Artistas de 23 países irão participar da 3ª Bienal da Bahia, que absorve investimentos da ordem de R$6,8 milhões somente do Governo do Estado, via Secretaria da Cultura (Secult-Ba), totalizando recursos de R$7,4 milhões.

 O anúncio foi feito pelo secretário Albino Rubim, em coletiva que reuniu jornalistas de veículos de comunicação na manhã de hoje (23 de maio), no Palácio Rio Branco (Praça Municipal). 

A Bienal aglutina 200 artistas, sendo 80 baianos, começa na próxima quinta-feira, dia 29 de maio, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), e segue até 7 de setembro. As ações do evento, que tem como tema principal É Tudo Nordeste?, voltam-se para uma Bahia em interatividade com a sua região.

Além do secretário Albino Rubim, a mesa da coletiva de imprensa da 3ª Bienal da Bahia foi composta por Marcelo Rezende, diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia e curador chefe do evento; Ana Pato, curadora chefe do evento; Maxim Malhado, artista e galerista; Elias Gomes de Souza, coordenador da Fundação Hansen Bahia; e Elisabeth Gándara, diretora do (IPAC).

“Por decreto de 2009 do governador do estado, Jaques Wagner, a Bienal deveria acontecer já em 2011. Mas preferimos acalentar este projeto, fazendo estudos para uma relação com as edições anteriores, de 1966 e 1968”, detalhou o secretário. Ele argumentou que era importante que a Bienal dialogasse com os anos 60 da Bahia, dando continuidade, em 2014, ao propósito de amadurecimento e voltando-se não apenas para Salvador, mas também para cidades do interior, reforçando as políticas que o governo desenvolve no estado.

Além desta ponte com o estadual e o regional, Albino Rubim destacou que muita coisa mudou após uma lacuna de 46 anos, desde que a edição de 1968 da Bienal da Bahia sofreu censura militar: “Nós vivemos um mundo imenso de conjuntos de redes, nós estamos dialogando o tempo todo. E a cultura não é uma coisa estática. É importante que a Bienal da Bahia esteja sintonizada com o diálogo com o mundo”. O secretário ainda falou sobre o vínculo do evento com a educação, em várias ações formativas.

Gerações de autores

O curador chefe Marcelo Rezende fez um discurso que emocionou vários dos artistas presentes na coletiva, sobretudo autores que participaram de edições anteriores do evento. Sobre Juarez Paraíso ele disse: “Ele me deu a chave para olhar a Bahia de uma forma não só universal, mas cósmica”. Na sua fala, Rezende ainda citou artistas de diferentes gerações e que estão unidos na Bienal de 2014, como a coreógrafa Lia Robato, que ministra oficina na temporada; Maxim Malhado, da Galeria Esteio (reproduzida na Escola de Belas Artes); Juraci Dórea, que faz a 50ª edição de seu Projeto Terra; e Gaio, que está construindo uma escada. 

Vinte cidades do estado serão mobilizadas pela Bienal. “Após a abertura e com o desenvolvimento da programação, que tem dois momentos, um antes e outro depois da Copa, serão ocupados 80 espaços no estado”, contabiliza Marcelo.  “Isso demonstra que a Bienal é, de fato, um projeto coletivo, que trabalha a inteligência das pessoas”, concluiu.

Ações gratuitas

A também curadora Ana Pato reforçou que o objetivo é atrair um grande público paras as diversas ações gratuitas. Ela citou como exemplo os encontros para debates entre artistas, arquivistas, bibliotecários, museólogos e técnicos.

“Queremos fazer as pessoas conhecerem o lugar onde Padre Vieira viveu; o segundo maior arquivo da histórica do Brasil; os instrumentos de Smetack; e o acervo da revolta dos Malês – em árabe”, destacou. Como um dos frutos destes encontros, o artista cearense Ícaro Lira, um dos residentes do Instituto Sacatar, na Ilha de Itaparica, está desenvolvendo um trabalho relacionado com peças do cangaço, como armas e vestimentas.

SERVIÇO:

Abertura da 3ª Bienal da Bahia

Quando: de 29 de maio (quinta-feira), às 18h. Evento segue até 7 de setembro

Onde: MAM (Solar do Unhão, Av. Contorno s/n)

Entrada franca