Cultura

EU SÓ QUERO CHOCOLATE, fonte de bom humor e alegria. P/OTTO FREITAS

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Otto Freitas , Salvador | 29/03/2015 às 19:56
Pra que melhor nesta Páscoa
Foto: DIV
   A família de Jeffinho, mesmo pobre, sempre respeitou a tradição dos presentes em dois momentos: na Páscoa, um coelhinho ou um ovo de chocolate, mesmo dos menores e mais baratos; no Natal podia ser chocolate também. Certa vez, a árvore de Natal da sua casa foi decorada exclusivamente com pequenos enfeites de chocolate em forma de Papai Noel. O primo Jarrão (era quase sósia de Bolinha, personagem dos quadrinhos infantis das antigas) sentou-se no chão, junto à árvore, e devorou todos - naturalmente, ficou de caganeira até o Ano Novo.

   Acontece que nem Papai Noel, nem o coelhinho, nem o ovo têm qualquer vinculação religiosa com o Natal e a Páscoa, respectivamente. É tudo uma invenção da indústria e do comercio do chocolate ao redor do mundo, para criar novos negócios - até porque, como se sabe, coelho não bota ovo. 

   Altamente reprodutivo, o coelho é um exemplo de fertilidade, assim como o ovo representa o começo da vida. Talvez por isso tenham se tornado símbolos comerciais da Páscoa, que é a passagem - a ressurreição, o renascimento de Cristo e a esperança de uma nova vida para a humanidade. 

  O chocolate tem sua origem nas civilizações pré-colombianas da América Central, onde era consumido pela nobreza nativa como bebida quente e amarga. Depois foi adotado pelos europeus e, com o desenvolvimento industrial e das técnicas culinárias, ganhou apresentações variadas: líquido, pó e barras; bombons, doces e biscoitos; bolos e tortas; mouses e sorvetes. 

   Além do sabor e da personalidade que enlouquecem gordos e magros, hoje se conhecem também as ricas propriedades funcionais do chocolate que, acima de tudo, faz bem à saúde e deixa a gente feliz. Com chocolate não tem depressão certa, o bom humor é garantido. Esse produto do cacau conquistou tanta fama que hoje há muitos livros e filmes sobre ele. No cinema, destaque especialíssimo para Chocolate, com Juliette Binoche e Johnny Depp. A gente quase sente o perfume desse pretinho fundamental... 

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   Tim Maia, que não era bobo, fez um jingle e o transformou em canção popular de sucesso. Gostava de tomar sua “vitamina de tudo”, misturando no liquidificador o que lhe vinha à cabeça, inclusive biscoitos recheados e achocolatados. Ele cantava para quem quisesse ouvir: “Não quero chá/não quero café/Não quero Coca-Cola/Me liguei no chocolate/Só quero chocolate/Não adianta vir com guaraná/Pra mim é chocolate...”. 

   Então, é seguir a vida comendo muito chocolate meio amargo, de preferência em barras (cafezinho bem quente com um quadradinho de chocolate na boca é revigorante!). Ninguém precisa de bombons com recheios sofisticados e embalagens finas a preço de ouro. O que vale mesmo é o chocolate, puro e simples, saboroso, derretendo na boca, mensageiro da felicidade. 

   De qualquer forma, por garantia, tenha muito cuidado com esse coelhinho aí atrás de você, que o bicho é arisco, mais danado que o jegue de Amoreira!