga etc.  Ao conhecê-las abrem-se as portas para a cultura e o saber.

Contudo, não quero dizer com isso, que não existam aqueles que procuram o álcool para ganhar coragem, liberar sentimentos como magoas, frustrações, raivas. Talvez, por isso, o bêbado seja, quase sempre, um chato!

Porém este individuo não procura o vinho! Procura e consome destilados, ou ainda, se empanturram até perder o equilíbrio na cerveja. Bebidas de fácil acesso, e que, na maioria das vezes, causam sérios danos à saúde.

O vinho, ao contrário, se mostra como a bebida que menos causa problemas pelo álcool. A Drª Agnes Simnjonyi e colegas do Departamento de Bioquímica e Farmacologia da Universidade de Missouri, Columbia, USA, sugerem que essa proteção se deva aos polifenóis do vinho que inibem alguns dos efeitos danosos do álcool. Isso de certo modo foi confirmado pelo Dr. Sillanaukee e colegas da Escola de Medicina de Tempere, Finlândia. A dosagem de Transferrina com Deficiência de Carboidrato é um excelente marcador de dano orgânico pelo álcool. 

Esses pesquisadores estudaram pessoas divididas em quatro grupos. Um deles recebeu apenas água e foi o grupo controle. Os outros três grupos receberam vinho, cerveja e destilados numa dose equivalente a 40 g de álcool diários (o equivalente a meia garrafa de vinho ou 2 taças). No início e depois de 12 semanas todos tiveram dosada a sua Transferrina com Deficiência de Carboidrato. Ao final das 12 semanas o grupo que recebeu água teve valores inalterados; os grupos que receberam cerveja e destilados aumentaram e o grupo que recebeu vinho diminuiu,
ressaltando os efeitos benéficos do vinho, se consumido em doses moderadas.

Ainda sobre o tema, estudos do  Dr. Groembaek e colegas do Instituto Nacional de Saúde Pública de Copenhague, Dinamarca, em análise de mais de 10.300 pessoas com hábito de ingerir bebidas alcoólicas, concluiu que: “os bebedores moderados de vinho têm menor risco de se tornarem bebedores abusivos e bebedores problema do que os que bebem cerveja” (dados baseados em informações do site vinhonet.com.br). 

Vale lembrar, apenas para ilustrar o nosso debate, que a Russia, na década de setenta, iniciou uma campanha de combate ao alcoolismo, através de estímulo ao consumo de vinho em lugar de vodka. Sabiam eles, que estariam trocando o álcool fácil por uma bebida gastronômica, prazerosa e benéfica à saúde.

Em apertada síntese, temos que o hábito de se degustar vinhos, de maneira social e moderada, mesmo que regularmente, não pode ser confundido com aptidão ao alcoolismo, advindo tal entendimento do preconceito e da ignorância, possivelmente daqueles que recusam a aceitar a evolução do consumidor brasileiro ou grandes grupos econômicos, produtores de cervejas e destilados, que agora se organizam para inibir o crescimento do consumo de vinhos no Brasil. 

Finalmente, por ser uma bebida viva, o vinho se assemelha ao próprio ser humano. Portanto é natural que o bom degustador, a partir o conhecimento dos bons vinhos, tenda a se afastar das bebidas ruins e prejudiciais à sua saúde. Na vida nossa reação é semelhante: à medida que conhecemos pessoas de bem, tendemos a nos afastar das pessoas
medíocres, falsas e invejosas. (a.l.s.a)

VINHO BRANCO TAMBÉM FAZ BEM À SAÚDE

Estudos recentes, tem demonstrado que o consumo de vinho branco, pode ser tão benéfico à saúde, quanto o do vinho tinto. Isso, porque, apesar de serem mais pobres em polifenóis do que seus similares encarnados, os vinhos brancos possuem estes elementos potencializados e ainda mais eficazes na redução da produção de substâncias que
obstruem os vasos sanguíneos, assim como possuem efeito antioxidante mais intenso.

Por isso, reservamos para você, leitor da coluna Tempo de Vinho um Test Wine de um vinho branco muito especial, o super premium da Miolo, Cuveé Giuseppe Chardonnay 2012, uma delícia!!!

Vamos
às taças.

CUVEÉ GIUSEPPE CHARDONNAY 2012 D.O. – Primeiro vinho branco super premium da Miolo Wine Group, é aromático e intenso, com boa acidez e um equilíbrio incrível, só comparado aos bons Chablis do norte da
Borgonha.

Produzido na região do Vale dos Vinhedos, a partir de cinco vinhedos da própria família Miolo, utiliza apenas as melhores bagas, com o desengace manual, sem trituração da casca e maceração à frio. A fermentação malolática se dá em barricas novas de carvalho francês por 8 meses, com uma produção limitada a 9000 garrafas. Um ícone
da vinicultura nacional.

De cor amarelo palha, com reflexos esverdeados, é aromático, com destaque para frutas de regiões frias, como pera, pêssego e damasco, que evoluem para geleia de abacaxi, baunilha e mel. Na boca é cremoso, amanteigado, com bom volume e final bastante prolongado.

Saboroso e sofisticado, é uma boa opção aos melhores vinhos importados, especialmente se
harmonizado com pratos à base de peixes, mariscos frescos ou massas com molho
branco. Experimente com ostras cruas catarinenses, manjar dos deuses!

O Cuveé Giuseppe Chardonnay 2012 D.O.  pode ser encontrado na loja virtual da Miolo, por R$ 74,00.