Cultura

Cinco colégios do Cabula realizam Mostra Cultural do Escola Aberta

Projetos – A Mostra Cultural do Escola Aberta apresenta o resultado de oficinas realizadas durante todo o ano nas escolas públicas
Tasso Franco , da redação em Salvador | 18/01/2013 às 22:19
Destaque para o grupo de dança afro do Colégio Alberto Valença
Foto: Jouse Cruz
A comunidade escolar do Cabula e adjacências pode visitar até este sábado (19.01), a Mostra Cultural do Escola Aberta, que acontece no Colégio Estadual Adroaldo Ribeiro Costa, no final de linha do Resgate, em Salvador. Mais de 2 mil estudantes de cinco escolas da rede estadual apresentam os trabalhos realizados em oficinas, incluindo artesanato, pintura e objetos reciclados. A Mostra, que reúne alunos dos colégios Zumbi dos Palmares, Kleber Pacheco, Francisco da Conceição Menezes, Adroaldo Ribeiro e Alberto Valença, fica aberta ao público até as 17h. O evento contará também com apresentações de dança, Hip Hop, teatro e capoeira.
 
Destaque para o grupo de dança afro do Colégio Alberto Valença, que iniciou as apresentações na Mostra. Mahra Santos, estudante da 8ª série no Colégio, uma das integrantes do grupo fala sobre a experiência. “As oficinas são importante porque tiram muitos jovens da rua”, disse. Já o estudante Celso Henrique Santana, da 8ª série do Colégio Adroaldo Ribeiro Costa, que apresentou um número de ginástica rítmica, explica o motivo de sua participação. “Eu faço dança aqui na escola, porque, além de ser gratuito, é uma grande oportunidade e eu procuro aperfeiçoar minhas habilidades”, explicou.
 
Projetos – A Mostra Cultural do Escola Aberta apresenta o resultado de oficinas realizadas durante todo o ano nas escolas, por meio dos projetos Mais Educação e Escola Aberta, que integram a política de Educação Integral da Secretaria da Educação da Bahia, com o intuito de aumentar a permanência dos alunos na unidade escolar e assegurar o processo da aprendizagem. Além das oficinas de arte e cultura, os projetos também oferecem oficinas de letramento, matemática e reforço escolar.
 
No Colégio Adroaldo Ribeiro, cerca de 400 alunos participam dos cursos no turno oposto. A professora de Letramento, Neide Lemos, explica como é feita a parceria com o corpo docente das aulas regulares. “Nós procuramos sempre contatar os professores, justamente para trabalhar, atuar, diagnosticar, juntos. Isso tem nos dado um retorno e todos nós já sentimos uma grande avanço na aprendizagem dos estudantes”, analisou.
 
Implantação da Lei - O Colégio Alberto Valença, no bairro São Gonçalo do Retiro, levou para a Mostra o trabalho desenvolvido tanto nas oficinas como no projeto pedagógico da escola. “Há quase 10 anos, iniciamos o trabalhado de sexualidade e a gente percebe que diminuiu muito o número de gravidez na adolescência depois desse projeto”, afirmou Josilene Fernandes, diretora da unidade.
 
Além do tema sexualidade, a unidade escolar atende à lei nº 10.639/03, que obriga as escolas a incluírem a temática "História e Cultura Afro-Brasileira", no ensino básico, com o projeto Consciência Negra, que envolve estudantes e professores. A escola trabalha o tema tanto no currículo regular como no diversificado. Na base diversificada, o colégio adotou as disciplinas de Memória e Identidade e Cultura Africana. “Temos as disciplinas específicas, porém todos os professores trabalham fazendo o recorte racial. Em novembro, por exemplo, eles já fazem a prova trabalhando a história de Zumbi dos Palmares e dialogam com professores das disciplinas de cultura africana, para estarem sempre pontuando a questão da identidade”, concluiu a professora Josilene Fernandes