Cultura

ALBA E ACADEMIA LETRAS LANÇAM A COLEÇÃO "MESTRES DA LITERATURA BAIANA"

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| 23/08/2012 às 13:21
Presidente Marcelo Nilo será homenageado com comenda Arlindo Fragoso
Foto: ASCOM
A Assembleia Legislativa e a Academia de Letras da Bahia inauguram hoje a coleção "Mestres da Literatura Baiana", que terá inicialmente 20 volumes, com o lançamento, às 18h, no palacete Góes Calmon, em Nazaré, do primeiro tomo, o livro "A Bahia já foi Assim", escrito pela folclorista Hildegardes Vianna. Trata-se de uma iniciativa que o presidente do Legislativo, deputado Marcelo Nilo, reputa como "ambiciosa" e que oferecerá para as novas gerações obras de inegável valor literário e histórico, até o momento disponíveis em sebos a preços proibitivos.

O arcabouço da coleção foi elaborado pelo presidente da Academia, Aramis Ribeiro Costa, e contemplará todos os gêneros literários, tendo como critérios a qualidade da obra e sua importância no contexto cultural da Bahia. Esta primeira etapa deverá estar concluída em dois anos e terá unicidade gráfica. Todos os volumes terão capa e contracapa em cor azul, constando da capa sempre uma fotografia antiga da Bahia. A editoração eletrônica e o projeto foi elaborado pelos designs gráficos Marcelo e André Portugal.

O segundo livro, "Contos e Novelas Reunidos", é de autoria de Hélio Pólvora e foi dividida em dois volumes, com lançamento previsto para o início de novembro, e o terceiro, será a "Antologia Poética" de Affonso Manta, atualmente em fase final de edição, e que será lançado em dezembro. Os escritores Vasconcelos Maia e Guido Guerra são alguns dos outros autores dessa etapa inicial da coleção "Mestres da Literatura Baiana".

O programa editorial da Assembleia Legislativa ganhou fôlego a partir de 1997, quando foi publicado e lançado na Academia de Letras da Bahia o livro de "Pau de Colher, um Pequeno Canudos", de Raimundo Estrela, relato de quem testemunhou esse grave acontecimento no início do século XX na região de Casa Nova e do Sul do Piauí. Logo em seguida, por sugestão do presidente da Academia, o falecido professor Cláudio Veiga, foi assinado o primeiro convênio entre as duas instituições destinado ao resgate de obras literárias e históricas importantes para a cultura baiana.

Presidia a Assembleia Legislativa àquela época o deputado Antonio Honorato, agora conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Esse instrumento legal vem sido renovado com apoio dos presidentes Edivaldo Boaventura e Aramis Ribeiro Costa, sucessores de Cláudio Veiga, e de todos presidentes do Legislativo desde então. Merece destaque a ampliação dos moldes iniciais do convênio ocorrido quando presidia o Legislativo o deputado Clóvis Ferraz, responsável pelo estabelecimento de outros convênios e parcerias com instituições da cultura baiana.

HOMENAGEM

O deputado Marcelo Nilo, presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, receberá na Academia de Letras da Bahia hoje à noite a medalha Arlindo Fragoso, por sua relevante contribuição à cultura baiana. A condecoração foi instituída por aquela Casa de Cultura com a finalidade de premiar pessoas físicas e jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que tenham prestado serviços às letras nacionais ou à Academia. Na solenidade ele será saudado pelo jornalista, escritor e acadêmico Joaci Góes.

Surpreendido ao ser agraciado com esta comenda, o deputado Marcelo Nilo faz questão de reparti-la com os demais integrantes da Mesa Diretora e com o conjunto dos deputados estaduais baianos, que apoiam integralmente o programa editorial executado pela Casa nos últimos cinco anos, quando foram publicados 86 livros. Todos de inegável valor cultural, literário e histórico, como ele gosta de frisar.

Coube ao presidente da Assembleia expandir o trabalho que era apenas uma ferramenta de marketing cultural, transformando o programa editorial num instrumento vigoroso para a afirmação da cultura da Bahia e dos baianos - um dever irrenunciável do parlamento. Foi durante sua gestão que a publicação de livros deixou de ser intermitente, ainda que anteriormente obras fundamentais fossem trazida a lume como os dois trabalhos de pesquisa sobre o próprio Legislativo da Bahia, da lavra da professora doutora, Consuelo Novaes Sampaio, ou os perfis de parlamentares que se destacaram especialmente como o de Luís Cabral e Bolívar Santana.

Na gestão do deputado Marcelo Nilo, as obras publicadas pela Casa foram reunidas nas Edições ALBA, que conta com alguns selos específicos como o Ponte da Memória, que resgatou clássicos como "Cascalho", de Herberto Salles, "O Leque de Oxum", de Vasconcelos Maia e "Tempos Temerários" do jurista e romancista Nestor Duarte. O Cangaço abrigou entre outros o livro "Dadá e Corisco", de Antonio Amaury Correia de Araújo, talvez o maior especialista brasileiro do gênero.

Foi criado ainda um selo para inéditos, aberto com o livro "Assassinos da liberdade" do acadêmico e jornalista João Carlos Teixeira Gomes", ou ainda "A longa Viagem" do professor Guilherme Radell. Coube ainda a atual gestão da Assembleia a assinatura de convênios com a Edufba, a editora da Universidade Federal da Bahia, com a Universidade Estadual do Sudoeste, firmado em memorável sessão do programa Assembleia Itinerante realizada em Vitória da Conquista, e com a Associação Comercial da Bahia. O deputado Marcelo Nilo estabeleceu parcerias também com a Câmara Baiana do Livro, com a Fundação Casa de Jorge Amado, com o Museu Eugênio Teixeira Leal e com a Fundação Pedro Calmon, no recém-criado prêmio Katia Mattoso, que fará publicar anualmente as obras vencedoras desse certamente em dissertação de mestrado e tese de doutorado sobre a história da Bahia.