Cultura

Sepromi participa de celebração cigana em Camaçari

O Dia Nacional do Cigano foi instituído em 25 de maio de 2006
Sepromi , Camaçari | 10/06/2015 às 19:24
Celebração cigana, no município de Camaçari
Foto: Divulgação

A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), Vera Lúcia Barbosa, participou, nesta quarta-feira (10), de uma celebração cigana, no município de Camaçari, destacando as contribuições do segmento para cultura baiana e brasileira, assim como a necessidade do respeito aos povos e comunidades tradicionais.

“Só vamos combater o preconceito, de fato, por meio de ações educativas e conscientização da sociedade. Foi neste sentido que realizamos, no último mês de maio, um seminário sobre esse segmento no Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, órgão que é vinculado a nossa pasta”, disse.

Ao prestigiar pela primeira vez um casamento de jovens ciganos da etnia calon, na ocasião, a gestora enfatizou ainda a importância de se estar “próximo para conhecer a realidade e elaborar políticas públicas direcionadas”. Segundo a liderança cigana do município, Gilson Dantas, existem 400 famílias ciganas em Camaçari, o que corresponde a cerca de 1600 pessoas.

História

Para o cigano Jucelho Dantas, doutor em Ciências Biológicas, o preconceito com os ciganos já foi muito mais forte, porque até pouco tempo eram nômades, em sua grande maioria. Eu só fui tirar a minha certidão de nascimento com 15 anos, quando também comecei a estudar. O estereótipo era tanto que os próprios ciganos internalizavam”, disse.

Ele informou ainda que os ciganos migraram da Índia para Europa, de onde se espalharam pelo mundo. No Brasil, chegaram em 1574. Sua principal atividade econômica era a compra e venda de animais, o que mudou ao longo do tempo, como eletrodomésticos e carros. “São muito versáteis. Se adaptam às condições que são oferecidas”, explicou.

Dia do Cigano

O Dia Nacional do Cigano foi instituído em 25 de maio de 2006 por meio de decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reconhecimento à contribuição da etnia cigana na formação da história e da identidade cultural brasileira. No calendário cigano, o dia 24 de maio é dedicado a Santa Sara Kali, padroeira dos povos ciganos.

A data também é um momento de reflexão acerca da sua histórica dificuldade de acesso a políticas públicas, reconhecimento e incentivo à integração deste segmento tradicional da população. “O reconhecimento dos ciganos no então governo Lula melhorou a autoestima do segmento. E, a partir disso, começamos a participar de vários encontros na Bahia e no Brasil”, concluiu o professor Jucelho.