Cultura

Grupo de descendentes de tupinambás de Paripe dão brilho ao cortejo

Nos primórdios da cidade do Salvador havia uma aldeia tupinambá em Paripe que foi aculturada pelos jesuitas
Tasso Franco , da redação em Salvador | 17/01/2013 às 17:03
Lindas, bem vestidas com roupas tupinambás e modernas, tb consumindo uma latinha.
Foto: BJÁ
   Nem tudo está perdido em termos dessa cultura mercantilista popular baiana onde qualquer "moqueca" desfila no cortejo à lavagem do Bonfim com patrocínio de toda ordem, desde a Bahiatursa até padarias e lanchonetes, caso, por exemplo, do Grupo Milionários.

   No cortejo, no entanto, o BJÁ se deparou com um grupo de descendentes de tupinambás da São Tomé de Paripe, uma maravilha. Numa cidade que só se fala em negritude, em afrodescendentes, deparar-se com uma manifestação da cultura original da cidade é de dar suspiros. 

   São Tomé de Paripe é um bairro que fica localizado no subúrbio ferroviário de Salvador, no final de linha, quase encostado a Simões Filho, e que teve nos seus primórdios uma aldeia tupinambá que foi aculturada pelos jesuitas da segunda missão pós Manoel da Nóbrega.

   Essas descendentes de tupinambás de pela acobreada (as tupinambás foram miscigenadas inicialmente com os portugueses e depois com os negros), um grupo de aproximadamente umas 30 pessoas, desfilaram no cortejo. É a primeira vez que vejo. Os Guaranys de Itaparica desfilam no 2 de Julho.

   OUTROS GRUPOS

   Tivemos mais uma vez neste Bonfim, os mascarados de Maragogipe, com seus estandartes e caretas européias e brasis. E também um grupo de burrinhas. (TF)