Cultura

BIENAL DA BAHIA resgata sua origem com mostra no São Bento, dia 31

A mostra Reencenação resgata eventos realizados em 1966 e 1968. Objetos e documentos podem ser vistos no Mosteiro de São Bento, a partir de 31 de maio
Cia da Comunicação , Salvador | 16/05/2014 às 09:43
Composição de Dança, de Lia Robato, catálogo da primeira Bienal da Bahia, 1966
Foto: DIV
Em 1968, censura militar atingiu a 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas (evento que ficou conhecido como Bienal da Bahia). Uma intervenção militar destruiu e/ou confiscou cerca de  das três mil obras expostas no Convento da Lapa, em Salvador. Este momento histórico é resgatado agora, 46 anos depois, por meio da mostra Reencenação, que será aberta às 19h do dia 31 de maio (sábado), no Mosteiro de São Bento.

 A exposição integra a programação de abertura da 3ª Bienal da Bahia, evento realizado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA). A entrada é gratuita.
 
A Reencenação também traz à tona a memória sobre a primeira edição da Bienal da Bahia, realizada em 1966, no Convento do Carmo. O resgate das duas edições conta com exposição de documentos e objetos das bienais anteriores e inclui depoimentos de personalidades que acompanharam os fatos relacionados à segunda mais antiga Bienal da América Latina.
 
“A censura à Bienal da Bahia sempre é uma nota de rodapé, mas talvez seja o maior caso de censura de um evento do gênero, já que envolveu centenas de artistas brasileiros e estrangeiros”, considera o curador Fernando Oliva. Ele destaca que, em 1968, a Bahia era um lugar que estava se formando como um centro cultural à parte do eixo Rio-São Paulo e que, por isso, os acontecimentos têm grande importância. “O fechamento não virou manchete e agora fazemos uma tentativa de escrever um pouco desta história”, detalha a curadora-adjunta desta terceira edição do evento, Alejandra Muñoz.
 
Os organizadores pretendem mostrar aos visitantes as obras que se perderam no ato de censura aplicado após a promulgação do Ato Institucional Nº 5 (o AI 5), em 1968. Foram apreendidas peças de importantes artistas como Juarez Paraiso (idealizador e coordenador da Bienal), Lênio Braga, Claudio Tozzi, Siron Franco, Antonio Manoel e Farmese de Andrade, entre outros.
 

SERVIÇO:

Abertura da mostra Reencenação

Quando: 31 de maio (sábado), às 19h.

Onde: Mosteiro de São Bento (Largo de São Bento, 1)

Entrada franca