Cultura

3ª BIENAL: Galeria de taipa será inaugurada na Escola de Belas Artes

Espaço criado pelo artista visual baiano Maxim Malhado em Vila do Sítio Novo, em 1997, ganha versão com três casas de taipa na Escola de Belas Artes UFBA. Nesta segunda, dia 2 de junho, às 20h.
Tasso Franco , da redação em Salvador | 31/05/2014 às 21:33
Inaugura segunda, 2, na UFBA, Escola de Belas Artes
Foto: Alfredo Mascarenhas
Montar uma galeria de arte em uma pequena cidade de dois mil habitantes. Foi isso que o artista visual Maxim Malhado fez em 1994, quando inaugurou oficialmente um espaço cultural para exposições, em Vila de Sítio Novo, distrito do município de Catu, a 90 km de Salvador. O pioneirismo do galerista é destacado na 3ª Bienal da Bahia, com a remontagem da Esteio Galeria de Arte na capital baiana. Maxim é o autor do projeto com três casas de taipa, erguidas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, que podem ser vistas pelo público a partir das 20h do dia 2 de junho.

Realizadora da Bienal, a Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) abre o espaço logo após a realização do programa Bienal Foge da Escola, na Reitoria da Ufba, às 18h. Encerrado o primeiro programa do dia, os visitantes seguem a pé até a EBA. Lá uma das casas de taipa foi separada para abrigar o memorial da Esteio, reunindo trabalhos de Maxim (desenhista e pintor de 47 anos), e de autores que colaboraram com a galeria, doando peças. É o caso de nomes como Caetano Dias, Yuri Sarmento, Sergio Rabinovitz, Rogério Maciel, Justino Marinho, Hermano Boa-Morte, Erivelto Figueiredo, Luís Ramos e Floriano Santos.

Os artistas Tuti Minervino e Tecco Ribeiro fazem exposições individuais nas outras casas, expondo trabalhos por um mês, para dar espaço em seguida para outros expositores. Maxim Malhado está coordenando a programação das casas que construiu com a técnica de taipa de sopapo e com ajuda de trabalhadores da Vila de Sítio Novo, onde a Esteio funcionou de 1994 (ainda informal) até 2006.

Andaimes e casas

“Na 26ª Bienal de São Paulo de 2004 eu levei andaimes de madeira, que servem para construir casas de taipa. Na Bienal da Bahia eu construí casas”, diz Maxim Emocionado, ele conta que Nancy Novaes, diretora da EBA, foi procurada por vários professores, que estão pedindo para as casas continuares na escola. “Se isso acontecer, será de grande importância para mim”, fala.

Maxim Malhado nasceu no sul da Bahia, em Ibicaraí e, aos 2 anos, foi morar na Vila de Sítio Novo. Com 17 anos passou a residir em Salvador, onde se formou em Educação Física. Já desenhava quando ingressou na Escola de Belas Artes da Ufba, onde, apesar de não concluir o curso, saciou a sede de conhecimento de disciplinas como estética, história da arte, filosofia.

Em 1994 pediu ao pai a casa que ele construía no interior em formato de L - “um vão,  com um banheiro, que só podia servir para galeria” -, onde fez exposições e leilões, reunindo público em torno da arte contemporânea. Além das ações na Esteio, o artista participou de inúmeras exposições e salões, na Bahia e em outros estados brasileiros. Em 2001 foi premiado no 8º Salão do MAM-BA. Atualmente Malhado mora em Massarandupió, onde criou uma feira de artes, onde vende seus trabalhos ao lado de outros artistas.

SERVIÇO
Abertura da Esteio Galeria de Arte
Onde: Escola de Belas Artes da Ufba (Rua Araújo Pinho, 212, Canela)
Quando: segunda-feira, dia 2 de junho, às 20h. Até 7 de setembro