Festeja reuniu milhares na Cidade Baiana
Tasso Franco , da redação em Salvador |
15/01/2015 às 15:38
Ato ecumênico no adro da Basílica da Conceição da Praia e o apelo de Aristides Mascarenhas
Foto: BJÁ
A tradicional lavagem do adro e escadarias da Basílica do Bonfim por um grupo de baianas e baianos encerrou parte da programação religiosa da celebração, que ganhou as ruas da Cidade Baixa nesta quinta-feira, 15. A lavagem do adro, em sí, aconteceu por volta das 11h30min.
A cada ano que se passa a lavagem incorpora mais atitudes profanas numa diversidade que vai de mini-trios elétricos e afoxés, e tem pouco de religiosidade, atos de fé. Durante o percurso não se vê pessoas orando e louvando a Deus como no Círio de Nazaré, em Belém, nem festas religiosas da semana santa, em Salvador.
Salvo o ato ecumênio com representações de várias igrejas que aconteceu no adro da Basílica da Conceição da Praia, donde saiu o cortejo, e algumas baianas e bainos que vão ao evento orar e agradecer ao santo dos santos no momento da lavagem, a grande maioria participa de uma festa, com som, bebidas alcoólicas, danças e agarra-agarra.
Dom Lucas Moreira Neves, quando cardeal arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil, abominava esse tipo de louvação profana e repudiava em suas homilias.
Para Aristides Mascarenhas, da Federação do Culto Afro, a lavagem é um dia importante porque faz com que lembremos que, somente em 1989, o governo da Bahia (governador Roberto Santos) considerou o candomblé como religião e o 24 de novembro se tornou o dia dedicado ao sacerdote e a secerdotisa do candomblé.
Aristides pediu ajuda ao governador Rui Costa (representado pelo vice João Leão) e ao prefeito ACM Neto no combate a intolerância religiosa que ainda existe na Bahuia, "para que haja um equilibrio em todas as religiões".
Quem também se sentiu bastante satisfeito em participar do ato ecumênico foi o pastor da Igreja Messiânica, André Oliveira, o qual defende a transformação do mundo através do sentimemto de gratidão. "Quem vive agradecendo torna-se feliz" disse ao participar do ato ecumênico.
No adro da basílica do Bonfim, as baianas e baianos e mais as autoridades pelo padre padre Edson Menezes. "Somos convidados a exercitar o diálogo interreligioso, combater todo o tipo de preconceito, discriminação, intolerância, terrorismo e violência. Vamos rezar pela paz", frisou.
CORTEJO DE PAZ
De fato, o cortejo treve de tudo um pouco desde os cavaleiros à frente, bicicleteiros, autoridades, baianas, baianos vestidos de baianas, travestis, bom policiamento da PM, presença da Guarda Municipal, políticos, povo-de-santo, católicos, espíritas, etc, e muita bebedeira.
O sol sol ajudou no consumo das geladinhas. As cervejas foram as preferidas com as 'periguetes' de 200 ml a R$2,00. Mudou a pedida: antes era 3 por R$5,00; agora 3 por R$6,00.
(Veja outras matérias sobre o cortejo no nosso site)