Cultura

IRARÁ: Audiência com sambadeiras para Dia Nacional do Samba de Roda

Com informações da imprensa do deputado Zezéu Ribeiro
Keity Souza ,  Salvador | 18/07/2013 às 10:59
Sambadeiras e sambadores de Irará em apresentação
Foto: Midia do Recôncavo
No próximo dia 20 de julho, a Associação de Sambadeiras e Sambadores da Bahia e a Coordenação Nacional de Entidades Negras realizam uma audiência pública, na cidade de Irará para a instituição do dia nacional do samba de roda, cujo projeto de lei nº 6497/2009 é de autoria do deputado federal baiano, Zezéu Ribeiro.

A audiência também será realizada em Santo Amaro, na Casa do Samba, dia 27 de julho. Para a Bahia, o samba é uma referência na música, na dança e cultura.
Uma das grandes tradições da cultura brasileira, o samba de roda, poderá ser celebrado nacionalmente, no dia 25 de novembro, se depender do projeto do deputado federal Zezéu Ribeiro (PT). O parlamentar é o autor do projeto de lei nº 6497/2009, que visa valorizar esse grande movimento, proveniente da cultura dos negros africanos escravizados no Brasil. Para discutir o assunto, a Associação de Sambadeiras e Sambadeiros do Estado da Bahia (ASSEBA) e a Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) realizarão audiências públicas com a participação de Zezéu Ribeiro, nos dias 20 de julho, em Irará e 27 de julho, em Santo Amaro.

Para o parlamentar o samba de roda é uma expressão muito própria da Bahia e que se expressa de formas diferenciadas no seu território, no entanto deve-se marcar isso culturalmente no país. “Temos uma referência pra isso e a partir de solicitação dos movimentos dos sambadeiros e sambadeiras, daqueles que até hoje mantém esse ritmo e essa tradição, propomos a criação de um Dia Nacional do Samba de Roda. Estamos realizando audiências públicas que vão referendar esse pleito envolvendo os diversos segmentos da sociedade”, diz Zezéu.

O jornalista e estudioso da cultura popular, Josias Pires Neto, observa que o samba de roda é uma das fontes fundamentais da música popular do país e afirma que, “a história e a memória do samba confunde-se com a história da civilização brasileira, a partir de uma perspectiva popular, logo o samba é a nossa própria história, o samba é o dono do corpo, como afirma Muniz Sodré”. Ele ainda destaca que para preservar o samba é necessário que o poder público comece a dar exemplo, tratando a dança e seus praticantes com a dignidade e respeito que merecem nas redes de ensino, nos eventos públicos e nas festas “Tratar com respeito os mestres do samba da Bahia, registrando as suas memórias em CD, DVDs, livros, fortalecendo o samba em todas as suas variantes. O samba é a mais vigorosa de nossas tradições culturais. Nós somos o samba”, completa Josias.

O escritor, pesquisador e mestre em Cultura e Sociedade pela UFBA, Sandro Santana avalia que é fundamental a aplicação de um plano de ações para a transmissão de conhecimento dos sambadores, que são detentores de uma cultura da oralidade. Segundo ele, é importante incorporar os saberes dos mestres às comunidades de ensino fundamental. “É necessário não só o mapeamento e registro, como também o intercâmbio entre comunidades. Os mais jovens precisam compreender suas raízes, o sentido da sua música-coreográfica e conhecer a história”, opina Sandro.

SAMBA DE RODA

O samba de roda surgiu no século XIX na Bahia, sendo em seguida conduzida por migrantes baianos ao Rio de Janeiro, originando o samba carioca. A tradição apresenta forte influencia dos costumes portugueses como o uso da viola, do pandeiro, da língua falada e cantada.   Conhecido e admirado mundialmente, o movimento foi e registrado como patrimônio cultural imaterial pela UNESCO, em 2005.

A tradição é praticada principalmente no Recôncavo da Bahia, estando presente em várias cidades da região como Cachoeira, Candeias, Santo Amaro e Muritiba. O samba de roda do recôncavo baiano é Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, desde 25 de novembro de 2005.