Cultura

EXPO 'SACERDOTE DE UMA RAÇA' da Mãe Menininha abre no S. Iguatemi, 2

Expo fica em cartaz até 22/5
ASCOM , Salvador | 30/04/2014 às 14:51
Sacerdote de uma Raça
Foto: DIV
Com iniciativa e realização do Shopping Iguatemi, curadoria do Memorial Mãe Menininha do Gantois e parceria institucional da Associação de São Jorge Ebé Oxossi, Rede Bahia, Fundação Casa de Jorge Amado e Bamp Design e Marketing será apresentada, no período de 02 a 22 de maio do corrente ano, a exposição “Sacerdotisa de uma raça, rainha de uma nação”, em homenagem a Mãe Menininha do Gantois.

 Participamos aos filhos e amigos da Casa mais esse momento de homenagem, esperando a visita de todos durante o período da mostra para prestigiarem o presente trabalho, segundo informações da Iyá Kekerê Ângela Ferreira, Vice-Presidente ASJEO

 

SERVIÇO:

Exposição “Sacerdotisa de uma raça, rainha de uma nação”                

Local: Praça Mãe Menininha de Gantois, 3º Piso – Shopping Iguatemi    

Data: 02/05 a 22/05/2014

Horário de funcionamento: Segunda a sábado das 09 às 22h e domingos e feriados das 13 às 21h

 
INFORMAÇÕES ADICIONAIS

O projeto de exposição reúne registros fotográficos sobre Maria Escolástica da Conceição Nazareth – Mãe Menininha do Gantois.

O eixo principal acontece por meio de fotos que refletem as referências femininas, numa tentativa de resgatar nuances de gênero. Foram 64 anos à frente da Casa do Gantois. Muitas batalhas vencidas, muito amor disseminado e, principalmente, o sentimento de missão cumprida, ao propagar o verdadeiro sentido do Candomblé para o mundo. Foi desta forma que Maria Escolástica da Conceição Nazareth - Mãe Menininha do Gantois - desenhou a sua história deixando um legado de ensinamentos valiosos para a perpetuação da religiosidade de matriz africana na Bahia.

Objetivos Gerais: Destacar a vida e legado de Mãe Menininha do Gantois, integrado ao um espaço múltiplo. Chamar a atenção do público para as questões de gênero, inclusive com a especificidade da mulher negra na sociedade baiana e seu processo de empoderamento; assinalar a perspectiva contemporânea no campo da antropologia em reconhecer o matriarcado do candomblé na Bahia do início do século XX; incentivar a preservação da memória nas comunidades, buscando, também a identificação dos partícipes da história de suas famílias; divulgar o acervo fotográfico como importante fonte de estudos e acessibilidade ao conhecimento e, nesse momento, principalmente, no que compete ao reconhecimento da importância da mulher negra na formação social afro-brasileira; ressaltar a importância de trabalhos voltados para a abordagem étnica;

Durante grande parte do século XX muitos estudiosos a nível nacional, inclusive estrangeiros despertaram interesse em desenvolver pesquisas no Brasil, tendo como um dos alvos as comunidades herdeiras das tradições de matriz africana. Com isso, intercâmbios foram realizados em nome da ciência, para tentar entender e explicar modos de vida, comportamentos, conglomerados humanos e suas culturas.

Esse fato terminou ampliando o universo de estudos sobre as organizações sociais e práticas religiosas. Na Bahia, conseguiu suplantar a ideia inicial e abordou a mulher no contexto da religiosidade do candomblé, com enfoque para o papel de líder e de mãe.

Muitos registros fotográficos conseguiram visualizar a supremacia feminina nas instituições religiosas do candomblé em detrimento à sociedade de regime totalmente patriarcal. E, o Gantois, enquanto célula desse universo teve destaque com a célebre Mãe Menininha do Gantois.

O trabalho de exposição proposto é um convite ao mergulho em etnografias e memória social, numa perspectiva de reconhecimento do “outro”, e também o tratamento diferenciado com as questões de gênero e raça.

Em pleno século XXI, num momento de evidência das conquistas femininas em diversos campos da sociedade, da política, da economia, do trabalho, dentre outros, a História e a Antropologia passam a ter mais e mais trabalhos voltados para as particularidades de Gênero, com eventos que tratam das lutas da mulher, inclusive de identidade negra, onde Mãe Menininha permanece uma fonte de discussões sobre o fenômeno do matriarcado e das relações sociais em comunidades afro-brasileiras.

O projeto contribuirá para o restabelecimento de um importante conjunto de informações etnofotográficas, onde a imagética será utilizada sistematicamente como instrumento do resultado de uma pesquisa que foi produzida em termos das questões de gênero, sendo uma ponte de salvaguarda da memória.