Cultura

MORRE em Campinas a mais antiga educadora de Serrinha aos 100 anos

Os mais antigos de Serrinha tem enormes lembranças da saudosa professora Anita Gonçalves e da loja A Pérola, de Elisio Freitas
Tasso Franco , da redação em Salvador | 27/10/2014 às 11:09
Professora Ana Gonçalves de Freitas (Anita) ao complatar 100 anos de idade
Foto: Antonio Freitas
   Faleceu recentemente em Campinas, aos 100 anos de idade, a professora Ana Gonçalves de Freitas (Professora Anita) uma educadora nascida em Serrinha/BA a 16 de junho de 1914 e que ajudou na formação educacional de centenas de jovens em Serrinha, Alagoinhas e Salvador.

   De família serrinhense foram seus pais José Gonçalves da Silva e Tertuliana de Carvalho e Silva, seus avós paternos Antonio Desidério Gonçalves e Isabel de Jesus e Silva, avós maternos João José Pereira e Josepha Alves de Carvalho.

   Casou-se em 16 de fevereiro de 1949 com Elisio de Araujo Freitas (18/02/1916 - 23 /11 /2001), também de família serrinhense, estabelecido no comercio da cidade, na loja da família - A Pérola. Esta loja que ficava localikzada na praça Luiz Nogueira marcou época na cidade. 

   Deste foram pais Antonio Alvares de Freitas e Elisa de Araújo Freitas, avós paternos Felisberto Tolentino Alvares e Ignacia Alvares de Freitas e maternos José Joaquim de Araújo e Carolina Carneiro de Araújo.

   Ao longo dos seus bem vividos 100 anos dois meses e meio de vida viu nascer e conviveu intensamente com um filho, nora, dois netos e um bisneto.

   Foi aluna entre outras das profs. Rita Marques, Astrogilda Guimarães e Zilda Mota com quem trocava correspondência até não muito tempo atrás. Mudando-se para Salvador com seus pais, a professora Anita, como era conhecida, formou-se na Escola Normal da Bahia no ano de 1934. 

   Iniciou sua atividade docente assumindo uma escola em Barrocas, então distrito de Serrinha. De lá se transferiu para Serrinha continuando seu magistério e formando várias turmas de alunos. Deles lembrava com tanto carinho e intensidade que era como se com eles continuasse convivendo. Acompanhou com entusiasmo a criação do Ginásio de Serrinha cogitando mesmo nele atuar. Contudo teve seus planos suspensos pela necessidade de acompanhar o marido. 

   Mudou-se então em 1953 para Alagoinhas onde deu sequência ao seu prazer maior - ensinar crianças. Em 1962 mudou-se para Salvador onde se se aposentou em 03/10/63 mudando-se para Niteroi/RJ nesse mesmo ano. Aí viveu até 2004 quando então passou a residir com a família do filho em Campinas/SP; lá se foram então mais dez bem vividos anos em companhia dos netos e bisneto. 

   "Nunca esqueceu sua amada Serrinha e costumeiramente lembrava relatava com ricos detalhes fatos, como as festas cívicas e religiosas os amigos, as professoras de quem fora aluna, as colegas, e tantas outras pessoas que marcaram sua vida na cidade", destaca seu filho Antonio Freitas. 

   Nesse conjunto de lembranças seus alunos tinham o lugar especial; pois deles não só contava os tempos de sala de aula, como vibrava com o seu desenvolvimento posterior. Relatar o sucesso de cada um era para ela uma imensa satisfação.

   Até mesmo dos tempos de Barrocas estórias não faltavam como as vezes que teve que abandonar apressadamente a fazenda onde lecionava para refugiar-se na sede do Distrito por conta de notícias de uma iminente invasão do bando de Lampião.