Cultura

CONFIRA programação completa do Teatro Vila Velha novembro

O Teatro Vila Velha tem uma ampla e eclética programação para quem aprecia a cultura muitos dos espetáculos gratuitos
Tasso Franco , da redação em Salvador | 30/10/2012 às 12:18
Cia de Teatro Potlach é um dos eventos do Vila em novembro
Foto: Giampietro Tanteri

Muvuca

Núcleo Viladança

 “Muvuca”, novo espetáculo de dança da diretora e coreógrafa Cristina Castro, encerra temporada no primeiro final de semana do mês, de 02 a 04/11, na Sala Principal do Teatro Vila Velha. O espetáculo propõe uma pesquisa sobre a pluralidade cultural, atravessando fronteiras poéticas com os movimentos do corpo. A montagem segue em temporada de sexta a domingo, até o dia 28 de outubro.

O roteiro dramatúrgico de “Muvuca”, criado por Cristina Castro e Sérgio Rivero, passeia pela investigação sobre diversidade e discursos provenientes da produção poética em um contexto intercultural. São misturas sonoras, movimentações e tecnologias que flexibilizam e contribuem para uma reflexão sobre identidade brasileira.

O espetáculo conta com intervenções em vídeo, criadas pela cineasta e professora Amaranta Cesar e Danilo Scaldaferri, e figurinos e adereços do artista Luiz Santana.  A trilha sonora de “Muvuca” é concebida pelos músicos e compositores Roberto Barreto e João Meirelles, a partir da pesquisa com o Projeto Baiana System, que tem como principal filosofia as “colagens”.

No elenco de intérpretes-criadores, estão Bárbara Barbará, Mariana Gottschalk, Sérgio Diaz, Leonardo Muniz e Leandro de Oliveira, que também assina a assistência de direção. Paralelamente às apresentações da coreografia, será realizada uma exposição videográfica no foyer do Teatro Vila Velha, com imagens, textos e vídeos que inspiraram o processo de montagem. A direção de produção é assinada por Luiz Antonio Junior.

 

02 a 04/11 | sex a dom | 20h/ R$ 10 e 5/Sala Principal

 

Encontro de Escolas de Capoeira e Militância Cultura

Evento


No dia 03 de novembro, acontece no Teatro Vila Velha a cerimônia de formatura de contra-mestres e mestres da Escola Lua Branca e o lançamento publico da proposta de articulação das escolas de capoeira no sentido de construir uma entidade representativas dos interesses dos capoeiristas identificados com a luta social e política da capoeira.


 O Encontro tem como proposta reunir escolas de capoeira com afinidades de ideias e experiências, especialmente no que tange a defesa de referências tradicionais da capoeira, bem como a valorização da luta contra toda e qualquer forma de opressão, como a vivenciada pelos negros africanos em solo brasileiro.


O Lua Branca, escola de capoeira e militância cultural, tem se localizado nesse campo de luta em todas as formas de expressão da capoeira, desde a forma como se pensa, se ensina, se joga e canta e propomos em nosso encontro reunir camaradas e escolas que valorizem essa bandeira de luta, entendendo que esse pode ser um "ponta pé" inicial para uma articulação muito mais abrangente.


O encontro pretende também homenagear o Mestre Eziquiel Martins Marinho, fundador do Grupo Luanda de Capoeira e grande difusor da capoeira Baiana no Brasil e no mundo.

Contato: E duardo Carvalho – (71) 9109-8995

03/11 | sáb | 10 Gratuito Sala Principal


 Miss Brasil Gay


Teatro Vila Velha recebe a 18ª edição do concurso de beleza Miss Brasil Gay – Versão Nordeste no dia 1°/11, às 20h, na Sala Principal. O evento será apresentado por Bagageryer Spielberg e contará com desfiles de trajes típicos, incluindo vestidos de noite, e shows com atores transformistas com convidados especiais. 

Contato: André Luiz (Bagageryer Spielberg) – (71) 9949-0679 

5/11 | seg | 20h/ R$ 40,00 /Sala Principal

 Larissa Luxa

A cantora Larissa Luz lança seu primeiro disco autoral no próximo dia 08 de novembro (quinta-feira) na Sala Principal do Teatro Vila Velha. Intitulado "MunDança", o disco marca o novo momento da carreira da cantora, e promove um encontro inusitado entre as vertentes da música negra. O show faz parte do projeto Vila da Música, com início às 20h e ingressos a R$30 (inteira).

 Primeira apresentação em Salvador do novo trabalho, o show promete uma performance nova, autêntica e dançante. Traz em sua essência canções autorais do disco e versões de grandes artistas da música negra brasileira como Gilberto Gil, Clara Nunes, Nação Zumbi, entre outros. O público poderá conferir uma fina mistura de ritmos e instrumentos tradicionais com timbres e equipamentos eletrônicos.

O show no Vila da Música marca o lançamento de “MunDança” na internet. Trechos das faixas serão liberados dias antes do show, e na data da apresentação o disco será disponibilizado para audição no site oficial da cantora: www.larissaluz.com. Para o lançamento físico, Luz promete outro show na cidade com sessão de autógrafos e mais novidades.

 O Vila da Música tem patrocínio da Oi, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda, Secretaria de  Cultura, Governo da Bahia, Terra de todos nós e apoio do Oi Futuro.

 8/11 | qui | 20h/ R$ 30 e 15/ Sala Principal

Festival A Cena Tá Preta

Bando de Teatro Olodum

 A quarta edição do A Cena Tá Preta, festival internacional de arte negra que integra teatro, dança, música, cinema, exposição e manifestação popular, acontece de 09 a 18 de novembro, em Salvador, no Teatro Vila Velha, com entrada franca. O encontro inclui mostra artística e ações de caráter formativo (oficinas) e reflexivas (seminário com conferência e mesas-redondas), reunindo produções de cinco estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia), Moçambique, Guiné, Burkina Faso, Togo e França. Além da programação artística, o festival conta com participação de pesquisadores do Brasil, Congo e Estados Unidos.

 O festival, que acontece no mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), é realizado pelo Bando de Teatro Olodum em parceria com o Teatro Vila Velha, convênio com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e apoio financeiro do Fundo de Cultura do Estado da Bahia. A produção é do Coletivo de Produtores Culturais do Subúrbio.

 Nesta quarta edição, A Cena Tá Preta acontece pelo terceiro ano consecutivo. “Tivemos um grande intervalo depois da primeira edição, em 2003, mas agora estamos conseguindo nos manter no calendário anual. Manter o fôlego, pelo caráter do festival, é também uma forma de resistência”, observa Chica Carelli, diretora do A Cena Tá Preta – Ano IV. O fôlego, em verdade, amplia-se este ano: pela primeira vez na história do festival, acontecem apresentações musicais, exposição e representações da cultura popular tradicional, como samba-de-roda e as máscaras de Maragojipe, que promovem uma charanga no Passeio Público.

 Cruzamento de linguagens

A programação de artes cênicas do festival cruza artistas e grupos com diferentes contextos e experiências de produção e criação. A curadoria foi feita pelo diretor Marcio Meirelles, pelos atores Lázaro Ramos e Hilton Cobra e pelo coreógrafo Zebrinha. De Moçambique, vem a dança das companhias Horacio Macuacua e Independente. A primeira apresenta o espetáculo “Orobroy Stop!”, que aborda os conflitos causados pelos pensamentos, ações e reações de uma sociedade e seu modus vivendi. Já a Cia. Independent mostra a “A Nudez Negra”, com coreografia na qual dois corpos expressam da forma mais intima os seus sentimentos, medos e preconceitos da sociedade.

 A programação teatral do A Cena Tá Preta apresenta produções brasileiras de três regiões: Sul, Sudeste e Nordeste. De Minas Gerais, vem o musical afro-brasileiro “Galanca, Chico Rei!”, com direção João das Neves, que traça um panorama da fabulosa história da vida do mítico Chico Rei, que veio de uma tribo Congo e, trazido como escravo para o Brasil, tornar-se herói. A trajetória do rei africano é narrada com auxilio da sonoridade do congado e composições inéditas de Paulo César Pinheiro, que também assina o texto.

 Outra peça que também recorre à linguagem dos musicais é “Malkia Zarité”, da Cia. Grito de Teatro, de Santa Catarina, que conta a história de uma princesa do Congo que também vem escrava ao Brasil. Malkia, mãe de Zumbi, foi uma das figuras mais importante do Quilombo do Palmares. 

 De São Paulo, o Coletivo Quizumba, na peça infantojuvenil do mesmo nome, entrelaça duas histórias: a do menino Pastinha (baiano do começo do século XX) e do menino Francisco (que viria a se tornar Zumbi dos Palmares). Seus conterrâneos do Cletivo Negro apresentam o épico “Movimento Número 1: O Silêncio De Depois...”, que mostra quatro personagens desterrados, após uma desocupação violenta de um bairro para a construção de uma linha férrea.

 Do Rio de Janeiro, Débora Almeida traz “Sete Ventos”, um monólogo baseado em depoimentos de mulheres negras e na mitologia de Iansã. A programação teatral completa-se com a produção baiana “Madrugrada, Me Proteja!”, do grupo Iwá, monólogo no qual um homem negro, que se encontrando em uma rua de classe média alta, após tentar por diversas vezes pegar um táxi, é abordado por um estranho e passa a viver uma situação dramática, que se assemelha a um pesadelo.

 Música, cinema, exposição e cultura popular

A programação musical do festival conta com o grupo Gêge Nagô, de Cachoeira (Bahia), coral que recria o estilo musical afrobarroco e, em seu repertório, traduz os cantos e ritmos das senzalas em seus momentos de folguedo (sambas-de-roda) e também em seus momentos ritualísticos (candomblé). Também de Cachoeira, o grupo instrumental Transcendental cruza sonoridade dos candomblés e cânticos das igrejas barrocas, com proposta de recuperar expressões culturais enraizadas em nossa terra.  Ambos combinam influências diretas do grupo Tincoãs.

 A Exposição O Tempo do Teatro Negro Baiano, com curadoria de Marcio Meirelles a partir de pesquisa da história do teatro baiano, sob a perspectiva e recorte étnico-cultural, consta de imagens, textos explicativos e uma linha do tempo gráfica, que vem desde De Chocolat de Bahia, ator e empresário negro baiano que fez carreira no Rio e em Paris, no início do século XX, até os dias atuais, passando pela apropriação de tradições ibéricas ou manifestações de origem africana pelo teatro popular tradicional, como marujada, zambiapunga, paparutas etc.

 A seleção de cinema do A Cena Tá Preta, com curadoria de Amaranta Cesar, reúne filmes do Brasil e dos países africanos Guiné, Burkina Faso e Togo, que realizaram produções em parceria com a França (a mostra tem apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français). Ficção, documentário e animação integram a seleção, destinada ao publico infantojuvenil e adulto, e conta com homenagem a Sotigui Kouyaté (nascido no Mali, griot e ator de teatro e cinema) e ao músico Gilberto Gil. As exibições acontecem no Teatro Vila Vela e Passeio Público. 

 Também no Passeio Público, acontecem as apresentações de manifestações da cultura popular, tradicional e contemporânea, como o samba-de-roda Samba de Maria, de Salvador, as Máscaras do tradicional carnaval de Maragojipe e Bá Kimbuta, de São Paulo (grupo de rap com uma musicalidade que  vai do maculelê ao samba passando pelo afro beat). Elas se juntam no encerramento do festival. “A ideia é fazer um minicortejo, uma tarde de caráter celebrativo, que começa com uma feijoada”, diz Chica Carelli.   

 PROGRAMAÇÃO:

 Origens Música | Gêge Nagô (Cachoeira/BA)

 Um coral africano. É com esse estilo que se assemelha o grupo Gêge Nagô, que recria o estilo musical afrobarroco, difundido por Mateus Aleluia, ex-integrante dos Tincoãs. O seu primeiro CD (Gêge Nagô – Musiroots) traduz os cantos e ritmos das senzalas em seus momentos de folguedo (sambas-de-roda) e também em seus momentos ritualísticos (candomblé), deixando à mostra os cantos oriundos do compêndio de música católica e do popular domínio cristão.

 09/11 | sex | 20h/ Gratuito/ Sala Principal

Sete Ventos

Teatro | Débora Almeida (RJ)

 Monólogo baseado em depoimentos de mulheres negras e na mitologia de Iansã. Contamos a história de Bárbara, escritora negra, filha de Iansã, que, junto ao público conta e revive as histórias das mulheres que a influenciaram. Ela relembra sete mulheres, que também poderiam ser sete qualidades de Iansã. Através dos relatos de Bárbara, que expõe suas dúvidas e o seu processo de crescimento baseado em uma educação que privilegiou a referência à sua ancestralidade negra, mostramos a história do próprio negro brasileiro que tenta reconstruir sua história e sua identidade cercado pelas contradições do seu cotidiano. O ápice da história é o encontro da personagem com Iansã. Há também música e dança.

 10/11 | sáb | 18h/ Gratuito / Cabaré dos Novos

Malkia Zarité

Teatro | Cia Grito de Teatro de Santa Catarina (SC)

 Malkia Zarité é um espetáculo musical com tema africano, que conta a história da princesa do Congo que vem escrava ao Brasil. Ela seria uma das figuras mais importantes do Quilombo dos Palmares, mãe do famoso Zumbi. A peça traz no elenco atores, cantores, percussionistas e dançarinos envolvidos com a arte africana.

 10/11 | sáb | 20h/ Gratuito/ Sala Principal

Madrugada, Me Proteja!

Teatro | Grupo Iwá (BA)

 Em “Madrugada, me Proteja”, o ator Thiago Rigaud dá vida a Celso, um homem negro, que se encontrando  em uma rua de classe média alta, após tentar por diversas vezes pegar um táxi e não conseguir, é abordado por um estranho e passa a viver o pesadelo daqueles cuja vida ganha dimensões de um pesadelo. Em tal circunstância, o personagem simboliza o passado e o presente de quantos tiveram e tem a sua dignidade subitamente usurpada, tanto pela violência dos grandes centros quanto pela violência historicamente construída.

 11/11 | dom | 18h

Gratuito

Cabaré dos Novos         

Galanga, Chico Rei!

Teatro | Direção: João das Neves (MG)

 "Chico Rei" é um espetáculo de teatro musical afro-brasileiro. A partir da história da figura mítica de Chico Rei, a peça retoma a sonoridade do congado com composições inéditas de Paulo César Pinheiro. O espetáculo traça um panorama da sua fabulosa história da vida de Chico, rei de urna tribo do Congo que é trazido corno escravo para no Brasil e tornar-se herói. Na peça usa-se a congada - bailado dramático tradicional em vários estados brasileiros, principalmente em Minas Gerais, em que os figurantes representam, com cantos, danças, cortejo, cavalgadas e levantamento de mastros e muita música, a coroação de um rei do Congo, mesclando cultos católicos com africanos.

 11/11 | dom | 20h Gratuito / Sala Principal

Cinema | Exibição de filmes infantojuvenis

 A Bola de Ouro

Le Ballon d’Or | De Cheik Doukouré | 1993 | 93’ | Guiné-França.

 Bandian tem 12 anos. Na sua aldeia, em plena mata da Guiné, ele é de longe o melhor jogador de futebol. Ele sonha em, um dia, ganhar a “Bola de Ouro”, troféu que recompensa o melhor jogador de futebol africano. Quando Isabele, jovem médica dos Médicos Sem Fronteiras, oferece-lhe uma bola de verdade, sua vida será transformada para sempre.

 “Uma história carregada de sentido, uma direção impecável, emoção, sentimento, belas imagens... Resultado: um filme hiper-popular.” (Catherine Ruelle).

 12/11 | seg | 10h Gratuito Sala Principal

A Criança e o Crocodilo

L'Enfant et le caïman | De Moustapha Dao | 1991| 17’ | Burkina Faso/França

 Perdido no mato, um crocodilo pede ajuda a uma criança. Em troca, ele promete não comê-lo. Mas uma vez ajudado e de volta à água, o crocodilo recusa-se a cumprir sua promessa. Felizmente, os animais da floresta não dormem.

 Kokoa

De Moustapha Alassane | 2001 | Animação em Cores |13’ | Nigéria/França

 Na República dos Sapos, se organiza um grande campeonato com os melhores lutadores do país, sobre o olhar experiente da platéia empolgada. Quem ganhará: o sapo, o escorpião, ou o camaleão?

 O Sobrinho do Pintor

Le Neveu du peintre | De Moustapha Dao | 1989 | 29’ | Burkina Faso/França

 Ali, um menino de 11 anos, vive em um pequeno vilarejo de Burkina-Faso. A lebre, a hiena e pequenas criaturas mascaradas vivem no mundo mágico descrito a Ali por sua avó. Para recompensá-lo por seus bons resultados escolares, o pai de Ali lhe dá de presente uma viagem para a cidade grande. O que ele encontra lá o assusta, e ele volta ao vilarejo feliz por retornar às fábulas da avó.

 Souko

De Issiaka Konaté | 1998 | 31’ | Burkina Faso/França

 As crianças, apaixonadas por cavalos e cinema, fabricam uma câmara de cinema em papelão. Durante a sessão, um cavalo mágico branco aparece na tela. Nesse instante, sonho e realidade se misturam, e na escola da pequena cidade de Bobo-Dioulasso forma-se uma grande desordem.

 12/11 | seg | 15h Gratuito Sala Principal

Keïta! A Herança do Griot

Keïta! L’Héritage du Griot | De Dani Kouyaté | 1995 | 97’ | Burkina Faso

Com Seydou Boro, Sotigui Kouyate, Abdoulaye Komboudri

 Enquanto dorme em sua rede, o contador de histórias Djeliba se vê em uma missão em um sonho. Ele deixou a cidade e se estabeleceu no jardim de uma família de classe média moderna. Mabo, a criança da família, é rapidamente intrigado com o velho griot, que prometeu contar a história do seu nome. Um nome que evoca uma história épica, a do fundador do Império de Mandinga, Sundiata Keita, o filho da mulher bufálo.

 12/11 | seg | 18h Gratuito Passeio Público


A identidade negra: O que é e para que serve

Seminário | Palestra de Kabengele Munanga

 12/11 | seg | 19h Gratuito Sala Principal

 Por uma escritura poética negra

Seminário

 13/11 | ter | 9h Gratuito Sala Principal