Cultura

Cachaça é tema de lançamento no Palacete das Artes, na sexta-feira, 31

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Ascom PA , Salvador | 28/10/2014 às 13:11
Sexta feira a partir das 17h
Foto: DIV
Considerado um clássico na sua especialidade, o livro Cachaça, Moça Branca, de autoria do professor José Calasans, será lançado em terceira edição pela Universidade Federal da Bahia (Editora da UFBA/Edufba) no dia 31 de outubro, às 17h, no Palacete das Artes. O livro foi escrito na década de 1950 e é tido como uma das mais completas e originais pesquisas sobre a cachaça, produto genuinamente brasileiro que remonta aos tempos da colonização do país, impulsionada pelos engenhos de cana de açúcar do Nordeste. Essa nova edição tem o propósito, sobretudo, de homenagear José Calasans, professor emérito da UFBA e reconhecido pesquisador baiano.  
Segundo o historiador e folclorista Jackson da Silva Lima, que assina o prefácio da nova edição do livro, Cachaça, Moça Branca “é uma obra clássica do folclore nacional, toda ela elaborada com mão de mestre, desde a parte da coleta de dados, passando pela arrumação do texto, até o seu estágio final de livro...A obra continua um modelo para gerações de folcloristas, onde a pesquisa de campo é trabalhada em seus próprios elementos, com a naturalidade das grandes inteligências...”.

Pesquisa nos anos 40

O livro "Cachaça, Moça Branca" é fruto de pesquisas realizadas por José Calasans durante a década de 1940, tendo sido publicado em duas edições durante o ano de 1951. Na época, suas investigações sobre a cachaça na poética e oralidade popular mereceram observações criteriosas de Luís da Camara Cascudo, Gilberto Freyre, Sodré Viana, Veríssimo de Melo, Manuelito Campos, Ivan de Andrade e Théo Brandão.

Pitoresca, engraçada em muitas passagens, a obra escrita por Calazans é conduzida em meio a associação do tema central com a cultura popular. Passa pelos ditos e ditados populares (“Cachaça e bolacha em toda parte se acha”), envereda pela poesia, brinca com adivinhações, faz a genealogia da cachaça até chegar às sugestões para curar o vício da bebida, segundo crendices da época: “Cura-se radicalmente tomando a bebida misturada com areia de cemitério ou com pena de urubu torrado sem que o paciente saiba”, ensinavam os antigos. Finalmente, o livro oferece um espirituoso vocabulário de palavras e expressões relacionadas com o tema.  

Caninha, canha, capote de pobre, cana-capim, camulaia, caiana, cambraia, ferro, gaspa, gás, rama e suor de alambique são alguns dos sinônimos populares, dos mais pitorescos aos mais amorosos, para a cachaça, que tem forte presença na região Nordeste. “A cachaça é, por excelência, a bebida do povo”, escreve num dos capítulos do livro Junot Silveira, lembrando que a “branquinha”, como também é conhecida, “é uma espécie de droga milagrosa. Serve para o calor e para o frio. É lareira e frigorífero ao mesmo tempo”.

Serviço:
Lançamento do livro Cachaça, Moça Branca
31 de outubro, sexta-feira, das 17h às 21h

Palacete das Artes – Rodin Bahia