Cultura

SOLISLUNA lança Verbo Encantado próximo dia 12 na Casa de Jorge Amado

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JC , Salvador | 10/04/2014 às 08:38
As 22 edições do jornal alternativo Verbo Encantado em livro de Armindo Bião
Foto: DIV
O jornal o Verbo Encantado, publicação baiana e alternativa que circulou semanalmente entre outubro de 1971 a março de 1972, reaparece agora com todas as suas 22 edições completas, compondo o livro O Verbo Encantado, assinado por Armindo Bião (1950-2013). O lançamento será no próximo dia 12 de abril (2014), às 11hs, abrindo as atividades da Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho. 

O livro, em capa dura e acabamento de luxo, com design e projeto gráfico da Solisluna Editora (leia-se Enéas Guerra e Valéria Pergentino) e impresso na Gráfica Viena, em São Paulo, traz de volta textos e personagens que tiveram participação ativa naquela virada de década que ficaria conhecida como o “verão do desbunde”. 

O verbo trazia textos e entrevistas com gente como Álvaro Guimarães (idealizador, sócio e editor do Verbo, junto com Bião), Jorge Mautner, Waly Salomão, Vinícius de Moraes, Chacal, Pedro Karr, Luciano Diniz, Diógenes Rebouças, Antonio Risério, Macalé, Carlos Ribas, Athenodoro Ribeiro, Jorge Salomão, Gilberto Gil, José Cerqueira, Paulinho da Viola, Macalé, Vinícius de Moraes, Mário Cravo, Capinam, entre outros. 

Ilustrando gráfico-visualmente as suas páginas, gente como Ângelo Roberto, Glay Melo, Dicinho, Jota Cunha, Gilson Rodrigues e vários outros desenhistas artistas plásticos e fotógrafos como Ricardo Lisboa e Marcos Maciel. 

O TEMPO DO VERBO

De um lado, um grande número de jovens buscava uma saída pela luta armada. De outro, pelo confrontamento aos padrões comportamentais rígidos, autoritários e moralistas do período. Em comum entre o movimento existencial de ambos, o cenário de então: o Brasil vivia um dos períodos mais negros da ditadura militar, com a vigência sem tréguas do Ato Institucional nº 5.

É dentro deste contexto, entre o final de 1960 e início dos anos 70, buscando escapar das mordaças impostas pela censura aos grandes órgãos de imprensa, que passa a circular no Brasil um tipo de produto editorial que trazia uma visível estranheza para os padrões jornalísticos da época. A sua temática principal não buscava outro objetivo senão o de servir de suporte de comunicação para as transformações que já estavam nas ruas.