Cultura

Militantes e adolescentes LGBT marcam presença no 1º debate de Expo

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Tasso Franco , da redação em Salvador | 20/10/2012 às 14:34

"Questionar o que é consagrado como certo e errado, estes dogmas que condenam a diferença, é revolucionar a educação". Foi com este discurso que Gustavo Bernardes, coordenador geral de Promoção dos Direitos de LGBT da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal, deu início ao primeiro dos três debates propostos pela exposição fotográfica "Condenados - No Meu País, Minha Sexualidade é Um Crime", que fica aberta à visitação até 16 de novembro, no Centro Cultural Correios,  Pelourinho. A ocasião também foi marcada pelo lançamento do catálogo da mostra.

Com o tema "Os Direitos Humanos e Homossexualidade no Brasil e no Mundo", defendidos por Gustavo Bernardes e Paulette Furacão, esta da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), o debate foi marcado pela a presença de líderes, militantes e de adolescentes LGBTs.  O evento proporcionou aos participantes a oportunidade de cobrar políticas públicas em prol da causa, questionar o que tem sido feito e revelar situações por quais passam esta minoria.


Embora a exposição trate de um tema que parece distante aos olhares baianos, a criminalização da homossexualidade, que ainda vigora em 80 países, foi comparada por Paulette Furacão à realidade das pessoas que estão "em prisões sem muros". "Ou seja, que não vivem sua sexualidade plenamente por conta do preconceito, da condenação do olhar alheio, ou que vive cercada de mentiras, escondendo suas verdades".  


Na plateia do debate, Javier Angonoa, consultor da Iniciativa Laços Sociaids - parceria UNAIDS e Governo do Estado da Bahia, perguntou o que tem sido feito pelo Governo Federal para acabar com a homofobia. E Gustavo Bernardes lembrou da Campanha "Faça do Brasil um Território Livre da Homofobia", que tem como objetivo divulgar os Direitos Humanos e promoção do tratamento igual, lançada em 2011. Mas Bernardes também lembrou que muitas ações estão emperradas por conta do Legislativo e que é preciso que as pessoas cobrem deles as leis e aprovações de projetos, para atingir toda a população LGBT brasileira.


Millena Passos, presidente da Associação de Travestis de Salvador (ATRAS-BA) e da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), estava na plateia, composta por cerca de 60 participantes, e agradeceu à organização da exposição, composta pela Domínio Público Agência Cultural e os Correios, por trazer à Bahia esta discussão, de um "assunto que sempre é preciso estar debatendo" .