Cultura

ATENTADO A LIBERDADE EXPRESSÃO: 4 chargistas famosos mortos na FranÇA

VIDE
TERRA , Paris | 07/01/2015 às 14:51
Os mais famosos chargistas franceses foram mortos no atentado a ]charlie Hebdo
Foto: AFP
O trio de terroristas que invadiu o semanário Charlie Hebdo matou alguns dos mais proeminentes e provocativos cartunistas da história recente da França. Para quem gosta de quadrinhos, a importância deles na cultura francesa equivale à de Angeli, Laerte e Glauco [morto em 2010], fundadores da mítica revista “Chiclete com Banana” nos anos 1980.

Entre as doze vítimas já confirmadas do atentado de Paris, quatro eram os cérebros e as mãos da Charlie Hebdo: o diretor de redação Stéphane Charbonnier, o Charb, Jean Cabut, o Cabu, Georges Wolinski e Bernard Verlhac, o Tignous. A sede da publicação era protegida por dois policiais, que foram mortos pelos terroristas hoje, desde que passou a receber ameaças por ter publicado charges do profeta Maomé, consideradas ofensivas ao Islã.

O crime foi cometido no momento em que os cartunistas estavam na redação para a reunião semanal de pauta. Um dos terroristas teria gritado: “Nós vingamos o profeta, nós matamos Charlie Hebdo”.

O atentado terrorista, o pior registrado na França nos últimos cinquenta anos, provocou ondas de choque e consternação. O fato de terem atacado uma redação foi considerado um ataque à própria liberdade de expressão do país, segundo reconheceu o presidente François Hollande, logo após deixar a sede da publicação hoje de manhã.

“Ouvimos dizer que os terroristas gritaram Allah Akbar [Deus é Grande] enquanto davam os tiros. Qualquer que seja a razão que tenham tido isso é uma coisa intolerável”, disse ao Terra a francesa Isabelle Carrere, enquanto segurava uma cópia da revista em quadrinhos perto do cordão de isolamento montado pela polícia na rua que sedia a redação.

“Atacar uma redação com armas pesadas é o tipo de vilência que a gente vê no Iraque, na Somália ou no Paquistão”, comparou Christophe Deloire, secretário-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras, pouco após deixar o local do atentado.