Cultura

ASSEMBLEIA doa livros de Hansen Bahia a bibliotecas de Cachoeira

Outro anúncio foi a inclusão do poeta, jornalista e fotógrafo Damário da Cruz entre os que terão perfis biográficos da coleção.
PB , Salvador | 19/07/2013 às 14:19
Jornalista Regina Bochicchio autografa livro sobre Hansen Bahia, em Cachoeira
Foto: MOKA
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo, doou um lote de 50 exemplares do livro “Hansen Bahia – Mestre Gravurista”, escrito pela jornalista Regina Bochicchio às bibliotecas escolares de São Felix e Cachoeira. A distribuição ficará a cargo da Fundação Hansen Bahia, que também receberá dez volumes da obra, integrante da coleção “Gente da Bahia”, publicada pelo Legislativo para preservar a vida e a obra de baianos notáveis.

 Outro anúncio foi a inclusão do poeta, jornalista e fotógrafo Damário da Cruz entre os que terão perfis biográficos da coleção. Criador do poema cartaz e do “Pouso da Palavra”, um ponto de cultura em Cachoeira, ele faleceu no ano passado.
A doação ocorreu momentos antes do lançamento desse livro, no foyer do auditório do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), ao final do seminário “Gravuras e Gravuristas” promovido pela instituição e Fundação Hansen. Regina Bochicchio atuou como debatedora. 

O presidente do Legislativo integrou a mesa formada para o encerramento dos trabalhos que teve também as presenças dos professores da URB Cláudio Manoel Duarte e Georgina Gonçalves, respectivamente, pró-reitor da URB e coordenadora do Centro de Artes, Humanidade e Letras da instituição, do coordenador da Fundação Hansen Bahia, Elias Gomes de Souza, e do secretário de Cultura do município, José Luiz Anunciação Bernardo.

No rápido discurso que proferiu o deputado Marcelo Nilo falou do programa editorial que fez executar, com 104 títulos lançados, oferecendo às novas gerações a oportunidade de conhecer obras relevantes esgotadas no mercado editorial, bem como a obra e a vida de baianos notáveis. Ele parabenizou a fundação e a Universidade pela realização do seminário que mantém viva a difícil arte da gravura, elogiando a figura do alemão “Hansen que de tanto gostar do nosso estado e da nossa gente colocou a Bahia em seu nome”. Para ele a opção pela boa terra de Hansen, e do argentino Carybé, é motivo de justo orgulho dos baianos natos, “pois nascer na Bahia é uma dádiva de Deus e escolhê-la para viver, sendo adotado pelos conterrâneos é algo ímpar, motivo de comemoração”, frisou. O presidente da Assembleia explicou os critéri os de seleção dos personagens da coleção Gente da Bahia, que já lançou 24 títulos, tem outros cinco em processo de impressão e até o final do seu mandato terá 40 volumes.

O coordenador da Fundação Hansen Bahia, Elias Gomes de Souza, agradeceu o apoio do Legislativo ao seminário e a doação dos livros, enaltecendo o trabalho editorial do Legislativo, enquanto o secretário de Cultura, José Bernardo, se fixou em lembrar a importância da ida de Hansen para São Felix e Cachoeira, ponto de partida para o florescimento ali da arte – da pintura à escultura, passando pelo artesanato, e, claro, pela gravura. Lembrou que ele doou aos municípios toda a obra (direitos inclusive) e seus bens materiais como a fazenda Santa Bárbara, em São Felix, e todos os seus instrumentos de trabalho, livros, móveis e obras de arte, preservados pela Fundação Hansen.

O LIVRO

A jornalista Regina Bochicchio explica logo na introdução que não se trata de uma biografia do artista plástico alemão e tampouco tem a pretensão de analisar a sua obra, a produção de pinturas e, sobretudo, as xilogravuras – técnica que o notabilizou. “Este livro é, na verdade, um perfil do homem Hansen Bahia nos dois períodos em que viveu na Bahia – de 1955 a 1958 e de 1966 a 1978”, observou. Bochicchio lembra que seria preciso correr o mundo para biografar a vida de Hansen. “Isso porque Hansen Bahia, ou Karl Heinz Hansen, que nasceu aos 19 de abril de 1915, na cidade de Hamburgo, Alemanha, já tinha 40 anos de idade, maturidade artística e reconhecimento quando veio a Salvador da Bahia pela primeira vez e por aqui decidiu ficar, em 1955”.

O livro é apresentado pelo também artista plástico Mário Cravo, que definiu Hansen como um “desses viajantes que por aqui passaram, acabaram morrendo aqui, então, deixam sua marca na terra”. O prefácio é de outro artista não menos conhecido e querido pelos baianos: Juarez Paraíso. “A gravura baiana deve muito a Hansen Bahia, não só como um excepcional artista gravador, mas também como professor, quando estendeu sua experiência a dezenas de jovens artistas”, escreveu Juarez. “Totalmente dedicado à xilogravura, Hansen Bahia deu uma total contribuição ao ensino desta técnica na Escola de Belas Artes da Ufba”, acrescentou ele.