Cultura

ANIVERSÁRIO DE SALVADOR: INSPIRAÇÃO DO NOME FOI DO REI DOM JOÃO III

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| 21/03/2012 às 10:22
Dom João III, o piedoso, governou o Império português entre 1521 e 1557
Foto: REP
  Nossos leitores ao responderem a enquete sobre a personalidade que teria colocado o nome de Salvador na capital baiana, erraram ao afirmarem (63.93%) que foi Tomé de Souza, primeiro governador geral nomeado em 1549 e responsável pela fundação inicial da fortaleza. Em seguida, 16.34% disseram que foi Diogo Álvares, o Caramuru; 11.48% que foi Luis Dias, o arquiteto; 3.28% marcaram dom João III, rei de Portugal e Manoel da Nóbrega, o jesuita; e 1.64%, Dias D'Ávila.

  Não há registro histórico primário determinando quem colocou o nome da fortaleza que se implantaria na Bahia com o nome de Salvador. Mas, ao que tudo indica, a inspiração partiu do então rei de Portugal, Dom João III, o piedoso, o qual ao determinar a colonização do Brasil de forma mais organizada com um governo geral, a Corte promulga o regimento do governador e capitão general Tomé de Souza dado em Almeirim, Portugal, a 17 de dezembro de 1548: Constituição prévia do Estado do Brasil
para que aqui se instale uma fortaleza com o nome de Salvador e um governo geral.

  Ou seja: Tomé de Souza foi o executor do projeto pré-concebido em Portugal (uma fortaleza) juntamente com Luis Dias, o arquiteto, e não aqueles que colocaram o nome. Diogo Álvares, o Caramuru, residia no atual bairro da Barra e a igreja que mandou edificar fica no Largo da Graça. Havia, na época de Caramuru e da Capitania Hereditária da Bahia, uma vila que se chamava Vila Velha do Pereira (atual Porto da Barra) erguida pelo donatário Francisco Pereira Coutinho. Depois da morte de Coutinho na revolta contra os tupinambás, Caramuru aderiu à causa tupinambá, e os arredores de suas terras se chamava Vila do Caramuru.

  Em 1549, com a chegada de Tomé de Souza e o governo geral inicia-se a fundação da cidade do Salvador, uma fortaleza, e esses pontos originais da localidade foram desprezados pelos construtores porque ficavam muito próximos do mar, em planos baixos, na linha de tiro de invasores, e opotou-se por fundar a cidade num altiplano onde hoje se situa a Praça Municipal, o Elevador Lacerda e o Palácio Rio Branco. 


DOM JOÃO III

João III de Portugal (
Lisboa, 6 de Junho de 1502 - Lisboa, 11 de Junho de 1557) foi o décimo quinto Rei de Portugal, cognominado O Piedoso ou O Pio pela sua devoção religiosa. Filho do rei Manuel I de Portugal, sucedeu-o em 1521, aos 19 anos. Herdou um império vastíssimo e disperso, nas ilhas atlânticas, costas ocidental e oriental de África, Índia, Malásia, Ilhas do Pacífico, China e Brasil. Continuou a política centralizadora do seu pai. Durante o seu reinado foi obrigado a negociar as Molucas com Espanha, no tratado de Saragoça, adquiriu novas colónias na Ásia - Chalé, Diu, Bombaim, Baçaim e Macau e um grupo de portugueses chegou pela primeira vez ao Japão em 1543, estendendo a presença portuguesa de Lisboa até Nagasaki. Para fazer face à pirataria iniciou a colonização efectiva do Brasil, que dividiu em capitanias hereditárias, estabelecendo o governo central em 1548. Ao mesmo tempo, abandonou diversas cidades fortificadas em Marrocos, devido ao custos da sua defesa face aos ataques muçulmanos. Extremamente religioso, permitiu a introdução da inquisição em Portugal em 1536, obrigando à fuga muitos mercadores judeus e cristãos-novos, forçando o recurso a empréstimos estrangeiros. Inicialmente destacado entre as potências europeias económicas e diplomáticas, viu a rota do Cabo fraquejar, pois a rota do Levante recuperava, e em 1548 teve de mandar fechar a feitoria Portuguesa de Antuérpia. Viu morrer os dez filhos que gerou e a crise iniciada no seu reinado amplificou-se sob o governo do seu neto e sucessor, o rei Sebastião de Portugal.

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