Cultura

CINEMA: Como não perder essa mulher? uma boa surpresa, p DIOGO BERNI

O Caminho da Liberdade, de Peter Weir, é um extraordinário filme, muito interessante, relfexivo
Diogo Berni ,  Salvador | 14/12/2013 às 12:50
O filme Como não perder essa mulher? é surpreendentemente bom
Foto: DIV
   Como Não Perder Essa Mulher?, EUA, 2013. É bacana quando um filme em que você não espera nadica de nada e ele te surpreende positivamente. Esse é o caso deste, onde o protagonista (Joseph Gordon-Levitt) escreveu e ainda dirigiu seu primeiro longa. 
   
   O filme nos conta a vida de homem na casa de seus quase trinta, oriundo de família italiana, que tem certa estabilidade financeira e por isso as únicas coisas que tem valor pra ele é a família, sua religião (católica), seu corpo, seu apartamento, seu carro turbinado, amigos de balada e claro: a própria balada com as mulheres que transava.

   Esse cara mais ou menos resolvido tinha um fetiche um tanto quanto excêntrico; Preferia a masturbação ao invés de mulheres. Não se trata de nenhum caso gay, apenas se satisfazia melhor se masturbando do que transando. O cara era um tremendo viciado em vídeos eróticos tendo um dia chegado a marca de onze bronhas em um só dia. Quando se confessava falava ao padre que era casado e batia umazinha e por isso se achava pecador. 

   Enquanto malhava, como penitencia rezava dez Ave Marias e dez Pai Nossos, isso quando os vulgos pecados eram pequenos e quando eles cresciam os números de orações aumentavam enquanto ela treinava na academia de musculação. O filme é bacana, pois mostra como as pessoas atualmente tem medo da entrega, do amor, da troca mútua, que cá entre nós é sempre um risco, e às vezes pagar pra ver é de fato arriscadíssimo. 

   O filme ainda nos brinda com um humor inteligente e sarcástico em relação aos valores descartáveis de relacionamentos e do modo de viver da maioria das pessoas, quando uma imagem ou uma roupa ou um corpo bem definido valem mais que qualquer outra qualidade. Além do mais temos o privilégio de presenciar em cena as belezas das atrizes Scarlett Johansson e Julianne Moore  como namoradas do protagonista- diretor-roteirsta do agradável filme.
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     Esta semana vi uma coisa extraordinária que mexeu com meus brios de homem e ser humano, onde fica nítida a noção de tanto de gente ordinária que nos rodeia: Sem trocadilhos, apenas uma constatação. O filme é o Caminho da liberdade, do Peter Weir, EUA, 2010; Onde prisioneiros migram da Sibéria até a Índia.

   Isso mesmo, uma baita paletada que atravessa a antiga Rússia de ponta a ponta no período da primeira guerra mundial. Trata-se de uma caminhada desumana por fatores climáticos principalmente que cativa do começo ao fim, e por isso a constatação de hoje: Estarmos rodeados de pessoas ordinárias, sem pudores, sem valores e principalmente com pavor de ultrapassar as coisas ditas não ultrapassáveis por sei lá quem ou quando. 

   Por isso (e já sócio-filosoficamente escrevendo) que a maioria das pessoas de hoje se tornam ordinárias: Pelo medo da perda das vulgas conquistas materiais, não sabendo a maioria que esse medo paralisa coisas bem mais importantes do que uma coisa palpável, como a superação de seu limite mental e humano, como por exemplo, abdicar de sua própria vida para salvar a de um amigo que estava no “mesmo barco” que ele na fria e enorme Sibéria de 1913.

    O filme tem como tema a fuga do uma prisão russa de quatro prisioneiros do regime Stalinista na primeira guerra mundial, mas me parece que pelos fatores abordados, ou seja: a falta de coleguismo em nosso sistema atual que cada um come o outro e ainda por cima se deixarem come cru mesmo, sem nenhum temperinho, é que o filme se torna integralmente atual, pois sistemas econômicos e sociais mudam, mas o homem: esse é difícil de mudar, com um sempre querendo puxar o tapete do outro em qualquer época.

    Se me arriscasse em escrever que a criação humana fora um erro certamente me xingariam de reacionário, mas de fato é o que acho da alma humana e se pudesse escolher em reencarnar como uma planta ou um animal ficaria melhor satisfeito, pois para esse que voz escreve o ser humano é nada mais ou nada menos que um erro divino, mas como já estamos aqui nessa passagem e vivos (ou semi-vivos para alguns muitos), tentemos então melhorar o que dá para melhorar. E quando escrevo MELHORAR; Esta palavra tem de ser entendida em todos os sentidos, tais como: Integridade em todos os setores e sentidos possíveis, principalmente o político e os governantes que nos representam, e muito mal, por sinal

   . Enfim esse filme nos remete a insights de que tudo está andando a marcha ré no Mundo, mas que ainda dá tempo para recuperar o tempo perdido e marcharmos para um mundo mais consciente, transparente e justo, independentemente de sua raça, local onde nasceu e vive ou sua religião. Forte e bom filme é esse que nos faz a permitir pensar depois de assistir o sofrimento alheio da nossa própria raça, de que estamos literalmente na contramão de um caminho certo para a humanidade.
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    Rodando a bobina do retroprojetor temos o Monâco-Francês: Como arrasar um coração, do Pascal Chaumeil, 2010, que tem basicamente a seguinte sinopse: Uma agência de matrimônio às avessas. Esse é o tipo de negócio comandado por Alex (Romain Duris) e sua irmã. Os dois são contratados para provocar a separação entre casais apaixonados. 

A loucura se dá quando um homem muito rico chama os dois irmãos para pôr um fim no casamento da sua filha, mas tem uma pequena exigência: o trabalho tem de ser feito em uma semana. Além de o trabalho ter de ser realizado em sete dias apenas, o profissional que tem como função acabar relaciomentos acaba se apaixonando pela filha do empresário que pagara pelos seus serviços, e quando alguém está apaixonado todos sabem que a emoção fica distante anos luz da razão, e isso compromete e muito o seu oficio, que era acabar com o casamento marcado da sua inesperada paixonite aguda. 

O filme, além de sua estupenda fotografia no principado de Mônaco com seus mega iates fazendo como pano de fundo juntamente com um belo oceano translúcido azul; É uma comédia que tem sua própria consistência em relação ao seu roteiro ou a estória que propõe a contar, pois quando se vai assistir a um filme desse gênero pressupõe-se que a pessoa se divirta e ria, e isso acontece de fato pelo humor inteligente do filme, bem diferente de um filme de um Bruno Mazzeo da vida, por exemplo. Se for pra recomendar, recomendo. Envolve sedução, estratégia, logísticas para supostas armadilhas em acabar com um namoro, e acima de tudo uma bela fotografia.