Cultura

Back to Black discute literatura

Festival reúne no Rio de Janeiro o melhor da cultura negra
Nara Franco , da redação no Rio de Janeiro | 25/11/2012 às 19:00
Paulina Chiziane fala em seminário no festival Back to Black no Rio de Janeiro
Foto: Back to Black/Divulgação
O festival Back to Black continua agitando a Leopoldina, na Zona Norte do Rio, com atrações musicais e debates sobre a cultura negra. Na noite de sábado, dia 24, a escritora moçambicana Paulina Chiziane falou sobre a presença da mulher nas literaturas africana, brasileira e cubana. Ao lado da escritoras  Karla Suarez (representante de Cuba) e Ana Maria Gonçalves (representante do Brasil), Paulina debateu a realidade das mulheres em Moçambique e destacou a literatura como forma de libertação.

"A escrita tem a função de libertar e a literatura deve ser usada pelas mulheres como um espaço de negociação de identidade", disse.

As três escritoras discutiram aspectos machistas das sociedades que representam. Para Karla, o processo de mudança de pensamento é demorado. Já Ana Maria destacou a história da escravidão no Brasil e criticou o fato de ela ser pouco explorada e conhecida.  

Paulina Chiziane é uma das autoras mais traduzidas da literatura africana. Ela tem cinco romances que procuram debater a situação da mulher em seu país. Karla até o momento publico três romances, três coletâneas e um livro de viagem. Ana Maria Gonçalves é autora de "Defeito de cor", livro que narra a vida de uma mulher africana que participa da Revolta dos Malés.

Desde 2009 a estação da Leopoldina abriga o Back to Black, festival que debate a cultura negra. O evento traz ao Rio de Janeiro nomes da música, artes visuais e literatura que estudam e participam de movimentos culturais relacionados à música negra.

Hoje, o Back to Black recebe a baiana Gal Costa, a compositora e guitarrista do Mali, Fatoumata Diawara, e a cantora norte-americana Santigold.

O festival termina hoje, domingo, dia 25.