Cultura

PLATAFORMA Internacional de Dança de 5 a 12 de dez em Salvador

Nesta edição da PID, apresentará o espetáculo “danzadensa”, obra de colaboração entre movimento, som e imagem
Crioula Comunicação , Salvador | 26/11/2012 às 16:01
Piranha, 7 de dezembro, no Molière
Foto: Ines Correia
Edu O /O Corpo Perturbador

Edu O trata do corpo que é considerado incapaz, não-belo, perturbador: o corpo com deficiência, fora dos padrões do pensamento hegemônico. O trabalho traz uma abordagem diferenciada sobre o corpo que é considerado incapaz, não belo, perturbador: o corpo com deficiência, fora dos padrões do pensamento hegemônico.

 Numa sociedade imensamente erotizada, acredita-se ser pertinente instigar outra reflexão sobre o assunto, abordando, a partir dos devotees, a sexualidade neste corpo, assim como as relações de poder intrínsecas nas relações afetivas, sociais, políticas, culturais e religiosas que envolvem as pessoas com deficiência.

Serviço
Dias 7 e 10/12 (sábado e terça-feira) 
Jardim do Palácio Aclamação 
16h 
Classificação: Livre para todos os públicos.
“Pues sí…”

Javier Contreras

"Pues Sí ..." é o nome geral para uma série de solos coreografados em que refletem sobre a condição de gênero masculino. O autor quer aplicar-se a consideração feminista que o pessoal é político. Sim, o pessoal é político e patriarcado nos dá poder, mas não os homens de sua liberdade ou a dignidade, a ética, ou alegria.

A partir dessas premissas, Javier Contreras fez dois solos: "Pues sí, no soy un bailarín (autorretrato en cueros de caballero solo a punto de cumplir 50 años)" (Pois sim, não sou um bailarino – auto-retrato na pele de um cavaleiro solitário a ponto de fazer 50 anos) e "Pues sí, no soy un héroe (o sobre el amor, la confianza y la transparencia)" (Pois sim, não sou um herói  - sobre o amor, a confiança e a transparência).
 "Pues sí, no soy un bailarín" é uma exploração da solidão, feito a partir do corpo de uma pessoa do sexo masculino de 50 anos. Este é um corpo pedaço primeira pessoa enunciado, em que as maravilhas autor-performer sobre as razões de sua solidão E tenta dar voz através da imagem de um fauno-doce, , sua demanda por afeto e erotismo.

"Pues sí, no soy un héroe" é também uma declaração em primeira pessoa só corpo masculino em que o autor-performer, da memória de um rompimento, interroga-se sobre a sua fragilidade e a defesa faz uma aposta ético -estou enraizado na cultura de transparência e de "espírito de sutileza". Pergunta "declarar o amor é uma ação política?" E se esforça para decantar os ensinamentos de lágrimas.
Serviço

Pues sí, no soy un bailarín – 05 de dezembro (quarta-feira) 20h
Pues sí, no soy un héroe - 06 de Dezembro (quinta-feira) 20h
(espetáculos com tradução em LIBRAS e Tradução Espanhol-Português)
Classificação: 18 anos
Teatro Molière

Tamia Guayasamin/ danzadensa (Quito – Ecuador)

Tamia Guayasamin (Ecuador -1984) é uma artista e produtora independente, integrante da Fundação Arig, onde realiza suas obras e proejtos. Coordena o grupo Esmeraldas em Movimiento e codirige o Festival Internacional Videodanza Ecuador. Sua obra “En El Principio” recebeu o Prêmio 2008 de Produção Coreográfica em Dança pelo Ministério da Cultura do Equador. 

Nesta edição da PID, apresentará o espetáculo  “danzadensa”, obra de colaboração entre movimento, som e imagem, que já circulou em festivais internacionais de dança do México, Argentina. Em 2012 participou da Residência Artística Corpografias em Ipatinga (Minas Gerais), como orientadora.  O espetáculo “danzadensa” é uma viagem de um corpo atravessado por diferentes formas e estados, transfigurando-se, gerando imagens de outros corpos dentro de si. 
Serviço
danzadensa
Dia 09 de dezembro (domingo)
Teatro Molière, 18h 
Classificação: 16 anos

Piranha (Brasil/França)

A reclusão voluntária é um tema presente na história de várias religiões e, também, na forma de vida de certos intelectuais, artistas e pesquisadores. A reclusão involuntária pode ser contextualizada no campo da loucura, da exclusão social, ou dos acidentes ambientais. A piranha é um peixe carnívoro de água doce dos rios da América do Sul. Sua principal característica é viver em bando. Na época das chuvas, na bacia amazônica ou em rios do pantanal, as águas chegam a invadir quilômetros de terra, formando pequenos lagos sazonais em que muitas piranhas ficam aprisionadas.

Piranha é a metáfora de um corpo em reclusão. Ele se agita nevralgicamente, entre uma dinâmica voluntária e involuntária, sitiado por uma composição de ruídos digitais. O fluxo de movimento que se enreda sob um feixe de luz desdobra, em seu próprio corpo e no espaço cênico, as variações sutis de uma rave, de uma guerra, de uma possessão, de um susto, de uma morte.

Serviço
Piranha
07 de dezembro (sexta-feira)
Teatro Molière, 20h 
08 de dezembro (sábado)
Teatro Molière, 18h 
Classificação: 16 anos
Laura Kalauz / Desculpe, você poderia me coreografar
Laura Kalauz nasceu em Buenos Aires em 1975, onde estudou Dança e Ciências da Comunicação na Universidade de Bs. As. Em 1998 emigrou a Europa, onde se graduou como “Dance Maker”, na Hogeschool voor de Hunsten (Holanda). Desde então, vive em Zurich (Suiça), onde trabalha como coreógrafa independente se desenvolvendo em diversos projetos. Em suas criações sugere perguntas sobre as rotinas e padrões da vida contemporânea. Dentro deste contexto, ela investiga as possibilidades da dança vista como dispositivo susceptível de gerar múltiplos tipos de conversações.

A intervenção urbana “Desculpe, você poderia me coreografar” é um projeto concebido para facilitar a manifestação de pensamentos, ideias e imaginação em geral, através da expressão concreta de opções. A ideia de coreografia é reexaminada como uma composição de situações artificiais, que são capazes de apresentar ou  representar uma ideia.
Está estruturado dentro de um diálogo entre “bailarinos profissionais” e pessoas sem experiência prévia em dança ou teatro, que se oferecem como voluntários para  serem “coreógrafos pela primeira vez”. Essa conversa resulta eventualmente em um ato coreográfico.
Serviço
Desculpe, você poderia coreografar-me
Teatro Molière
Dia 10/12 (segunda-feira)
18h
Clara Trigo/ Estudo para Lesma
Clara Trigo é dançarina, coreógrafa, gestora cultural, professora e pesquisadora de movimento. Tem sua trajetória de movimento vinculada ao ambiente do Pilates desde 1995. É criadora da Flymoon® (2006) em parceria com a Physio Pilates Equipamentos, sistema de biofeedback que propicia desafios de coordenação motora, favorece o equilíbrio, a força e a ludicidade.

Vem desenvolvendo o conceito de Instabilidade Poética em todas as suas atividades técnico-criativas e tem na Flymoon uma síntese concreta deste conceito. Vem apresentando seu trabalho em festivais, conferências, seminários, palestras, workshops, e cursos de formação em todo o Brasil e também nos EUA, Europa e América Latina. É professora substituta na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, onde se graduou em Dança. Atualmente presta serviços ao Museu de Arte Moderna da Bahia em produção cultural e desenvolvimento de projetos.

Em Estudo para Lesma, Clara Trigo brinca com a percepção do espectador pela possibilidade de sentir-se pequeno num imenso jardim, pela possibilidade de enxergar uma chuva colorida, pela chance de imaginar a paixão entre uma lesma e um percevejo, pela visão de uma dança sem os pés do chão, pela possibilidade de relacionar a música e o desenho ao movimento deslizante, derretido, escorregadio, numa perspectiva de lesma. Tem a intenção de flexibilizar o pensamento, o corpo, o próprio ser.
 Serviço
Estudo para Lesma
Jardim do Palácio da Aclamação
Dia 10/12
 Às 16h

Monstruo  (Costa Rica/ Peru/México)
MONSTRUO é um esforço simbólico sintético a meio caminho entre a dança, a performance e o ritual. É uma encenação minimalista, nua, cujo centro reside na força própria da corporeidade dos bailarinos performers. (Ana Zavala y Alejandro Tosatti). Os suportes utilizados (figurino, intervenções de leds, videos, música electrónica), são integrados a um equilíbrio inquietante – como o nervo próprio da vida (arquetípica)-, e não resultam de forma alguma, em questões descartáveis ou desinteressantes. 

Ao invés disso, são um meio de transmitirmos os estados catárticos e acessos a epifanias.

A cura é levantada desde o início porque Tosatti, já aparece com agulhas de acupuntura que Zavala vai retirando. Abrindo assim o equilíbrio dinâmico entre premissas opostas que por vezes são complementares a todas as formas da unidade. Assim, a medicina tradicional chinesa, a referencia às práticas xamânicas, parecem apontar que a solução ao monstro solipsista e individual, produto de um olhar e fazeres ocidentais tendenciosos, necessita da solidária ajuda dos orientais: as milenares tradições orientais (China, India, etc.) e a nossa tradição nativa amazônica.
O sentido inclusivo da obra vai mais além, e reflete em nós, os espectadores, a inquirirmos pela forma com que temos consciência do monstro dentro de nós, a doença que nos consome como pessoas contemporâneas, e a nossa responsabilidade social em relação à natureza e as sociedades tradicionais.
Serviço
Monstruo
Teatro Molière
14h
Faixa Etária: 14 anos