Cultura

Secretário A. Rubim assina registro do Bembé como patrimônio imaterial

Secretário Albino Rubim assina registro do Bembé como patrimônio imaterial da Bahia
Secult ,  Salvador | 13/05/2014 às 22:13
Bembé em Santo Amaro da Bahia
Foto: Lázaro Menezes
O secretário de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), Albino Rubim, assinou na noite de ontem (12), em Santo Amaro da Purificação – a 79 km de Salvador – o registro no Livro de Eventos e Celebrações que torna a ‘Festa do Bembé do Mercado’ um Patrimônio Cultural Imaterial.
 
Cerca de 100 pessoas prestigiaram o evento, como a diretora geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultura (IPAC), Elisabete Gándara, o secretário de Cultura de Santo Amaro, Rodrigo Veloso, além de dezenas de yalorixás e babalorixás de terreiros de candomblé da região, autoridades municipais e estaduais.
 
A festa surgiu em 1889 quando um grupo de escravos recém libertos através da Lei Áurea, promulgada no ano anterior (1888), resolveu comemorar nas ruas da cidade. São 125 anos de manifestação com uma grande programação que, em 2014, vai de hoje (13) até domingo (18), incluindo batuques, danças, músicas e até presente para os orixás das águas.
 
Além do registro o secretário Albino Rubim anunciou que a SecultBA lançará ainda este ano, um livro sobre essa manifestação popular. “A divulgação e difusão do conhecimento técnico-científico produzido na SecultBA é uma das ações previstas nos planos de salvaguarda dos bens culturais registrados e uma obrigação regimental do IPAC”, salientou Rubim. A coleção intitulada ‘Cadernos do IPAC´ já publicou livros sobre a Festa da Boa Morte, Carnaval de Maragojipe, Desfile de Afoxés, Pano da Costa, Festa de Santa Bárbara e Ofício de Vaqueiros.
 
30 TERREIROS – “Foi muito bonito ver o pessoal dos candomblés batendo atabaque após a assinatura, como um ato de afirmação identitária”, disse o assessor técnico da Prefeitura de Santo Amaro, Carlos Dias. Três babalorixás e uma yalorixá discursaram representando toda a comunidade.
 
Um deles, o babalorixá Pai Pote, do terreiro Ilê Axé Oju Onirê, foi o autor do pedido de registro feito ao IPAC. Depois, Pai Gilson do Ilê Axé Onorobé Loni, Pai Rogério do terreiro Oxóssi Mutambô e a mãe Zilda do Ilê Axé Oyá Simba Lemi. “Foi um evento lindo, bem organizado e que deixou satisfação em todos nós”, disse Pai Pote. Para Pai Rogério, o mais importante foi conseguir reunir de uma só vez e num só local mais de 30 terreiros da região.
 
O registro do Bembé como bem intangível foi solicitado pela Sociedade Civil do Terreiro de Ilê Axé Oju Onirê em 2009. A partir de então, o IPAC/SecultBA, iniciou pesquisas com equipe multidisciplinar reunindo documentos e recortes de jornais antigos, imagens, relatos e entrevistas que formaram um dossiê para comprovar a importância histórica, cultural e antropológica da manifestação.
 
“A festa tem caráter singular e representativo de identidade cultural”, disse o gerente de Patrimônio Imaterial do IPAC, Roberto Pellegrino. O decreto nº 14.129 assinado pelo governador Jaques Wagner foi publicado no Diário Oficial em 2012, referendando os estudos do IPAC.