Cultura

CAMINHADA A PEDRA DE XANGÔ REFORÇA PEDIDO DE TOMBAMENTO DO LOCAL

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| 11/02/2012 às 19:23
A III Caminha acontece neste domingo, 12, pela manhã
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A Associação de Terreiros de Candomblé Pássaros das Águas realiza, neste domingo (12), a partir das 7hs, a III Caminhada da Pedra do Buraco do Tatu, mais conhecida como a Pedra de Xangô, localizada em Cajazeiras. A marcha tem como objetivos o tombamento da pedra como patrimônio histórico e cultural da Bahia, por ser símbolo local de culto para as religiões de matrizes africanas, e a preservação ambiental do antigo Quilombo do Tatu.

A caminhada sairá da Praça da Pronaica, em Cajazeiras X. O evento conta com o apoio das secretarias estaduais de Promoção da Igualdade (SEPROMI) e de Relações  Institucionais (SERIN), e da Secretaria Municipal de Reparação (SEMUR).


A Pedra de Xangô tem mais de 15 metros de altura e possui uma passagem secreta que era utilizada pelos escravos para confundir e fugir dos capitães do mato durante as perseguições, por isso o seu valor histórico e cultural.  Para as religiões de matrizes africanas, ela representa Xangô, o orixá rei das pedreiras, do fogo, senhor dos coriscos e do trovão, guerreiro e pai da justiça. 


A caminhada é mais uma ação da Associação de Terreiros de Candomblé de Cajazeiras, Águas Claras e Adjacências Pássaros das Águas, criada em 2009, que também realiza anualmente o Projeto Negras Fashion, que valoriza a cultura e a beleza negra com a confecção e desfile de roupas afro. Essas e outras ações refletem o principal objetivo da associação que é preservar a cultura afrodescendente, valorizando a raça, a cor e as tradições culturais e religiosas, através do fortalecimento dos mais de 500 terreiros de candomblé da região. 


"O maior objetivo da caminhada é fortalecer a memória dos nossos antepassados que encontraram na Pedra de Xangô o caminho para a liberdade, resistindo bravamente à condição de escravo. A pedra representa nossas lutas, raízes culturais e crenças. Preservá-la significa valorizar o povo negro e de santo que luta para ser respeitado e reconhecido", afirma a presidente da Associação, Iara Brito (Mãe Iara).