Cultura

Homenagem a Mãe Gilda marca Dia de Combate à Intolerância Religiosa

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Secom , Salvador | 21/01/2015 às 13:14
Aconteceu em Salvador, hoje
Foto: Elói Correia
Marcando o Dia Nacional de 
Combate à Intolerância Religiosa, lideranças do candomblé, de outras 
religiões de matriz africana e do movimento negro depositaram na manhã 
desta quarta-feira (21) flores no busto de Mãe Gilda, localizado no 
Parque do Abaeté, no bairro de Itapuã, em Salvador. Instituída em 2007, a
 data foi criada em memória de Gildásia dos Santos, que morreu há 15 
anos por problemas de saúde agravados pela perseguição religiosa, tendo 
seu terreiro invadido e violado. O ato simbólico organizado pelo 
terreiro Axé Abassá de Ogum, fundado pela ialorixá, contou com as 
presenças das secretarias estaduais de Promoção da Igualdade Racial, 
Vera Lúcia Barbosa, e de Políticas para as Mulheres, Olívia Santana. 
Também participaram músicos do bloco afro Malê Debalê.

Para Mãe Jaciara dos Santos, filha biológica de Mãe Gilda e atual 
ialorixá do Abassá de Ogum, a homenagem lembra a luta pela liberdade de 
culto e respeito às religiões afrobrasileiras simbolizadas no monumento 
inaugurado há três meses. “O busto é um marco histórico de luta e não só
 simboliza a morte de Mãe Gilda e o Dia de Combate à Intolerância, mas 
uma reparação para todo o povo de candomblé, para todas as casas e as 
ialorixás que ainda sofrem essa perseguição”. A secretária Olívia 
Santana completou dizendo que "o povo precisa conhecer essa história 
feita por muitos, mas que tem face, um ícone que celebramos hoje através
 da imagem de Mãe Gilda de Ogum". 

Entre as políticas de garantia à liberdade de expressão das religiões de
 matriz africana, a Bahia avançou nos últimos anos com a criação da 
secretaria estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), em 2006, 
do Centro de Referência Nelson Mandela, que oferece apoio psicológico, 
social e jurídico a vítimas de racismo e intolerância religiosa, em 
2013, e a sanção da Lei nº 13.182/14, que instituiu o Estatuto da 
Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa. “Após a 
regulamentação dos decretos, [o estatuto] terá uma amplitude muito 
grande, sobretudo no debate da questão e de recursos e mecanismos para 
amparar toda a causa racial e religiosa”, disse a secretária de Promoção
 da Igualdade Racial Vera Lúcia Barbosa.