Cultura

IPAC restaura Palácio Episcopal e Catedral de São Francisco em Barra

Governador Jaques Wagner vai a cidade na quinta-feira, 3, para reinauguração dos monumentos
IPAC Ascom , Barra | 01/10/2013 às 17:58
Palácio Episcopal do município de Barra às margens do Rio São Francisco
Foto: IPAC
O governador Jaques Wagner inaugura nesta quinta-feira (03), às 10h, no município de Barra, oeste da Bahia, as obras de restauração e manutenção no Palácio Episcopal e na Catedral de São Francisco das Chagas, importantes edificações da cidade. Os serviços foram realizados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA).
 
As obras no Palácio e na Catedral de Barra – que fica a 546 km de Salvador – duraram cerca de três meses, com investimento no valor de R$ 444 mil, totalizando 1.998,50 m² de área beneficiada. Foram realizadas melhorias dos revestimentos, pinturas de paredes, recuperação de coberturas e esquadrias em todos os cômodos do Palácio, que reúne alojamentos, refeitório, cozinha, capela, residência episcopal e a cúria diocesana. Os mesmos serviços beneficiaram a Catedral. Segundo especialistas do IPAC, ambos os edifícios - localizados na Praça Barão de Cotegipe, de Barra, e com características dos meados do século XIX – detêm notável mérito arquitetônico. A Catedral possui tratamento neoclássico, enquanto que o Palácio apresenta-se como edifício de influência eclética.
 
PATRIMÔNIO CULTURAL

 – De acordo com o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça, as intervenções em Barra valorizam o patrimônio cultural, histórico e artístico do município, integrando-se às outras restaurações promovidas pelo IPAC em cidades baianas como Piatã, Xique-Xique, Lençóis, Cachoeira, São Félix e Salvador.
 
“Neste semestre, estamos realizando, em Salvador, a reforma completa da Quinta do Solar do Unhão, onde está o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), às margens da Baía de Todos os Santos, e que termina em 2014, além da iluminação cênica de mais quatro grandes monumentos do Centro Histórico, no bairro de Santo Antônio, e as obras emergenciais no Forte do Barbalho, no bairro de mesmo nome”, relata Mendonça.
 
Segundo o dirigente estadual, na capital baiana, a Secult-BA/IPAC ainda está restaurando sete painéis, murais e afrescos de renomados pintores modernistas na Escola Parque – Complexo Educacional Carneiro Ribeiro –, no bairro da Caixa D’Água, em parceria com a Secretaria da Educação (SEC), além da segunda etapa da Igreja e Cemitério do Pilar, no bairro do Comércio.
 
“Em Cachoeira, depois do programa federal Monumenta, estamos finalizando as obras do Memorial e do Centro Cultural da Irmandade da Boa Morte”, complementa o diretor de Projetos e Obras do IPAC, Paulo Canuto. Ele explica que com o Monumenta – via IPHAN/MinC – a Secult-BA/IPAC se responsabilizou pela execução de mais de R$ 38 milhões investidos em Lençóis e Cachoeira para restaurar cerca de 80 monumentos, conventos, igrejas, cine-teatros, orlas fluviais, praças, logradouros públicos e outros imóveis. O trabalho foi finalizado em 2012.
 
O IPAC ainda está desenvolvendo projetos para a requalificação dos largos do Pelourinho, Centro Cultural Solar Ferrão, Palácio da Aclamação, na Avenida Sete de Setembro, e Quarteirão Cultural, que fica entre a Ladeira do Ferrão, Baixa dos Sapateiros e ruas Frei Vicente e Gregório de Mattos. Mais informações sobre a obra de Barra são fornecidas na Diretoria de Projetos Obras e Restauro (Dipro) do IPAC no telefone (71) 3116-6726 e 3116-6630. Mais dados sobre outras ações do IPAC no site www.ipac.ba.gov.br, no facebook Ipacba Patrimônio e no twitter @ipac_ba.
 
 BARRA –HISTÓRIA

Antes conhecida como antiga Vila de São Francisco de Chagas da Barra do Rio Grande, o município de Barra está localizado no encontro do Rio Grande com o Rio São Francisco, no Médio São Francisco. 

A região era povoada primitivamente pelos índios acroás, na margem esquerda do Rio São Francisco, e pelos índios mocoazes, na direita, além de Tupiniquins, Xacriabás, Caiapós, Cariris e Aricobés. O povoamento da região surgiu a partir de uma fazenda de gado trazido do litoral no ponto onde o Rio Grande desemboca no Rio São Francisco, pertencente à Casa da Torre, então chefiada pelo 2º. Francisco Dias de Ávila Pereira, entre 1670 e 1680.

 Esta fazenda foi nomeada Fazenda Barra do Rio Grande, posteriormente chamada de Fazenda Barra do Rio Grande do sul para distinguir do Rio Grande do Norte. Os franciscanos ergueram na região a capela de São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande do Sul, criando um aldeamento de índios catequizados. 

Pela sua localização geográfica, tornou-se ponto de passagem obrigatório para quem se dirigia ao sertão do São Francisco e das boiadas do Piauí, Maranhão e Goiás, vivendo grande efervescência comercial e social entre 1891 e 1912. Em 1902 o vapor Saldanha Marinho começou a trafegar regularmente entre Pirapora, Minas Gerais, e Juazeiro, Bahia, passando por Barra, o que reforçou o comércio da região. A exploração de borracha de maniçoba também deu um impulso econômico à região. Esta cultura sofre declínio a partir de 1912. 

Em 1913 Barra torna-se diocese e a igreja matriz Senhor Bom Jesus da Boa Morte torna-se catedral. Somente em 1998 Barra integra-se à malha rodoviária brasileira com a ligação da cidade à BR-242, a rodovia federal Salvador-Brasília.