Cultura

SUZETE, a gordinha mais gostosa e cobiçada do mundo, por OTTO FREITAS

Veja que é uma questão de conhecimento e novas tecnologias
Otto Freitas , da redação em Salvador | 15/07/2013 às 10:51
Quadro do colombiano Botero, a gorda e a sedução
Foto: DIV
    Suzete era gorduchinha desde criança. Na adolescência, continuou engordando e sofreu muito bullyng - virou logo Dona Redonda, aquela gorda enorme que, na primeira versão da novela Saramandaia, subiu feito balão de gás e explodiu no ar.
 
   Aos 20 e poucos anos, Suzete já era mulher feita. Mesmo sendo bonita, sensual e atraente, com seus olhos verdes, pele perfeita e pernas torneadas, sofria preconceito porque não se encaixava nos padrões. 

   De tanto ouvir aquela frase dolorosa (“ela é até bonita, mas é gorda!”), com o tempo foi ficando cada vez mais descrente de que seria desejada um dia. 

   Discriminada, foi à luta e aprendeu cedo a superar os problemas que a obesidade lhe causava. Leu, inclusive, todos os sites e publicações que falam do assunto e dão certas dicas muito proveitosas. 

   O medo dos medos de uma gordinha, por exemplo, é tirar a roupa na frente de um homem. A nudez é quase um mito. Suzete aprendeu na internet que isso deve ser feito devagar, a cada dia mais um pouco, e que nem é preciso tirar a roupa toda. Afinal, toda gordinha fica linda de corpete, corseletes, cintas-liga, soutiens e camisolas - e essas peças devem ser utilizadas, sempre, como recursos de sedução. 

   Convencida de que as obesas são as mulheres mais sexys, fogosas e safadas do mundo, Suzete foi se tornando, com o tempo e com a prática, sexualmente irresistível; aprendeu e desenvolveu habilidades na cama, ignorando o excesso de peso. Fez do sexo um instrumento de defesa emocional para enfrentar a vida. Hoje, é o que se pode chamar de uma gordinha gostosa - e agora sabe muito bem como tirar proveito dessa condição. 
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    Devassa, lasciva e libidinosa, acha que sexo com amor é perfeito, tanto que nunca desistiu de encontrar o seu príncipe encantado. Mas sem amor também é bom, porque não deixa sequelas. Ninguém chora, se não for de prazer, e todo mundo ri. 

   Assim, enquanto seu príncipe não aparece, cai de boca na sacanagem, trepa sem amor mesmo, mas com a mão na cabeça para não perder o juizo. 

   É quase todo dia, frequência de fazer inveja às magrelas com suas barrigas de tanquinho. Se a magrinha enxuta e malhada for boa de cama mesmo, ainda assim vai empatar com Suzete, com seu metro e setenta de altura e mais de 100 quilos. Ela sempre sabe o que fazer, sobre e sob quaisquer que sejam os lençóis, e com o auxílio confortável de bons travesseiros, que ajudam nas manobras. 

   Em seus aposentos, jamais faltaram música, filmes de putaria, boa bebida e um verdadeiro arsenal de brinquedinhos, incluindo vibradores variados e pênis em formatos, tamanhos e materiais diversos, além de lubrificantes e roupas apropriadas a fantasias eróticas. Faz o maior sucesso quando se transforma em uma colegial: vira uma ninfeta mais sensual do que a Lolita da literatura e do cinema. 

   Suzete não é culta, não gosta de ler. Mas adora parafrasear Fernando Pessoa, repetindo sempre seu mantra predileta: tudo vale a pena, se a pica não é pequena! Fora esse aspecto da sua mente inculta e libidinosa, ela gosta mesmo é daquela velhinha depravada, personagem de João Ubaldo Ribeiro no seu livro sobre luxúria, A Casa dos Budas Ditosos. 

   Foi com a velhinha que Suzete aprendeu a fazer sexo anal direitinho. Hoje, não tem Mulher Mangaba que abale sua fama de “bunda de castanhola”, como diria Jorge Amado.