Com opções de entretenimento para todas as idades, a Bienal do Livro foi o local escolhido por muitas famílias para passar o feriado desta sexta-feira (15), Dia da Proclamação da República. Crianças, jovens e adultos aproveitaram, além da extensa programação cultural do dia, os milhares de títulos que tiveram seus preços reduzidos em promoções promovidas pelos mais de 380 expositores presentes no evento.

A primeira mesa do dia, às 15h, reuniu a escritora mexicana Guadalupe Nettel, considerada pelos críticos como uma das mais importantes escritoras latino-americanas da nova geração e o escritor e editor Joca Reiners Terron, responsável pelo resgate de nomes importantes da literatura brasileira do final do século XX, para uma conversa no Café Literário, que desde o início da Bienal, vem surpreendendo o seu curador, o escritor João Paulo Cuenca, pelo alto nível dos debates. Mediado pelo Paulo Werneck - que foi, durante cinco anos, editor de literatura da Cosac Naify – o bate papo contou com tradução simultânea e versou sobre a literatura atualmente produzida na América Latina.

Às 18h30, o Território Jovem, espaço criado especialmente para os adolescentes, recebeu o curador da Praça de Poesia e Cordel, José Inácio Vieira de Mello, para bater um papo com a filósofa e escritora Márcia Tiburi sobre o amor na internet. O encontro, mediado pela jornalista Aline Castelo Branco começou quente, com a reflexão da Tiburi acerca do amor: “É só um discurso. E foram os poetas os maiores responsáveis pela propagação dos ideais do amor romântico”, provocou Tiburi. O debate contou com um público interessado, que não só lotou o Território Jovem, mas também participou das discussões sobre a ética das relações amorosas construídas na web.

Já na mesa das 19h30 do Café Literário, os projetos democráticos midiáticos que se destacaram em 2013 foram o foco do debate entre o jornalista e criador do Mídia Ninja, Bruno Torturra e o comunicólogo Rafael Puetter, mais conhecido no Youtube como Rafucko. Junto a uma platéia lotada, eles discutiram o papel da mídia nas manifestações do inverno de 2013 e mostraram vídeos exemplificando seus trabalhos. “Eu acho que o que nós vivemos atualmente é uma ditadura. Tem muita gente sendo torturada e a mídia corporativa não fala sobre isso”, disse Rafucko referindo-se às deficiências encontradas no sistema carcerário no Brasil.

O jornalista Bruno Torturra falou sobre democracia e contou como nasceu a Mídia Ninja no Brasil, destacando-o como um novo jeito de fazer jornalismo por um grupo de jovens que usa hoje seus smartphones para divulgar ao vivo os protestos de rua e eventuais confrontos com a polícia. “Neste período democrático que muitos dizem que estamos vivendo sumiu mais gente do que no período da ditadura militar. E isso é algo para se estudar. Então eu pergunto: para que vale a democracia se não podemos usá-la na nossa vida?”, indagou o jornalista. 

O dia ainda contou com as apresentações na Praça de Poesia e Cordel, que recebeu nesta sexta os poetas Elieser Cesar, Glauce Sousa, Iolanda Costa, Janete Lainha, Franklin Maxado e Salete Maria para o Sarau “Mil e um poemas em dez noites de poesia”.

A Bienal Bahia segue até o dia 17 de novembro, com atividades diversificadas: encontros e debates sobre temas atuais, saraus de poesia e cordel, contação de histórias, oficinas de criação literária, lançamentos, leituras públicas, sessão de autógrafos e livros dos mais diversos gêneros.

SERVIÇO:

11ª BIENAL DO LIVRO DA BAHIA

Data: 08 a 17 de novembro

Local: Centro de Convenções da Bahia - Av. Simon Bolivar S/N - Salvador – Bahia

Ingressos: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia-entrada). Professores, bibliotecários e profissionais do livro têm acesso gratuito.

Horário: 10h às 22h

Número de expositores: 385

Número de visitantes: expectativa de 270 mil pessoas

Área utilizada: 16 mil m² 

Sessões culturais: Café Literário, Baú de Histórias, Praça de Cordel e Poesia e Território Jovem