Cultura

ITABUNA: Cine FICC destaca trabalho de Zélia Lessa e arte de Shinton

Aconteceu esta semana em Itabuna
Tasso Franco , da redação em Salvador | 01/08/2014 às 14:37
A maestrina Zélia Lessa Maria Ja
Foto: Eric Souza
Ainda em comemoração dos 104 anos de emancipação política da cidade de Itabuna, a Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC) realizou uma sessão especial do Cine Ficc. Em cartaz, o novo trabalho assinado pelo produtor e diretor Carlos Shintomi. O projeto, “Cine Memória Grapiúna”, trouxe no seu piloto uma justa homenagem à Zelia Lessa, um dos maiores símbolos identitários da cultura grapiúna.

Autora de uma das peças musicais mais emblemáticas, a “Rapsódia Grapiúna”, Zelia é responsável, há 60 anos, pelo coral “Cantores de Orfeu”, através do qual descobriu muitos dos grandes talentos musicais genuínos existentes em Itabuna. No vídeo, a própria Zelia narrou com graça, sabedoria e até com uma certa dose de humor inteligente, tudo o que permeou sua história profissional. Amigos, alunos e ex-alunos, personalidades da cultura, também falaram de suas satisfações em terem tido, em algum momento de suas vidas, a presença de Zelia Lessa.

Na abertura dos trabalhos, Carlos Shintomi falou das dificuldades naturais de todo processo criativo e cultural, falou do apoio da FICC e da Prefeitura de Itabuna e lançou mão da ideia dos artistas de Itabuna se engajarem no que ele chama de “Movimento do Orgulho Grapiúna”, através do qual pondera sobre o papel do artista local na valorização da cidade.

Nomes como o do jornalista Ramiro Aquino, o diretor teatral Aldo Bastos, o poeta Antônio Oliveira, e outros como Raquel Rocha, Glória Brandão, Walmir do Carmo, Eglê Machado, Maria Jambeiro, prestigiaram o lançamento do vídeo, que contou também com a presença da ilustre homenageada, a professora Zelia, que comentou, ao final da exibição que Shintomi conseguiu construir, ao longo do roteiro, uma narrativa muito bonita, emocionante e bem pontuada. Lessa disse ainda que o seu trabalho é contínuo e que não há de terminar tão cedo, e que quem quiser participar do seu projeto, o “Cantores de Orfeu”, está mais do que convidado. A Sala de Cinema da FICC teve lotação máxima.


O “Cine Memória Grapiúna” contou com o apoio da Prefeitura de Itabuna e da FICC. A próxima exibição está agendada para o dia 15 de agosto, no Teatro Zelia Lessa, espaço, aliás, que foi reformado pela FICC e transformado em teatro. Chegou-se a cogitar, à época, a legalidade da manutenção do nome de Zelia no local, mas prevaleceu-se a justa homenagem que fez-se à artista. “Zelia Lessa  é, hoje, uma das lendas vivas de nossa história, de nossa cultura”, pontuou Carlos Shintomi.

O jornalista Ramiro Aquino disse que a noite de 29 de julho de 2014, é uma dessas para “entrar na história da nossa cultura local, em que um cineasta de nossa cidade produz um material de primeiríssima qualidade sobre uma personalidade grandiosa e que, para além disso, o público é brindado com um bate-papo sobre os aspectos culturológicos contemporâneos de Itabuna. “É importante que a FICC não deixe passar um acontecimento como esse em branco, e que daqui a 40, 50 anos, os fazedores de nossa cultura se lembrem de que num dia 29 de julho de 2014, um trabalho assinado por Shintomi foi colocado à disposição da cultura grapiúna de um modo muito generoso, com uma escolha acertada, que foi a de homenagear Zelia Lessa”, disse.