Cultura

CINEMA: Dossiê Jango, para refletir sobre a morte de JG, p DIOGO BERNI

A Família, dirigido e roteirizado por Luc Besson, França, EUA. Até que fim Robert de Niro fez um papel do tamanho do seu talento e consegue reviver os seus grandes personagens mafiosos.
Diogo Berni ,  Salvador | 28/09/2013 às 07:37
Dossiê Jango na tela
Foto: DIV
    Depois de Maio, de Olivier Assayas, França, 2012; Foi o grande vencedor como melhor roteiro original no festival de Veneza em 2012 e isso de fato não acontece por acaso.

    Em 1971, aos arredores de Paris e na própria capital a efervescência política é latente. Temos como protagonista Gilles (Clément Métayer), estudante do ensino médio que vive um dilema em ser ativista político ou artista. Como ativista o pré-adulto deveria obrigatoriamente se relacionar com o mundo, lutando por este, mas como artista ele não precisava fazer nada disso: seria mais solitário que um paulistano ( parafraseando o grande Zeca Balero ), teria apenas a obrigação de auto conhecer-te e mergulhar em seus pensamentos e percepções de vida para produzir seus trabalhos como desenhista e pintor.

    Além do protagonista o elenco era ainda encabeçado por Christine (Lola Créton), Alain (Felix Armand) e Jean-Pierre (Hugo Conzelmann) – que militam num grupo que defendia idéias revolucionárias, porém depois que uma “ação” dá em merda, todos eles são obrigados a ciganear durante outros países da Europa até a poeira baixar na França.

    Gilles , apesar de engajado politicamente, estava mais interessado em adquirir conhecimento para levar adiante sua arte – sua intenção é fazer cinema como seu pai, apesar de só saber pintar e desenhar. Particularmente duas nuances são importantes a serem destacadas no filme, que são: as idéias e ideais revolucionários dos jovens franceses da época de 1970 que depois viria a ser exemplo de luta por igualdade em outros países, e não diferentemente importante as experiências que esses mesmos jovens revolucionários tiveram durante esse período conhecendo drogas ilícitas como o LSD, heroína, maconha e raxixe, mas antes de tudo conhecendo a si próprios e o que seria melhor para eles, e isso não porque a “massa” dizia o que era bom ou ruim, ou seja, ter o discernimento para escolhas, ter opinião formada e não que deixem que a formem como meros “cidadãos –marionetes” estuprados pelos governos e seus sistemas escrotos.

    Um filme que aborda com sensibilidade o tema das revoluções, e pelo momento histórico que vivemos no Brasil com os nossos protestos nas ruas que poucas mudanças concretas  tiveram, se torna absolutamente necessário de assistir para então aprender a protestar com conhecimento de causas e o mais importante: com mudanças reais.
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   A Família, dirigido e roteirizado por Luc Besson, França, EUA. Até que fim Robert de Niro fez um papel do tamanho do seu talento e consegue reviver os seus grandes personagens mafiosos.

    De alguns anos pra cá não conseguia entender o porquê de tal desporudamento do ator em aceitar tantos convites de filmes e personagens fáceis de fazer e porque não escrever, estúpidos também. Ele deve ter ligado o foda-se  sabendo que não poderia mudar o lixo da indústria de Hollywood, se prestava então sarcasticamente a  fazer papéis fúteis, assim como eram os filmes dando uma resposta ao meio:

    “ Se é somente pela grana, então vamos escrachar de vez”. Não foram duas nem três vezes que ouvi e li de críticos gabaritados nacionais e internacionais que o ator aceitava tais personagens por estar em profunda depressão e sua carreira estaria no final, e final deprimente. Nunca acreditei em tais críticos e achava, assim como ainda acho , que a intenção do ator era dar “um tapa na cara” da indústria do cinema americano, mas só que com luvas, ou seja , com suavidade aceitando a se submeter a papeis e filmes menores que ele.

    Pois bem, escrito isto agora podemos voltar ao filme em questão, onde este não é nenhuma maravilha também, mas passa longe dos outros que o atorzaço vinha fazendo. A sinopse trata de uma família ítalo-americana ligada a máfia que depois de uma suposta traição fica obrigada a se mudar para a Normandia, então aí é que os problemas de adaptação começam em uma família nada típica formada por uma mãe católica e pilhada, uma filhinha de 17 anos boa de briga junto com seu irmão caçula, porém mais inteligente e por fim temos o pai da família: Sr. Robert de Niro, que faz o papel de um mafioso caçado por inimigos, vigiado e/ou protegido pelo FBI por fazer ter colaborado com informações para prender outro mafioso que possivelmente estava atrapalhando seus negócios no Brooklin em Nova Yorque. 

   De certo modo o protagonista por não poder tirar os pés de casa em uma pequena cidade francesa para sua própria segurança, assim dizia o FBI, começa a escrever uma autobiografia, e isso acontece por pura falta do que fazer. Todavia o filme não se torna monótono justa e exclusivamente pela atuação do seu protagonista que sabe como poucos interpretar um mafioso ou um fora-da-lei, mesmo que este mafioso estivesse à maior parte do filme trancafiado e grampeado dentro de uma casa com seu cachorro dentro.

   Existem certos filmes em que atores salvam estes, e este foi um caso típico disso com o seu protagonista por vezes lembrando em certas cenas os filmes em que De Niro brilhou, que foi a puta trilogia do mundo marginal da sétima arte de todos os tempos: O poderoso chefão I, II e III. Salve os grandes e cresça Hollywood.
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   Dossiê Jango, dirigido e roteirizado por Paulo Henrique Fontenelle, Brasil, 2012; Mostra de forma sublimar a morte do ex- vice presidente brasileiro Jango ou João Goulart ( vice de Jânio quadros na década de 1960, antes do golpe militar ). 

  O documentário tem a pretensão de provar de que Jango não fora morto por morte natural, mas sim por morte matada. Quem tem rixa ou raiva do colonialismo norte-americano imposto em praticamente todos os países da América do Sul esse é mais um documentário em que essa raiva se exponência e com verdades contundentes, escreva-se de passagem. 

   A fita mostra como Jango, Carlos Lacerda( ex-governador da Guanabara, atual Rio de Janeiro ) e JK, que era o nosso presidente do extinto Estados Unidos do Brasil, morreram os três em um curtíssimo período de tempo entre dezembro de 1976 a agosto de 1977 em pleno período de ditadura militar ferrenha. 

   O plano era simples: exterminar, e isso com apoio decisivo dos EUA, os principais nomes que poderiam vir a tomar a democracia no Brasil, fato este que se expandiria em toda América do Sul, coisa qual viria acontecer posteriormente. Até hoje existe teses que defende que Jango, que era cardíaco, morrera por um infarto fulminante por tanto comer carnes vermelhas e mal passadas em seus churrascos acompanhados de muitas doses de uísque em seu exílio no Uruguai.

    Outros muitos ( inclusive este em que vos escreve ) defende a tese de que Jango fora assassinado por uma suposta troca dos seus remédios que tomava diariamente para conter a alta pressão arterial por verdadeiros venenos produzidos por um renomado químico uruguaio a mando, óbvio, dos EUA, fato este comprovado através de grampos telefônicos entre o presidente norte-americano da época e agentes da CIA deles.

    Os outros dois propensos a tornar o Brasil mais uma vez democracia foram assassinados de fato ( estes sem dúvidas para supostas teses ), com Juscelino ou JK morrendo em um mal contado acidente automobilístico e Carlos Lacerda por uma injeção que tomastes contra gripe em um posto de saúde qualquer, ou seja, um prato cheio para os tentáculos do “Tio Sam” controlar a América do Sul e o Brasil desde aquela época, no século passado, e hoje ainda controlando com os supostos grampos da CIA em todos os brasileiros, inclusive em vossa presidenta, coisa da qual final e invariavelmente ficará como está, ou seja, nós “babando os ovos dos States” mais uma vez.