A música folclórica na Bolivia é muito prestigiada, há muitos CDs à venda e as emissoras de rádio, ainda hoje, as toca com muita intensidade. Além disso, há festivais permanentes.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
06/04/2015 às 11:00
Charango duplo tocado pelo maestro Ernesto Cavour
Foto: BJÁ
Tive a oportunidade de assistir em La Paz a um espetáculo no Teatro Charango de três maestros virtuosos da música folclórica boliviana, em palco, Ernesto Cavour - inventor de instrumentos e maior charanguista das Américas; Rolando Encinas - considerado o mais completo tocador de quena (flauta boliviana); e o violonista Franz Valverde B. - que toca dois violões geminados la guitarra boliviana com duas afinações diferenciadas.
Dos três, o mais laureado é Ernesto Cavour, hoje, aos 75 anos de idade, contemplado bailarino do Balé Nacional da Bolivia e excepcional charanguista - o charango é um instrumento que se parece com o bandolim, típico da região andina, especialmente na Bolivia - ele que se iniciou na década de 1960, vencedor de vários festivais da música folclórica no Peru, Argentina, Colômbia, Bolivia, inventor de instrumentos integrante do famoso conjunto Los Jairas, de Bolivia.
O espetáculo teve a duração de 3 horas com intervalo de 15 minutos para reafinação dos instrumentos e descanso dos músicos, além de um coofe break para a platéia, e contou também com a participação do Duo Takikuna integrando por duas bolivianas charanguistas.
Um show que mostra um pouco da música folclórica da Bolivia - das mais tocadas nas rádios - com interpretações de La Rueda, Cambita, de La Quebrada, Las Largatijas, Desde La Rotanda Gato Preto, Perlas de Amor, dentre outras canções que compõe o vasto repertório folclórico do país.
Cavour é tocador de charango e violão anbidestro - ou seja, toca movimentando as cordas com a mão direita; e inverte o instrumento e toca com a mão esquerda - o que é rarissimo no mundo da música. Além disso, interpreta canções em diferentes tipos e tamanhos de charangos. Um virtuoso.
O Teatro Charango fica localizado no centro histórico de La Paz en la Calle Apolinari Jaen, uma rua petaonal - onde não passa veiculos - e concentra um centro cultura e o teatro com capacidade para 70 pessoas. Nessa calle também estão localizados alguns dos museus mais importantes de La Paz.
