Cultura

MORRE VEVÉ COMPOSITOR DO JINGLE MAIS FAMOSO DA BAHIA...AACM MEU AMOR..

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| 28/04/2012 às 12:25
Vevé Calazans será sepultado neste domingo, em Salvador
Foto: Haroldo Abrantes

  O músico baiano Vevé Calazans morreu na manhã deste sábado, 28, nas dependências do hospital Jorge Valente, em Salvador. Vevé é autor do famoso jingle AACM meu amor...você se lembra de minh...eu nunca vi você tão só...Oh meu amor Oh meu xodô....minha Bahiaa...AACM meu amor.

   Esse jingle infernizava a vida da oposição a ACM e era uma peça de uma força musical extraordinária usada pelo político baiano durante muitos anos.


  Cantor e compositor, Vevé é autor, juntamente com Gerônimo, de "É D`Oxum", música que é considerada um hino da cultura baiana.

Ele também é responsável, entre outras, pelas canções "Nega", sucesso interpretado por Emilio, e "Ilha Grande", em parceria com Carlinhos Brown.


  O enterro de Vevé Calazans será neste domingo, 29, às 10 horas, no Cemitério do Campo Santo.


  JINGLES

O processo de criação de um jingle varia de um dia a uma semana e cada um custa entre R$ 7 mil e R$ 10 mil. Segundo Alexandro Rangel, gerente da WR Bahia, primeiro, o compositor faz a letra e apresenta ao clientes em voz e violão. Depois é feito o arranjo e, por fim, são colocadas as vozes masterizadas. "Geralmente, tudo é mediado pelas agências e o pedido já chega para a gente em detalhes. O cliente sai daqui com o CD pronto", explica.

Entretanto, poucos são os compositores que vivem apenas da política. Como as eleições acontecem de dois em dois anos, a grande maioria sobrevive de direito autoral e aproveita o período das campanhas para compor as vinhetas, que variam de 30 segundos a três minutos. Este é o caso de Everaldo Calazans Filho, o Vevé Calazans, autor do famoso "ACM meu amor", da campanha estadual de 1990. "Tenho mais de 240 canções gravadas e o jingle entra como um lado publicitário que eu não quis assumir", afirma.

Já Raimundo Nonato da Cruz, o Chocolate da Bahia, autor de mais de 3.000 peças, acredita que os jingles são uma boa alternativa aos compositores. "Com a pirataria, restou muito pouco ao compositor, aquele que vive mesmo de direito autoral. Na campanha, o pagamento é imediato", justifica.

Um dos pioneiros no ramo e com mais de 30 anos de carreira, Walter Queiroz Jr., resolveu, inovar este ano: espalhou pela cidade outdoors que fazem sua autopropaganda. Ele gostou do resultado. "Fiz dessa vez. Achei criativo e interessante. Eu fui tão eficiente na promoção dos outros, por que não posso ser lembrado pelo mercado?", diverte-se.