Cultura

OLODUM celebra Dia da África com debate e participação da comunidade

Como informações extraidas do Correio Nagô
João Jorge , Salvador | 26/05/2015 às 19:02
Boa presença de lideranças na comunidade negra da Bahia
Foto: DIV
   No último dia 25, em debate, o Olodum celebrou em Salvador, Bahia, o Dia da África. Uma homenagem aos países e povos africanos e a luta ela liberdade e igualdade. "Esta data foi definida pela ONU através da Organização da Unidade Africana (OUA), hoje apenas Unidade Africana, para comemorar o feito extraordinário das independências dos países africanos do colonialismo na década de 60", destaca o presidente do Olodum, João Jorge. 
 
O Pan africanismo foi a ideologia que permitiu a independência do Ghana em 1958 e depois de diversos países africanos como Nigéria, Benin, Senegal, Madagascar, ampliando o horizonte da diáspora africana nas Américas, no Caribe e no Brasil de milhões de descendentes do continente matriz da humanidade.
 
A África é o berço da humanidade, segundo os cientistas é o mais antigo continente na face da terra. O dia 25 de maio é um dia de celebração da vitória contra o colonialismo, contra a escravidão, contra as desigualdades, contra a fome, contra as guerras, e tantos males que provocam a dor na África e no mundo.
 
Todos nós descendentes do continente africano nos orgulhamos da derrota do mal e da vitória do bem com a libertação e autogoverno dos países africanos. Porém nos dias de hoje as diversas Áfricas que conhecemos nos remetem a uma visão critica e menos heróica e saudosista, a homenagem que fazemos no dia 25 de maio e uma homenagem a uma África real com suas juventudes, seus governos, suas mulheres, seus sonhos de progressos, e de liberdade econômica e política no mundo de hoje.
 
Neste momento o Olodum vive apaixonadamente a busca pelo conhecimento da historia da escrita e dos meios de comunicação. Estivemos na primeira Copa de Futebol na África do Sul, um dos berços da humanidade, a origem da vida, local onde o ser humano se separou dos animas na cadeia evolutiva e que tem sido um dos nossos destinos; Uma rica e poderosa nação africana, cujo povo derrotou o apartheid e que a superação deste regime conciliou negros, mestiços e brancos. Seus heróis e lendas são os nossos inspiradores do tempo da igualdade que desejamos na Bahia e no Brasil.
 
No dia da África, vamos iniciar uma busca das novas realidades do continente africano, precisamos de imagens mais reais e menos saudosistas dos povos, países e das aspirações. Os afro descendentes da Bahia e do Brasil, precisam ver os africanos por uma visão mais contemporânea e menos pelos filmes de Tarzan e de Jim da Selva, o que quer dizer quebrar paradigmas da eterna divisão de que somos bantos sudaneses, que só a tradição interessa a África e aos povos afrodescendentes. O progresso, o desenvolvimento, os direitos humanos, a democracia, também estão sendo discutidas na África árabe e no continente como um todo.
 
A celebração de 2011 do Ano Internacional dos povos Afrodescendentes um passo adiante para além da denuncia. É uma oportunidade da maturidade política social econômica e de participação de todos nós nos países em que vivemos. A  morte do líder Pan Africanista do Brasil Abdias do Nascimento às vésperas do dia da Africa nos obriga a reagir a lutar, a continuar sonhando com a paz e o bem estar dos nossos povos. Agora é a nossa hora. Definir nosso presente e futuro com a participação política e com educação e cultura.