O fogo simbólico foi conduzido por trinta atiradores do Tiro de Guerra de Cachoeira que se juntaram a dez atletas veteranos da cidade no revezamento até o entroncamento do município de Saubara, onde permanece até o período da tarde, quando então será levado para Santo Amaro, de onde seguirá até São Francisco do Conde, Candeias, Simões Filho, entre outros municípios que serviram de palco para as lutas de libertação, até chegar a Salvador. Na capital, ficará acesa no panteão da independência, em Pirajá.
O ato emociona os cachoeiranos, como o atleta veterano José dos Santos Filho, 92 anos, conhecido por ‘Zé de Zuza'. Há 20 anos ele participa do caminho dos heróis. Para ele, a emoção é sempre diferente. "Não tenho como descrever o que sinto nesse momento. A emoção é nova a cada ano. Me sinto um jovem de 70 anos", disse, emocionado.
São 200 metros para cada atleta, mas não há um preparo específico. "Não precisa preparação, o amor que sinto pela cidade e pelas pessoas me dá força. Já estou na expectativa do ano que vem, espero em Deus que eu possa participar", disse.
O fogo simbólico do 2 de Julho refaz os caminhos que fizeram os patriotas do Recôncavo baiano há 189 anos para consolidar a independência da Bahia. Cachoeira é o ponto de partida, porque foi a primeira vila baiana a se insurgir politicamente contra o jugo de Portugal. Em 25 de junho de 1822, os cachoeiranos aclamaram Dom Pedro de Alcântara, príncipe regente e perpétuo do Brasil.
A Independência da Bahia, as lutas, as tais batalhas, o heroismo de Maria Quitéria e outros ainda está precisando ser contada por um historiador de quilate e desapaixonado.