Cultura

Espetáculo Lenda das Yabás na Feijoada de Ogum Rodante (Pelourinho)

Em parceria com a Associação das Baianas de Acarajé a Cia de Teatro Terra Brasilis realizará uma apresentação na praça da Cruz Caída (Memorial das Baianas), dia 3, domingo
Centro Cultural , da redação em Salvador | 30/01/2013 às 12:28
Atrizes Aline Barbosa, Rita Santiago, Lilian Menezes e Natalyne Santos
Foto: Fábio Tavares
O Espetáculo Lenda das Yabás encerra a sua 1º temporada com uma apresentação especial no Centro Histórico de Salvador (Pelourinho) com acesso gratuito do publico.
 
Em parceria com a Associação das Baianas de Acarajé a Cia de Teatro Terra Brasilis realizará uma apresentação na praça da Cruz Caída (Memorial das Baianas)  onde também será realizada uma feijoada para Ogum Rodante.
 
O espetáculo que trata a ancestralidade da cultural Afro realizou oito apresentações (entre 12 e 27) ao longo do mês de Janeiro como pré estreia obtendo uma excelente receptividade da critica e do  publico que lotou o Centro Cultural Ensaio todos os dias, tendo ainda realizado duas apresentações extras.
 
Durante o mês de Fevereiro o grupo deverá realizar algumas apresentações nas Praças do Centro Histórico e em alguns Terreiros de Salvador, voltando a cartaz para sua estreia oficial no dia 02 de Março no Centro Cultural Ensaio (Garcia), aos Sábados e Domingos sempre as 20h.  
 
 SOBRE O ESPETÁCULO
 
 O Espetáculo Lendas das Yabás trás uma historia que se passa num passado e tempo indefinido e mostra a fúria de um Deus humano que age de acordo com suas emoções. Revoltado com a destruição e discórdias que os homens vêm causando a aiê (Terra), Olorum resolve infertilizar todas as mulheres (as Yabás) para extinguir a raça humana e prender a chuva para que a Terra fique seca- isso é representado pelos galhos secos e tom pastel que compõem o cenário dando aspereza a encenação - pois a natureza retrata é a presença concreta do Deus abstrato. Nanã, que é a mais antiga dos orixás, surge no texto como uma grande ialorixa e sacerdotisa que conduz os festejos, impostos por Exu, em agradecimento por este ter conseguido chegar a Olorum desvendando os segredos para que o Deus maior devolvesse a paz a Terra. 

O espetáculo traz os Orixás em forma humana e enfatiza que todo ser vivo, por possuir uma parcela divina, é capaz de se conectar com Deus com bases na energia e ações emitidas a outro ser e por isso Exu conseguiu chegar a Olorum e descobrir os segredos para trazer a concórdia a Terra. O mesmo Exu que trará a paz também conduz a ciumenta Oxum, causando intrigas e discórdias entre as demais Yabás, utilizando da obsessão que mesma sente pelo amor de Xangô, que por sua vez vive com suas quatro mulheres no palácio onde se passa toda a historia.

Cada uma das Yabás com seus signos traz em si a representatividade da essência e força feminina que ganham destaque na encenação que tem um misto de religiosidade popular e sensualidade profana. Yansã representa a figura da mulher contemporânea e independente, que age de acordo com a sua intuição e vontade sem se curvar aos caprichos ou preconceitos de uma sociedade (e por isso é a preferida de Xangô). 

Obá representa a evolução feminina em busca da igualdade, sua personalidade vai da típica dona de casa que se esmera ao máximo para agradar seu marido - sendo vítima de diversas injustiças - até a descoberta da força que muitas mulheres trazem dentro de si e desconhecem. A grande lição de Oba vem quando ela dá um basta na situação que vive e com isso se torna uma grande guerreira. A menina Ewá, representa o romantismo e inocência feminina. Demonstra sua força na revolta pela desilusão amorosa que sofre após cair numa das muitas armadilhas criadas por Exu. Ela é salva da fúria de Yansã por Oxossi que a leva para a mata e lá descobre essa força e volta para se vingar de Xangô que tentou seduzi-la. Oxum, sempre orientada por Exu, ao longo da história se utiliza da sua beleza para seduzir e orquestrar situações com o intuito de afastar as outras mulheres de Xangô, até que Oxalá vem ao reino para selar a paz e transformar os homens em orixás.